(Acordei hoje com essa música na cabeça...ela me lembra uma época feliz da vida)
Ele vinha sem muita conversa, sem muito explicar
Eu só sei que falava e cheirava e gostava de mar
Sei que tinha tatuagem no braço e dourado no dente
Minha mãe se entregou a esse homem perdidamente
Ele assim como veio partiu não se sabe prá onde
E deixou minha mãe com o olhar cada dia mais longe
Esperando, parada, pregada na pedra do porto
Com seu único velho vestido, cada dia mais curto
Quando enfim eu nasci, minha mãe embrulhou-me num manto
Me vestiu como se eu fosse assim uma espécie de santo
Mas por não se lembrar de acalantos, a pobre mulher
Me ninava cantando cantigas de cabaré
Minha mãe não tardou alertar toda a vizinhança
A mostrar que ali estava bem mais que uma simples criança
E não sei bem se por ironia ou se por amor
Resolveu me chamar com o nome do Nosso Senhor
Minha história e esse nome que ainda carrego comigo
Quando vou bar em bar, viro a mesa, berro, bebo e brigo
Os ladrões e as amantes, meus colegas de copo e de cruz
Me conhecem só pelo meu nome de menino Jesus
(Chico Buarque)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
não conhecia essa música.
primeiro a li, assim, aquela leitura branca.
mas quando escutei... nossa!! muito linda! a voz do chico passa uma tranquilidade e a música fica muito mais bela e profunda.
as palavras que saem de sua boca ecoam sentimento!
linda demais...
gosto da idéia de músicas lembrarem épocas...
na faculdade estamos fazendo um trabalho relacionado a música e o que ela nos causa, emoções, sentimentos, lembranças... bem interessante! =)
Você fez psicologia?? Que legal!! Onde?
Eu gosto da idéia de trabalhar com música... esse seu professor segue que linha?!
Postar um comentário