terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Feliz ano (quase) velho!!!

São 18:50 do dia 29 de dezembro.
Em três anos de vida profissional, esse é o terceiro ano que trabalho nessa data.

Não estou com pressa. Não preciso ir embora cedo.
Não estou cansada.
Estou aqui pensando na vida, enquanto o candidato faz um batalhão de provas.

Mais um ano está chegando ao fim. E nesse momento, muita gente queria que ele já tivesse acabado.
Tenho pena de 2010 quase tanto tive pena de Obama. Quanta expectativa estão depositando num ano!! Só porque esse não foi dos melhores, querem colher tudo de uma vez só ano que vem. Calma gente, não vamos com tanta sede ao pote.

Na contramão, só para variar, 2009 foi um ano bom para mim. Aliás, muito bom.

Ele já começou diferente.
De vez em quando fecho os olhos e vejo a imagem do reveillon, todo mundo de branco, no condomínio, indo em direção a praia. Todos com o mesmo sorriso, o mesmo ritmo, a mesma vontade...
Foram dias maravilhosos, ao lado das pessoas mais importantes da minha vida.

Depois vieram as surpresas.
Quando pensei que já tinha fechado todo o meu ciclo de amizades, fui surpreendida.
Me aproximei de pessoas com histórias incríveis, que apesar de todas as diferenças que existem, querem de verdade o meu bem estar e eu o delas. Descobri assim o verdadeiro significado da amizade. A preocupação, a vontade de compartilhar, a alegria pelo outro...só coisas que tornam o pesado do cotidiano, mais feliz. Na mesma linha, reencontrei velhos amigos e pude escolher com quais queria continuar.

Enquanto o mundo chorava a morte do rei do Pop, eu, no mesmo dia, celebrava meus 24 anos.
Enquanto as pessoas saíam de máscara nas ruas, eu fui para um dos focos da doença...sem máscara e com muita alegria de viver.
Valeu a pena.

Foi lá que eu descobri que os sonhos se tornam realidade, que tudo é possível, só depende da gente. Vi que todo esforço vale a pena e que a recompensa chega de uma forma que a gente nem imagina....Confesso que há um ano eu jamais poderia imaginar que teria conhecido Mickey, a praia do paraíso das compras e a capital mais famosa do mundo, nesse ano.

Diante de uma tragédia, entendi que há males na vida que vem para o bem.
Vi o início da realização do meu sonho profissional se concretizar por conta de um percalço da vida....devemos sempre olhar o lado bom das coisas, não é?
Finalmente busquei meu diploma, tirei meu CRP, tenho meu consultório e os pacientes estão começando a chegar.

Enfrentei obstáculos e derrubei tabus.
Encarei um amor antigo, duvidei que tivesse sido amor, descobri que foi mesmo, sofri, chorei...como se o fim tivesse sido naquele dia (e não foi?). Mas consegui fechar a porta. Determinei o que eu quero para mim...

Abracei mais pessoas, dei mais risada a toa, chorei mais com filmes velhos. Aprendi a respeitar mais os cabelos brancos do meu avô (principalmente agora que ele parou de pintar). Voltei para academia. Passei a admirar o pôr-do-sol na cidade grande. Comecei a gostar de uma metade, irrestivelmente engraçada.

Fiquei feliz com as realizações dos meus irmãos e cunhados. Torci mais do que nunca pelos meus pais. Me orgulhei da minha prima, mais uma vez, vencedora.

Fiz besteira, meti os pés pelas mãos inúmeras vezes...gastei dinheiro com o que não devia, falei mais do que podia, senti raiva, me arrependi, senti preguiça, deixei pra depois (até agora), paguei mico...

Resumindo, em 2009, eu vivi intensamente.

Agradeço a Deus por mais um ano.
Agradeço minha família pelo apoio, pela confiança, pela torcida e principalmente, pelo amor.
Agradeço aos meus amigos pelo ombro e ouvidos sempre a postos.

E agora, que venha 2010.
Um ano que promete celebrar...
os 25 (meus), os 30 (do meu irmão), os 90 (do meu avô), os 100 (do TIMÃO), o casório da minha irmã....

....e todas as outras conquistas de todos nós....

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Adeus

Sinto muito, mas não vou medir palavras. Não se assuste com as verdades que eu disser.
Eu resolvi mudar, vou por um fim e te esquecer....
Como é que pode alguém querer cuidar de mim, se de afeto, esse alguém não entende NADA?
Eu quero ser feliz, não quero migalhas...por isso, só vou amar de novo assim, se alguém demonstrar o mesmo amor por mim.

Quero ressaltar, para não ser injusta depois, que você errou e errou feio.
Minha revolta está na sua ingratidão...
Fácil para você, muito fácil. Ter um ombro pra chorar, alguém para te animar, te ouvir e sem cobrar nada em troca.
E lembre-se eu não pedi nada, muito menos cobrei. Você prometeu porque quis...mas na minha terra, promessa é dívida e você saiu devendo.

Devendo um presente, uma surpresa, uma conversa e principalmente, respeito.
Não há como seguir em frente dessa forma.
Que decepção. Juro que esperava mais de você...e agora, você que não espere mais nada de mim.

Agora, vou refazer minha vida, cicatrizar a ferida. O que restou de nós dois, vou apagar da lembrança e nunca mais vou me entregar feito criança.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

...

When she was 22 the future looked bright
But she's nearly 30 now and she's out every night
I see that look in her face she's got that look in her eye
She's thinking how did I get here and wondering why

It's sad but it's true how society says
Her life is already over
There's nothing to do and there's nothing to say
Til the man of her dreams comes along picks her up and puts her over his shoulder
It seems so unlikely in this day and age

She's got an alright job but it's not a career
Wherever she thinks about it, it brings her to tears
Cause all she wants is a boyfriend
She gets one-night stands
She's thinking how did I get here
I'm doing all that I can

It's sad but it's true how society says
Her life is already over
There's nothing to do and there's nothing to say
Til the man of her dreams comes along picks her up and puts her over his shoulder
It seems so unlikely in this day and age

It's sad but it's true how society says
Her life is already over
There's nothing to do and there's nothing to say
Til the man of her dreams comes along picks her up and puts her over his shoulder
It seems so unlikely in this day and age

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Velha infância

Estar ao lado, torcer, contar nas horas dificeis, falar e ouvir verdades doidas...querer bem.
Rir, chorar, pagar mico...sempre na mesma proporção e juntos.

Isso é, para mim, amizade.

Chego a conclusão de que se fomos amigas algum dia, foi na infância.
Depois de crescidas, optamos por manter as aparências, fingir mesmo, para preservar o passado que nos unia.

Bobagem.

Temos 24 anos e uma vida inteira pela frente...e daí que não seremos amigas para sempre? e daí que não te considero uma irmã?

Prefiro deixar assim, as claras...sem brigas, discussões e tudo mais. Apenas vamos tornar tudo mais transparente...
Quero começar 2010 com pessoas do meu lado que realmente gostem de mim...que seja uma, mas que seja verdadeira...

E assim será um novo começo de era, de gente fina, elegante e principalmente, sincera.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

A espera

Dizem que não podemos idealizar demais...
Nunca me esqueço de um menino que conheci que me dizia, no auge dos nossos 20 anos, que ele não criava expectativas com relação a nada, pois assim a chance de se decepcionar era nula...fácil, né?! Queria falar com ele hoje e saber se continua assim, com relação a emprego, principalmente.

Não adianta.
Sonhar, pelo menos para mim, é inevitável.
E com o sonho vem a idealização...

Dizem que sou exigente demais...
Por vezes, até concordo. Tenho pré-requisitos demais, mas de coisas que são fundamentais, pelo menos, para mim.
Se isso justifica o fato de estar sozinha até hoje, caio naquele papo de antes só do que mal acompanhada...ainda que no sábado a noite, quando tudo o que se quer é uma boa companhia, isso se torne a maior besteira.

A verdade é que quero pouco....quero o simples.
Alguém que dê risada comigo e me faça rir e nem precisa ser na mesma proporção. Alguém que entenda minhas histórias malucas, minhas alterações de humor, minhas vontades loucas de sapatear no meio da rua...alguém que se emocione vendo as crianças querendo tirar fotos com o papai noel. Alguém que goste da comida da minha mãe, ainda que prefire a da sua. Alguém que sinta vontade de me ligar, que me procure para contar suas angústias e pense em mim na hora das alegrias.
Alguém que não se preocupe em me dar uma jóia de presente, mas que passe um tempo enorme pensando em escrever um cartão a troco de nada. Alguém que vá ao espetáculo de ballet da minha irmã, mesmo achando chato. Que fique de mau humor em dia de jogo e que ainda assim queira me ver, sem poder tocar no assunto.
Enfim, alguém que no sufoco do dia-a-dia conte comigo, exatamente como estou disposta a contar e a doar.

Será que isso é idealizar demais?
E se for, o que é então amar alguém?

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Memórias...

Não queria ser assim, mas sou.
Penso, lembro, guardo nomes, imagens e datas...essas são as piores.

Lembro daquele 09 de dezembro, ver Bridget Jones II, chorar por ver a Inglaterra e ouvir "valeu a pena não ter ido", será mesmo?
Não tem Inglaterra e não tem você.
Lembro de estar com aquela blusa vermelha e jaqueta branca. Daquela música da Pitty, tão insuportável quanto a nova, "não deixe nada pra depois" e eu torcendo para você se inspirar...
Você se inspirou, em outra música, que também não toca mais.

Não sinto raiva da memória por lembrar de você.
Tão pouco sinto raiva de você por não querer mais estar aqui...a vida é assim mesmo e você tem que ser feliz.
Sinto raiva de me forçar a me prender a isso. Basta eu ter um problema, que recorro a você...é mais fácil.

Mas dessa vez não vai ser assim.
Verdade, nunca vou olhar você como olho para uma pessoa "x" do passado...afinal, você foi muito importante para mim. E para sempre ficará marcado...nas datas comemorativas- seu aniversário e de seus familiares, aniversário de namoro, natal, reveillon- vou pensar em você, natural, né?! Lembro dos outros também. É isso, você se tornou igual aos outros namorados...com suas particularidades, claro.

Agora, eu quero parar de sofrer, de ficar procurando pelo em ovo e culpar os outros.
Eu quero ser feliz...

Quero ir para a praia, colocar o pé na areia, sentir a água gelada, dar uma gargalhada sincera...do nada e para o nada, falar sozinha, cantar na rua sem me preocupar, correr e me matar de comer brigadeiro na panela, chorar no cinema, ver novela e me identificar com todas as personagens- boas e más, criar coreografias para as propagandas, tirar fotos de mim mesma, quero fazer e-mail pro papai noel, jogar papéis pra cima, fazendo sorteio.

Quero ser eu mesma, sem ser alguém pra você ou para qualquer outra pessoa!

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Engasgo

Estou com vontade de colocar o dedo na sua cara e dizer que eu não tenho sangue de barata, muito menos idade mais para aturar esses joguinhos tontos. Acho que já passou do tempo de ficar no meio do caminho, indecisão não combina mais.

Adultos devem saber o que querem, devem tomar atitudes...homens como você, que se orgulham em dizer que são machos e tudo mais, devem tomar decisões e arcar com as consequências e não ficar ai, só pensando, falando, falando, falando...

Você fala tanto, reclama tanto, que juro, sua voz já me irritou. Eu não quero mais saber se você pegou trânsito, se acordou com o pé esquerdo ou se as coisas todas estão erradas. Uma coisa é confiar em mim para desabafar, outra bemm diferente é só fazer isso e depois ficar dando risada com seus casos passados, na minha cara, e ainda por cima ter coragem de me contar.

Pode não parecer mas eu tenho coração, sentimentos e sangue correndo nas veias. O que você está fazendo é muito errado e não venha dizer que a culpa é minha, porque noção vem do berço.
O meu recado é esse: NOÇÃO VEM DO BERÇO.

UFA!

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

No aguardo

A ansiedade não me permite criar....ainda bem que amanhã é dia.

O que você quer eu quero mais
o que você diz não me distrai
mas pode acreditar em mim
tudo fica bem mais fácil assim

So Easy
So Easy

Sei que é difícil arriscar
amanhã quem sabe o que será
mas pode acreditar em mim
por que você tem tanto medo assim?

So Easy, tanto medo assim
So Easy, me dá a mão, So easy, não há razão

So Easy, de se esconder nesse lugar

Delicadamente te levar
Muito além daqui desse lugar
Resistir é natural
Mas tudo se resolve no final

So Easy...
So Easy, me dá a mão
So Easy, não há razão
So Easy, de se esconder nesse lugar

Delicadamente te levar
Muito além daqui desse lugar
Resistir é natural
Mas tudo se resolve no final
Mas tudo se resolve no final
tudo se resolve no final...

terça-feira, 24 de novembro de 2009

na verdade...

...não tenho problemas, passo por situações difíceis e que se a gente for olhar bem, nem são tão difíceis assim.

...não, não tenho problemas, eu crio. Crio situações difíceis, que não são tão difíceis assim.

...fica difícil, porque na criação aumento. E o aumento torna a gota d´agua em enchente.

...não quero mais.
quero aumentar aquele momento único. E que o aumento o torne frequente...ainda que sempre diferente.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Sempre o último a saber...

Lágrimas por ninguém, só porque é triste o fim.

Chegar ao final, se deparar com ele e decidir seguir em frente, não é tarefa fácil em nenhum aspecto da vida, nem em nenhum momento da vida.

Algumas vezes o fim é previsto, é sabido desde o início. Ilusão achar que esse será menos doloroso. As vezes doi mais, porque quando se está perto dele, é quando a saudade se adianta. É o caso, por exemplo, da faculdade...que mesmo em meio a tanta tensão de TCC e etc, você se sente perdido no meio do mundo do que está por vir.

O fim é inevitável.
Seja com o até que a morte os separe, seja com o encontro de um novo amor, ou seja pelo simples fato de que aquela história tinha que durar aquele tempo.

Tempo...outra coisa dificil de entender e de administar.
Quanto tempo é preciso para assimilar cada etapa do fim? E tem nível de dificuldade de acordo com o tempo de duração?
Quem é que pode dizer?

Ninguém.

Mas a verdade é que esse momento chega.
E quando você se depara com a situação de que acabou, mesmo contra a sua vontade..porque nem sempre uma situação dolorosa amenize a dor de terminar.

Acabou...
Uma fase da vida, um período de sonhos, de ilusões, de desgaste, de desempenho, de frustração.
Veio o vazio...que poderá ser ocupado com algo, ou com alguém.

Quanto tempo?
Não sei.
E quem é que sabe?

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Pendências

Preciso rasgar, dizer...dizer não, gritar, chorar, me descabelar, enlouquecer
O que eu mais quero é te ver, te abraçar e te contar

É tão pouco, tão simples, mas tão difícil, me falta coragem.
Me sinto ridícula, louca, infantil

Mas nada me faz mudar.
Eu preciso, eu sei.
mas...
É tão difícil.



segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Deu saudade...

...de ligar para dar "oi"
...de ouvir a voz de sono dando "bom dia"
...de encontrar sem querer querendo na rua
...de dar as mãos antes de dormir
...de passear na praia
...das conversas
...do silêncio revelador
...das risadas
...dos passeios para lugar nenhum
...dos planos
...das promessas
...das histórias
...da preocupação
...do abraço
...de ir ao cinema

mas principalmente....
de matar a saudade!

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Não esperei ir embora para perceber....

Músicas despertam diversas sensações nas pessoas...nem todo mundo sente a mesma coisa com a mesma letra e o mesmo ritmo.
Particularmente, minha vida é regida pelos mais diversos tipos...e quase sempre, aquele que fazia todo sentido ontem, hoje se torna tão irritante que não dá para ouvir.

Por isso, não sei se a intenção daquela rockeira baiana, que deve estar cansada de responder como se tornou rockeira na terra do axé, em sua nova música, foi dizer aquilo que entendo.

Mas me parece, que o novo "hit", daqueles irritantes que mesmo que você não queira, acaba cantarolando em alguma hora do dia, tenha sido baseado naquela velha ideia de que nós só damos valor as coisas, quando as perdemos.

Detesto generalizações.
Não acho que seja assim para todo mundo, muito menos em todas as situações...se fosse assim, nenhum casamento daria certo, seria impossível construir uma carreira profissional de sucesso, mães não chorariam em festinhas escolares, e por aí vai...
O fato é que vendo o jornal na tv, com aquelas reportagens especiais sobre o feriado, me deparei com as filas enormes em cemitérios e missas pelos finados. Crianças falando sobre o céu, líderes de religião explicando qual o conceito de morte para eles, etc, etc...

Dizem que hoje é um dia para se pensar nos mortos.
Já perdi 3 pessoas importantes e próximas na minha vida.
E eu não pensei nelas hoje.
Mas não me sinto mal. Aliás, fico feliz. Porque tenho todos os outros dias do ano para lembrar deles, com aquela saudade, misturada com alegria e tristeza.

E o que mais me deixa feliz é que todos eles morreram sabendo que eram importantes para mim...talvez não tivessem a dimensão, às vezes, um amor tão grande é difícil de demonstrar com palavras ou atitudes....mas todos eles sabiam, e talvez até, ainda saibam, que eu os amarei por toda a minha vida...mesmo sem nunca ter levado um vazinho de flor em 02 de novembro.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Veio a calhar....

Andando de blog em blog, encontrei esse texto no: http://frissonn.blogspot.com

Cismei de você
De te querer
Lembrar de ti
E de sentir

Não sei se é só cisma minha
Ou se você brincou de me encantar
Sorriu seu sorriso bonito
E me deixou a imaginar

(Heloisa Morais- não sei extamente se é a autora do texto, mas é a autora do Blog)

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Haja coração

Roer unhas, estalar os dedos, tremer a perna involuntariamente, comer sem perceber, andar de um lado para o outro, pular. Adotar superstições bizarras, encontrar associações na história, fazer estatisticas na esperança de obter uma prévia do que pode acontecer. Gritar sem perceber, chutar o que estiver perto, dar socos, abraçar, chorar.

Jogo de futebol, volei, ginástica, atletismo, natação, automobilismo...
Não importa.
Não precisa nem ter um time, nem saber tudo a respeito da modalidade.
Basta gostar um pouco de esporte e ter o coração um pouquinho fraco para se tornar um torcedor.

Por anos ou por 1 hora...
A verdade é que todo mundo já foi torcedor, ao menos uma vez na vida.
E como todo bom torcedor, um chato...

Que roe unhas, estala os dedos, todo o resto e muito mais. Mas que é exemplo de fidelidade, pois as sensações estão presentes, na alegria e na tristeza, para sempre.

E é por isso que eu tenho orgulho de dizer: não vejo a hora da África do Sul chegar...afinal, está logo ali!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Baila che te fá bene

Faz tempo que domingo não é mais dia de agito...aliás, nem domingo, nem qualquer outro dia da semana.
Não que tenha passado a idade, só mudou a vontade, o hábito e o objetivo...além, é claro, do preparo físico.

Mas o convite era irrecusável. Lugar tranquilo e um ritmo de saudade.
Não é seu forte, falta, além de tudo, coordenação motora...o que é fácil de ser resolvido com a animação, que lhe é peculiar.

Não imaginou que seria tão bom.

O sorriso das pessoas foi contagiante, o embalo da música levou para longe.
Lembrou de um passado próximo, quando esse ritmo era habitual.
Sabia que não seria para sempre, mas sabia que tinha um porquê, ainda que não soubesse qual...

E só descobriu ontem.

Como naquela canção que ouvia quando pequena, entendeu, finalmente a sequência.

O primeiro lhe ensinou a ser mais independente.
O segundo a fazer as escolhas com mais cautela.
O terceiro lhe ensinou a ser feliz, no sentido real da palavra.
E o quarto, ensinou o que é amor, no sentido mais puro e pleno.

Voltou para casa feliz, como sempre foi, mas não sabia.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

A volta

tec tec tec
de onde vieram as pessoas?
para onde será que elas vão?

tectectectec
hora de apertar o passo...
já reparou que um sapato não faz o mesmo barulho que o outro?
opa! não precisa me atropelar porque seu ônibus está passando.

tec tec tec
falta pouco, mas dá uma preguiça.
tanta coisa ainda.
mas, é bom quando o dia não acaba com o fim do trabalho.

tectectectectectec
esse cruzamento é perigoso, podia ter um farol de pedestre aqui.
como será que faz para estacionar nesse restaurante?
nossa quanta gente no posto...acho que quinta-feira é o dia que mais tem carro no rodizio.

tectectectec
nossa, por que será que o policial parou essa moto? Preconceito, acho.
tectectectectectec
ai, já são 18:54...então, sem enrolação: se trocar, academia, banho e jantar.

tec tec tec tec tec
Starbucks lotada.
ai esses manobristas zuando o carro dos outros...

-Boa noite.
-Tá frio, né?!
-É, esse tempo louco...
-Nem fale, sai estava sol, depois caiu aquela chuva.
-Pois é.
-Tchau.
-Tchau, tchau. Boa noite.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Felizes para sempre

Tudo é tão mais fácil, mais leve, simples...

Um Mc Donald´s surpresa, dormir na casa da vovó, ver tv até tarde.
Jogar bola no corredor, andar de bicicleta na chuva, dar o último mergulho na piscina, tomar picolé só para colocar o palito no castelo de areia.
Ser secretária, gerente de banco, professora e recepcionista de hotel, num dia só.

Falar sozinha, cantar para uma plateia gigante imaginária, jogar papéis pra cima sorteando cartas, escrever cartas pro papai noel, fazer pique nique no hall do elevador, andar de bicicleta na garagem, fugindo do zelador.

Esperar o ratinho do dente, cuidar das bonecas, pular corda, saber as falas de cor da Pequena Sereia, chorar com a Cinderela, ensaiar o casamento, pular na cama.

E acreditar que tudo é possível...

E não é?

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O que importa?

Informação...
Chega sem pedir licença, ocupa espaço, tempo, perturba.
É inútil.

Obama é Nobel da Paz
Governo adia a devolução de impostos
Recife sofre sem saneamento básico

O banho me espera.
A candidata me espera.
Com chuva, com trânsito.

Problema do trem no Rio, problema...

Eu tenho que ir trabalhar

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Com os olhos

O abraço é um conforto, uma demonstração de afeto, uma vontade de agradar e ser agradado na mesma proporção.

É "normal" (não gosto muito desse termo) querer abraçar uma pessoa querida...
Em momentos felizes, é para dividir alegria...
Em momentos tristes, é para consolar.

Mas aconteceu uma coisa estranha.
Numa tarde de sol, numa cidade que apesar de estar pela primeira vez, já conhecia de longa data.
Era final do dia, que de uns tempos para cá, tem sido o meu momento predileto.

Entre uma foto e outra, vejo a imagem daquele lugar.
Meu coração bateu forte.
Era tão bonito.
Era como um sonho.

E de repente, me deu uma vontade louca de abraçar aquilo.
Como se pudesse guardar no abraço aquela imagem, aquele lugar, aquele momento.
De forma contraditória, fechei os olhos, para nunca mais esquecer.

Hoje, como se tivesse guardado a sensação, com os olhos fechados, eu vejo.

E sinto, como se fosse a primeira vez.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

...de passagem....

Passou tanta gente
Passou tanto tempo
Passou tanta coisa

Foi de repente
Foi tão depressa
Foi triste

Dói tanto
Dói só de lembrar

Passou
Foi
Dói

Passou?

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Beija-flor

Eu queria ver o pôr-do-sol, lindo como ele só...
E fui.

Adoro o pôr-do-sol na praia.
O sol caindo atrás das ondas...Já reparou como parece que depois do mar, ali no infinito, parece que o mundo acaba? Dá para entender porque achavam que a Terra era quadrada!

Não deu para ir pra praia...tinha coisas a fazer em São Paulo.
Mas, quem disse que o pôr-do-sol só acontece lá?
Escolhi aquele parque de nome brega, mas que é bonito e perto do rio.

Sentei na grama.
Ouvi os pássaros, senti o vento, vi as crianças aprendendo a andar de bicicleta, meninos jogando bola, homens controlando um helicóptero de brinquedo, casais sentados, pessoas sozinhas dando uma paradinha depois da corrida.
De repente o céu ficou rosa...era o começo do show.

A tarde caiu...

Sorri.

Acontece todo dia, sempre aconteceu.
E pela primeira vez senti algo diferente.
Sempre gostei, mas dessa vez foi diferente.

Sai de lá.
Fui cantando para casa, sozinha...sem i-phone ou nada parecido. Estava feliz.

No caminho me deparei com uma certeza que guardava há tempos....
E tudo fez sentido.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

RESPOSTA



"Enquanto não superarmos a ânsia do amor sem limites, não podemos crescer emocionalmente. Enquanto não atravessarmos a dor de nossa própria solidão, continuaremos a nos buscar em outras metades. Para viver a dois, antes, é necessário ser um."

(Fernando Pessoa)

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Para sempre....

Atravessei o mesmo portão de antes...
Está tudo igual, mas muito diferente.

E o pulso, ainda pulsa.

Sai de lá, com aquilo que fui buscar...
Há quinze minutos.
Há seis anos.
Que deveria ter buscado há um, mas faltou coragem.

Coragem que ainda me falta.
Mas eu tive que enfrentar.

Mas não foi essa música.

Eu não acredito em coincidências.

Num carro diferente, num momento diferente.
Na volta, para sempre.
Liguei o rádio para me distrair daquilo tudo.

Eu não acredito em coincidências.

Não dá pra imaginar
Quando é cedo, ou tarde demais
Para dizer ADEUS
Para dizer JAMAIS!

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Dia D

Sábado a noite, deitada na cama da amiga, vendo tv....esperando telefonemas para saber "qual a boa" do dia.

Um número estranho aparece na bina, mas a voz era conhecida. Um amigo, ligando do telefone de outro amigo, este sim, não conhecido.
Marcaram o bar. Era perto da casa da amiga.

Combinaram assim, ele ia com o amigo dono do celular e ela com a amiga dona da casa.
Se encontraram.

Lei de Murfe, destino ou acaso, ela rapidamente se desinteressou pelo amigo conhecido e se encantou pelo dono do celular.
Sua risada era contagiante, seus olhos brilhavam atrás das lentes do óculos...papo bom, divertido, de bem com a vida.

Saíram do bar, olhou nos olhos da amiga e disse: É com ele que eu vou casar!
A amiga riu. Não era a primeira vez que escutava isso.

O tempo passou...
E a profecia parecia se concretizar.

Se amaram muito.
Foram felizes...
Por um ano.

Seu coração, então, virou pó.

Mas se é possível reconstruir vidas, que desmoronaram junto com aqueles prédios enormes, perdendo maridos, filhos, irmãos, pais....será fácil reanimar um coração.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Eco

Estrada, ida, noite, dia de trabalho puxado, semana acabou, mês começou, salário, recompensa, sistema.

Chegada, abraço, comida, sono, tv.
TV, novela, filme, reflexão, churrasco, sono.
Rede, passeio, tranquilidade, sorvete, reflexão.

Saudade...
ade
ade
ade

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

O envelope

Cheiro de café recém feito e bolo de fubá saindo do forno.
Até hoje, quando sinto cheiro de café, vem uma lágrima chata me incomodar, para me lembrar duas coisas tristes: não há café como o dela, e ela não está mais aqui para fazê-lo.

Sempre tive muitas avós...As duas de verdade, uma mais querida que a outra, é verdade, mas as duas com seu papel fundamental para mim. E tive várias por consideração, que são as únicas que tenho hoje.

Cheiro de bolinho de chuva, pão de queijo, pão doce, fricassê de frango.
Papo bom, história de vida sofrida, cheia de vitórias, bom humor e um abraço super aconchegante.
Essa é a avó postiça, que me escolheu como neta e mantém o carinho mesmo depois de eu ter me afastado do elo que nos unia. Outra neta postiça, que um dia foi minha melhor amiga.

Até hoje recebo seus cartões no meu aniversário, natal e no dia do psicólogo. Sempre curtos, mas com uma mensagem linda e o principal, a certeza de que esteja onde estiver, ela se lembra de mim com carinho.

Não posso abraçá-la pessoalmente, ela mora longe (por coincidência é mineira como a minha avó materna)...mas posso matar as saudades sempre que aperta.
Não sei ao certo porque sou merecedora de tanto carinho...porque é um carinho gratuito, puro.
Só sei que não tem nada mais gostoso do que olhar a caixinha de correspondências e ao invés da conta do telefone ver aquele envolope pequenininho, com a lembrança da Vó Tacyra.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Pensando e ouvindo...

(sem inspiração para falar sobre o dia do psicólogo...)

Hoje eu ouço as canções que você fez pra mim
Não sei por que razão tudo mudou assim
Ficaram as canções e você não ficou
Esqueceu de tanta coisa que um dia me falou
Tanta coisa que somente entre nós dois ficou
Eu acho que você já nem se lembra mais

É tão difícil olhar o mundo e ver
O que ainda existe
Pois sem você meu mundo é diferente
Minha alegria é triste

Quantas vezes você disse que me amava tanto
Quantas vezes eu enxuguei o seu pranto
E agora eu choro só sem ter você aqui

Esqueceu de tanta coisa que um dia me falou
Tanta coisa que somente entre nós dois ficou
Eu acho que você já nem se lembra mais

É tão difícil olhar o mundo e ver
O que ainda existe
Pois sem você meu mundo é diferente
Minha alegria é triste

Quantas vezes você disse que me amava tanto
Quantas vezes eu enxuguei o seu pranto
E agora eu choro só sem ter você aqui

domingo, 23 de agosto de 2009

Mais uma vez...

Dizem que errar é humano, mas repetir o erro é burrice.
Se isso for verdade, concluo hoje meu mestrado como burra.

Tive que passar pela milésima vez pela mesma situação, maquiada de forma diferente, para entender o problema.
Mas espero que agora eu tenha finalmente me tornado humana e que tenha sido a vez do aprendizado...

Quantas manhãs eu acordei decidida a mudar, a virar a página, a começar uma nova história?
Quantas segundas-feiras não comecei o regime, entrei na academia, fui aos médicos, decidida a cuidar mais de mim?

Tudo em vão..
As manhãs duraram até o meio-dia e as segundas na primeira hora de terça.
Mas dessa vez, não sei se é porque é domingo, não sei se é porque é de tarde, eu já sinto diferente.

Já imagino o pôr-do-sol bonito como sempre, só comigo.
Como diria Caetano, não quero com isso dizer que o amor não é bom sentimento, só quero dizer que dessa vez tem que ser diferente...porque igual, não há burro que aguente!

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Amanhã...

...vou sair pra ver o céu, vou me perder entre as estrelas, ver de onde nasce o sol e os meus passos nunca mais serão iguais. Então, escaparei da tristeza, deixarei toda a dor pra trás, perdida num planeta abandonado, no espaço, e voltarei sem olhar pra trás.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

E aí?

Estou trocando o meu abraço pelo seu sorriso, não me faça esperar.
Está rolando um comentário que a gente tem tudo para se dar bem.
Sinto está batendo forte, estou jogando limpo sem querer te enganar.

Não desfaça desse amor, o seu jeito me conquistou, já botei café na mesa.
Quero tanto te falar, que eu arranjei um jeito de amar que você só vai se dar bem...

=)

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Eu faço parte dessa história...

Desde que ingressei no mundo corporativo já recebi algumas vezes e-mails despedida...tanto de quem pediu para sair, por ter "assumido um novo desafio", como por quem foi desligado por "infeliz redução de custos".
Nunca entendi isso...por que escrever o que pensa, o que sente, quando vai embora?

Hoje completo 3 anos de trabalho.
Tanto na empresa que estou, como de vida profissional como um todo.
E resolvi falar o que sinto e o que penso nesta data, assim, em forma de carta (e-mail, se preferirem).

Olá pessoal,
Como é de conhecimento de todos, hoje completo 3 anos de Foco.
Me lembro como se fosse hoje do dia que entrei aqui, com as mesmas calça preta e blusa azul que me acompanham até hoje. E o mesmo cabelo comprido, que depois de algumas transformações, está do mesmo jeito de 3 anos atrás.

Entrei aqui menina de tudo. Sem experiência nenhuma, fui recebida de braços abertos em uma empresa humana, formada por uma maioria feminina, onde a psicologia era a lei. A ideia era apenas encontrar candidatos num site e marcar entrevista, mas isso, por si só, já significava muito para mim.

Passei por grandes desafios e vergonhas...como foi difícil segurar risadas ao telefone e reuniões, guardar a revolta, aceitar regras, ouvir conselhos, e principalmente, perceber que não sou nada daquilo que pensei que era.

Não poderia deixar de falar das pessoas que foram fundamentais para que eu fosse a profissional que sou hoje.
Em primeiro lugar, quero agradecer a Elaine, minha primeira gerente, que confiou em mim e me entendeu em momentos difíceis. A Simone, por ter me dado um voto de confiança e ter me ensinado que devemos olhar as pessoas com o melhor dos olhos!
Depois, dedico um espaço especial a Fátima Brandão, minha professora, mentora, exemplo de mãe, esposa, irmã, filha e principalmente de amiga. Que me ensinou a ser uma pessoa melhor, que se preocupou comigo e esteve presente em momentos extremamente delicados de forma firme e carinhosa.
Aos meus amigos da sala 30, onde o trabalho, a faculdade e todo o resto, ficava muito, muito mais leve, com as paródias, discussões e principalmente pela amizade. E aqui, faço uma reserva a uma pessoa muito especial (entre brigas e abraços) minha irmã adotiva Gabriela.
Outra pessoa cada dia mais essencial em minha vida, tanto nos aspectos profissionais, como (e principalmente) nos pessoais, que me entende, me aconselha e é um exemplo de vida...Vaneça.
Todo mundo, desde os porteiros do prédio, até as pessoas de outras unidades com quem tive chance de conviver, de alguma forma mudaram minha vida e me ensinaram a ser alguém melhor.

E de todos esses rápidos, porém intensos, 3 anos, tenho certeza de uma coisa. Pouco importa o que pensam que você é, importa mesmo é o que você é. E finalmente posso dizer de queixo erguido, sei quem eu sou e cada dia gosto mais de mim.

Obrigada a todos, por fazerem parte da minha história e colaborarem para que ela fosse ( e esteja sendo) escrita dessa forma.

Beijos,
Ana Christina Almeida.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

1 X 1

Será que é tão dificil assim encontrar alguém que dê risada das suas piadas, que torça por você, que goste de você just the way you are?

Que se dedique por você o tanto quanto você está disposto a se dedicar, que sinta orgulho dos seus sucessos e te ampare nos seus fracassos?

Será que sempre tem que ser tão complicado, cheio de obstáculos, duvidas, frescuras (quem dá "oi" primeiro?)?

Não pode ser...

Mas, se for, a procura se torna ainda mais importante. Porque, assim, o encontro vira vitória.
E é muito bom ganhar, ainda que a vitória ideal, venha em forma de empate!

domingo, 9 de agosto de 2009

Por enquanto...

Não posso dizer que não sabia que seria assim...
Tão pouco posso dizer que não tenho minha parcela de culpa nisso tudo.

A verdade é que estou com saudades, apesar de tudo.
Apesar de saber que não faz mais sentido, que muito do que eu acreditava era mentira, que muitas vezes o esforço era de um lado só... não posso negar que sinto saudades.

Saudades pelo hábito, por gostar, pela intimidade.
Por isso, sinto muito mais falta das coisas pequenas do que das grandes.

Sinto falta de abrir a geladeira da sua casa, de passar horas conversando com a empregada, de rir da sua irmã rindo pro computador.
Sinto muita falta dos almoços de domingo com o seu pai cozinhando, da sua madrasta discutindo qualquer coisa depois da segunda taça de vinho.
Sinto saudades das partidas de mexe mexe e sinto mais falta das risadas a troco de nada.

Você esteve presente em momentos muito importantes da minha vida.
Foi na sua garagem que bati meu carro pela primeira vez, no primeiro passeio de carro que fiz. Foi na sua casa que recebi a noticia que minha avó morreu, e nós, prontas para a festa, deixamos de ir. Eu por tristeza e você por consideração.

Sinto saudades de falar das pessoas do colégio, quando já estávamos na faculdade e ainda termos assunto para falar (mal) das pessoas. Tenho saudades de te ligar pra falar "coloca na Jovem Pan" e ficarmos cantando a música juntas, cada uma no seu viva-voz.
Tenho saudades de fazer paródias na casa da sua mãe, criar coreografias e depois fazer na balada, rolando de rir.

Tenho saudades de falar sobre e chorar por causa dos meus (ex)namorados e de ouvir dos seus . Tenho saudades de olhar pra você e saber exatamente o que você estava pensando...e sinto falta de quando você sabia o que eu estava sentindo sem eu precisar falar.

Lembrei das nossas viagens. No último mês em especial, lembrei da viagem mais importante da nossa vida. Sei que significou pra vocês todos a mesma coisa que significou para mim. A diferença é que hoje, eu falo sozinha e as pessoas pouco tem a trocar de lembranças, enquanto que vocês ainda tem a troca daqueles momentos.

Sei que hoje não é a mesma coisa e que se ainda convivessemos teríamos saudades desses tempos todos que não voltam mais. Mas talvez fosse mais fácil de matar as saudades.

Sei que meu orgulho, meus princípios e convicções não me permitiriam voltar atrás. Seria pagar um preço muito caro pelo que teria de recompensa. Pelo menos por enquanto ainda é assim.

Ainda é só uma nostalgia de domingo a noite que passa com o agito da semana.
Talvez se torne insuportável e eu passe a achar essa coisa de princípios a maior bobagem do mundo, como foi quando parei de falar com você por causa daquele menino que eu amava na oitava série e se tornou seu namorado.

Só espero que se um dia essa hora chegar, não seja tarde demais...
Porque a pior saudade que existe, é aquela que não tem mais como matar!

sábado, 1 de agosto de 2009

Só ele!

Quem te viu, quem te vê hein minha amiga?!
Quem diria que em pleno sábado a noite você ia estar aí, entre uma taça e outra de pró-seco, de frente pra tela do computador abrindo sorriso só por ver uma janelinha com um nome on-line.

Quer enganar quem que já esqueceu?
Assume de uma vez por todas que ninguém vai ocupar o lugar dele no seu coração...porque não vai mesmo.
Porque só ele faz você rir com uma piada boba, bem boba.
Só ele faz seu coração disparar quando lê o nome dele.
Só ele, tantas coisas, só ele.

O que fazer com isso?
Nada...Só esperar o dia que alguém aceite isso e tope seguir em frente com você. Ou aceitar ser sozinha, completamente preenchida por dentro.

Porque mesmo longe, mesmo depois de tanto tempo, só ele sabe te fazer feliz!

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Profile

Gosto...

De falar o que eu penso
De sentir cada momento do dia
De ir até o céu e voltar enquanto você fala sobre qualquer coisa.

De imaginar como seria
De torcer
De chorar vendo filme
De dar risada ouvindo música.

De lembrar de você
De imaginar você aqui
De ensaiar as palavras
De criar clipes na cabeça.

De ensaiar minha surpresa, na festa surpresa!
De dançar na abertura da novela
De rir dos outros
De provocar
De falar mal

De abraçar
De andar de mãos dadas
De falar inglês com sotaque
De dar risada no telefone

De pensar na sala da minha futura casa
De sonhar com os meus filhos
De dançar axé no quarto, arrumando a cama
De cantar no chuveiro

De pensar em você...
Seja você quem for!

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Insônia

Na sua estante

Te vejo errando e isso não é pecado,
Exceto quando faz outra pessoa sangrar
Te vejo sonhando e isso dá medo
Perdido num mundo que não dá pra entrar
Você está saindo da minha vida
E parece que vai demorar
Se não souber voltar ao menos mande notícias
Cê acha que eu sou louca
Mas tudo vai se encaixar

Tô aproveitando cada segundo
Antes que isso aqui vire uma tragédia

E não adianta nem me procurar
Em outros timbres, outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu

Você tá sempre indo e vindo, tudo bem
Dessa vez eu já vesti minha armadura
E mesmo que nada funcione
Eu estarei de pé, de queixo erguido
Depois você me vê vermelha e acha graça
Mas eu não ficaria bem na sua estante

Tô aproveitando cada segundo
Antes que isso aqui vire uma tragédia

Só por hoje não quero mais te ver
Só por hoje não vou tomar minha dose de você
Cansei de chorar feridas que não se fecham, não se
curam
E essa abstinência uma hora vai passar...

domingo, 26 de julho de 2009

Até mais

Todos os movimentos foram friamente calculados.
O momento mais do que colaborava, dava um empurrão e tanto...
"Dependendo da resposta (ou da falta dela), longe será mais fácil superar".

A primeira surpresa foi a aceitação sem hesitar.
O silêncio já era esperado.
Chegou o dia...

"Oi, td bem?"
"Oi..td e vc?"
"Tb. Sei que vc deve estar achando estranho depois de tanto tempo eu aparecer assim, do nada. Mas preciso te falar algumas coisas, para poder seguir em frente. E só agora é que tive coragem e disposição para isso."
"Diga..."

E foi esse simples "diga" que abriu a porta para uma nova fase. Depois de "falar" tudo o que era preciso, com todos os pedidos de desculpas aceitos, o alívio foi imediato.
Mais uma surpresa. O assunto não parou por aí. Ainda teve mais.
Por educação ou curiosidade, pouco importa, ele quis saber sobre a vida...e quis contar da sua.
Nos despedimos e dessa vez, foi com um "até mais".

Fique tranquilo. Estou seguindo o seu conselho.
"Todo dia é uma nova chance de ser feliz"

=)

quarta-feira, 22 de julho de 2009

AVISO IMPORTANTE!

A quem possa interessar:

Só quero dizer que a partir de hoje você será para mim exatamente o que eu sou para você.
Talvez não por dentro, mas, por fora, com certeza...
E se você estiver achando infantil da minha parte, saiba, a recíproca é verdadeira.
Sem mais!

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Where dreams come true...

Tem coisas que surgem na vida da gente, sem que a gente espere e entenda.
Em oito horas de voo (aquelas mesmas trabalhadas todos os dias) foi possível: assistir três vezes ao mesmo filme, comer um almoço ruim, ouvir crianças chorando e velhos roncando.
Depois do"Estamos chegando", só restou preencher os formulários, falar com a policial e entrar.

Entrar no mundo onde tudo é possível, basta querer.
Passar por mais um portão e entrar num outro mundo...Um mundo paralelo, onde tudo dá certo, é mágico, lindo e encantador.

Esqueça a sua idade, seus sonhos são possíveis, independente do mal que te atormenta. Abrace, tire fotos, chore, gargalhe, sinta medo...E lembre-se que a vida é uma só e hoje é a sua oportunidade única para celebrar!

Voltar a ser criança com 24 anos recém completos, foi isso que a vida me proporcionou.
E teria forma melhor de começar uma nova etapa?
O mundo ideal existe, com a fada madrinha que nos dá o "felizes para sempre".

E ele fica dentro de cada um de nós!

Everyone has their own star in the sky
There's one for you and me
Yes it's a magical light
(..)
If you open your heart
You keep the star as your guide
You know that love can save the day
The dreams that you hold
See how they turn into gold
So let the story be told right away

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Diz que fui por aí...

Chega, liga o computador, enquanto o outlook checa os e-mails vai até a copa e pega um café "fresquinho" na garrafa térmica. Ouve os recados na caixa-postal, tira o telefone da caixa. Responde os e-mails. E assim começa o dia.
Lá pras 11:00 manda e-mail para as amigas perguntando onde será o almoço que é sempre no mesmo lugar com exceção das sextas-feiras...12:00 sai pro almoço. 13 e pouco volta, toma outro cafezinho, dá "enviar e receber" e vai escovar os dentes.
18:00 já começa a pensar em ir fechando as coisas. Desliga o computador e vai...normalmente pro mesmo lugar, pelo mesmo caminho. Às vezes dá uma paradinha para fazer uma fofoca, porque ninguém é de ferro. E assim vai terminando o dia..

É sempre assim...não por ter algum distúrbio, mas pela rotina mesmo, sabe?
E agora, já não se sabe de nada.
Como será o amanhã? Responda quem puder...
Na verdade, só Deus é que sabe, mas já dá pra ter uma ideia.

Depois de três anos sem saber o que é descansar por mais de cinco dias, quando tinha um feriado prolongado ou uma conjuntivite, chegou a hora de aproveitar 20 dias.
20 dias sem saber o que é vaga, cliente, candidato, outlook, VR...
20 dias para conhecer lugares novos, enfrentar medos, superar desafios e fazer novos planos, olhando a vida com outros olhos.

Existe vida fora do escritório...
E É PRA LÁ QUE EU VOU!!

(até a volta)

sábado, 20 de junho de 2009

Copo de leite

Um dia como outro qualquer com um evento importante.
Saiu atrasada para o evento, o que não é surpresa.
Com a diferença que dessa vez o evento era bem longe de sua casa.
Chegou a tempo...nesse tipo de ocasião o horário marcado é sempre uma hora antes do oficial.

Se emocionou...a cerimônia foi simples, mas muito bonita, talvez justamente por isso.
Eles queriam estar ali, tinha que ser naquela hora, não daria tempo de se preparar para um monstruoso (e caro) evento.

Cumprimentos, lágrimas, fotos.

Até que chegou aquela hora que se não fosse brega, seria trágica.
"Atenção solteiras"....
Devido a escassez de solteiras, topou ir, mas só para fazer volume...

Depois daquela enrolação habitual, que todo mundo conhece, mas sempre cai, a noiva jogou.
E ela pegou.
Para tristeza daquela comprometida há 9 anos, que vê nessas ocasiões uma forma de cobrar do enrolão uma atitude.
Para alivio daquela que adora se divertir com os errados, sem se preocupar em encontrar o certo.

Não que fosse supersticiosa, mas ficou feliz com a sensação de que o vento soprou a seu favor.
Ainda que fosse só para ganhar suas flores prediletas....

terça-feira, 16 de junho de 2009

Enigma

Pode ser que meu sonho, seja assim:

Te dizer quase tudo que você é para mim
O que eu quero, o que eu espero
Sonho em te ver aqui
Sem rodeios, solto os freios
Canto o amor por ti
Se me calo, tenha claro
Que é por refletir
Nas minúcias das carícias
Que eu sonho em sentir
Ter teu gosto, ver teu rosto
Feliz a me pedir
Mais carinho, mais promessas
Que eu sonho em cumprir.

(Paralamas do Sucesso)

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Seja como for...

Eles já se conheciam antes de se conhecer.
Sabiam de suas histórias através de um amigo em comum.
Foram apresentados pessoalmente, nessas peças que o destino prega.

Ela namorando, ele também.
Se identificavam pela história de vida, pelo senso de humor, pelo gosto musical.
Ela terminou o namoro, ele estava prestes...Nenhum dos dois por vontade própria.

Passaram a ser companheiros e confidentes fiéis.
As conversas duravam horas, falavam sobre tudo...desde os amores até as absurdas mudanças climáticas.
Estavam sempre juntos, em todos os lugares.
Riam e choravam ao mesmo tempo, faziam piadas que só eles entendiam, se apoiavam, discordavam, faziam planos e se davam conselhos...

Só ele entendia quando ela queria ver o sol nascer na praia e sem pensar duas vezes, iam cantando Lulu pela Imigrantes.
Só ela entendia quando ele queria aproveitar a noite que, por conta do trabalho dele no restaurante, começava às três da manhã.

Era difícil não confundir as coisas.
Ela confundiu...e acabou deixando ele confuso.
Não deu certo.

Não era amor...

Nem mais, nem menos...
Era amizade.
E assim será...

domingo, 7 de junho de 2009

Todos em uma só.

Foi ali, naquela festa junina, quando os nossos- tímidos- olhares se cruzaram, que eu senti aquela sensação estranha. Mas foram as risadas durante as madrugadas no ICQ que me fizeram ter certeza.
Lembro como se fosse hoje das suas aparições na janelinha da porta da classe. Sempre perto do final da última aula. E o caminho entre a minha sala e o portão do cursinho se tornou muito mais interessante...
O início, sem dúvida, retratou exatamente como seria dali em diante. A música perfeita, o ambiente descompromissado, o segredo- o nosso segredo.
Não sei ao certo quando começou. Se foi no dia que vi a sua foto junto com meus amigos, se foi no dia que me deu carona quando eu estava com o pé quebrado ou se foi no dia que você disse que já tinha entendido tudo.

Depois de passada a emoção do começo, foi o seu sorriso naquela minha visita surpresa na sua escola que me fez acreditar que seria infinito enquanto durasse...e eu jurava durar para sempre.
Como foi bom ter você por perto, vivendo o mesmo momento que eu. As aulas de literatura aos sábados ganharam um sabor especial contando com o Milk Shake do Bob´s na saída.
As idas e vindas, sem despedidas, nem reconciliações. Nosso entendimento pelo olhar. As primeiras flores da minha vida, acompanhadas do primeiro jantar no dia dos namorados. Confidências, planos e promessas.
Foi forte, intenso. Nossas músicas, nossas paisagens, nossas viagens- sozinhos e acompanhados. As cócegas, as guerras de água e de areia, as piadas, as conversas sérias, as revelações, o seu suspiro para dizer pela primeira vez na vida "eu te amo", que me fez acreditar em tudo.

Mas, pela imaturidade apropriada, pelos objetivos distintos e pelas escolhas tomadas, não foi assim.
Sabíamos que não duraria para sempre, mas foi ótimo e essencial enquanto durou.
Palpites, desencontros, amizades erradas e fim, "não era para ser".
O ciúmes, os pais, as diferenças, as brigas. A dor, as lágrimas (as minhas e as suas)...tudo isso colocou nossa certeza em jogo. E ela perdeu.

O amor não tem fim.
O que tem fim são as histórias escritas por ele.
Mas, um dia, chega a hora de escrever uma história sem fim, por algum motivo que ninguém conseguiu descobrir ainda.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Aquele abraço...

Sentia frio como há muito tempo não sentia.
Estava exausta e com fome, nada novo...

Abriu a geladeira, quase sem suportar o gelado...apesar da fome, nada pareceu interessante.
Recorreu ao armário- chá, perfeito!

Colocou a água para ferver, pegou a xícara, escolheu o sabor, pegou o adoçante.
Encheu a xícara, bem lentamente.
Veio a fumaça...

Ah, a fumaça...tanta coisa veio junto com ela.
Lembranças de um passado não muito distante em que frio significava descanso e descanso significava abraço.

Pulou pro abraço. Não era um abraço qualquer.
Era um abraço apertado, aconchegante, dado na hora certa- se é que existe hora errada para abraço.

Quando se deu conta, estava no sofá da sala, com a televisão ligada...
E as pernas sendo abraçadas pelos seus braços.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Preciso dizer??

Quando a gente conversa
Contando casos, besteiras
Tanta coisa em comum
Deixando escapar segredos

E eu não sei que hora dizer
Me dá um medo, que medo
É que eu preciso dizer que te amo
Te ganhar ou perder, sem engano
É que eu preciso dizer que te amo
Tanto...

E até o tempo passa arrastado
Só pra eu ficar do teu lado
Você me chora dores de outro amor
Se abre e acaba comigo
E nessa novela
Eu não quero ser teu amigo

Eu já não sei se eu "tô" misturando
Ah! Eu perco o sono
Lembrando em cada riso teu qualquer bandeira
Fechando e abrindo a geladeira
A noite inteira

(Dé, Bebel e Cazuza)

domingo, 31 de maio de 2009

Até parece...

Well I met him on a Sunday
And I missed him on Monday
Well I found him on a Tuesday
And I dated him a Wednesday
Well I kissed him on a Thursday
And he didn't come Friday
When he showed up Saturday
I said:
"Bye bye baby, bye bye"

quinta-feira, 28 de maio de 2009

A procura

Ir ao cinema sem companhia alguma, era completamente fora de cogitação. Seria a maior confirmação de solidão.
Por conta disso, ficou anos sem assistir filmes fora de casa.

Mas, quando viu a estreia daquele, não resistiu. Não aguentaria esperar meses para assistí-lo. Criou coragem e foi.
Sentou-se na fileira do meio, na poltrona da ponta.

Já no trailer, se emocionou. Pela situação, mesmo. Por ver que mesmo depois de tanto tempo, tudo continuava igual. Inclusive ela.

O filme.
A personagem vivia amores desastrosos.
A cada desilusão, uma confusão de bebidas, cigarros, números e nomes...
E na volta para casa, aquela mesma sensação: cabeça pesada- ressaca e consciência, coração apertado- saudade e solidão.

Levantou, foi embora. Não queria ver o fim, qualquer que fosse.
Percebeu que naquela confusão, só existia uma real vontade da tal personagem: ser feliz.
Chegou em casa e queimou todos livros de autoajuda, com aquelas frases feitas sem o menor tom de realidade.

Podia não estar no caminho certo.
Talvez até não existisse caminho certo.
E por isso mesmo, desistiu de procurar...

domingo, 24 de maio de 2009

Se...

Nos conhecemos.
Pelo olhar, pelo tom de voz, pela palavra, pelo sorriso.
Nos reconhecemos.
Pelo cheiro, pelo passo, pela risada.

Nos identificamos pelos gostos.
Nos estranhamos pelos hábitos.
Nos aproximamos e afastamos.

Então?
....

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Fé no Chico!

Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão, não.

A minha gente hoje anda
Falando de lado e olhando pro chão.
Viu?

Você que inventou esse Estado
Inventou de inventar
Toda escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar o perdão.

Apesar de você amanhã há de ser outro dia.
Eu pergunto a você onde vai se esconder
Da enorme euforia?

Como vai proibir
Quando o galo insistir em cantar?
Água nova brotando
E a gente se amando sem parar.

Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros. Juro!

Todo esse amor reprimido,
Esse grito contido,
Esse samba no escuro.

Você que inventou a tristeza
Ora tenha a finezade “desinventar”.
Você vai pagar, e é dobrado,
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar.

Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Ainda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não queria.

Você vai se amargar
Vendo o dia raiar
Sem lhe pedir licença.
E eu vou morrer de rir
E esse dia há de vir antes do que você pensa.

Apesar de você
Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Você vai ter que ver
A manhã renascer
E esbanjar poesia.

Como vai se explicar
Vendo o céu clarear, de repente,
Impunemente?

Como vai abafar
Nosso coro a cantar,
Na sua frente.

Apesar de você
Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.

Você vai se dar mal, etc e tal,
La, laiá, la laiá, la laiá…….

terça-feira, 19 de maio de 2009

Valsinha com afeto

Um dia ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar
Com açúcar, com afeto, fiz seu doce predileto
Olhou-a dum jeito muito mais quente do que sempre costumava olhar
Pra você parar em casa
E não maldisse a vida tanto quanto era seu jeito de sempre falar
Qual o quê
E nem deixou-a só num canto, pra seu grande espanto convidou-a pra dançar
Com seu terno mais bonito
E então ela se fez bonita com há muito tempo não queria ousar
Você sai, não acredito
Com seu vestido decotado cheirando a guardado de tanto esperar
Quando diz que não se atrasa
Depois os dois deram-se os braços como há muito tempo não se usava dar
Você diz que é operário, vai em busca do salário pra poder me sustentar
E cheios de ternura e graça foram para a praça e começaram a se abraçar
Qual o quê
E ali dançaram tanta dança que a vizinhança toda despertou
No caminho da oficina, há um bar em cada esquina, pra você comemorar, sei lá o quê
E foi tanta felicidade que toda cidade enfim se iluminou
Vem a noite e mais um copo, sei que alegre ma non troppo, você vai querer cantar
E foram tantos beijos loucos, tantos gritos roucos como não se ouvia mais
Quando a noite enfim lhe cansa, você vem feito criança pra chorar o meu perdão
Que o mundo compreendeu
E ao lhe ver assim cansado, maltrapilho e maltratado ainda quis me aborrecer
E o dia amanheceu
Logo vou esquentar seu prato, dou um beijo em seu retrato e abro os meus braços pra você
Em paz.

(pode ser um defeito, mas não consigo encontrar a poesia em trabalhar o dia inteiro, chegar em casa, ligar a tv e comer comida congelada)

sábado, 16 de maio de 2009

Aquele cheiro.

Precisava apenas escrever algumas palavras...
Queria colocar para fora a angústia que estava me perseguindo, como uma confidência, algo muito meu.

Peguei, então, aquele caderno que comprei há um tempo, mas nunca tinha usado.
Abri e veio aquele cheiro...
Cheiro de caderno novo.

Me perdi nas palavras.
Não lembrava mais o que me angustiava.
Lembrava apenas do cheiro e do que o cheiro me lembrava.

Os primeiros dia de aula.
O cheiro das canetas e borracha no estojo.
O perfume das professoras do primário.
Os amigos do ginásio e do colegial, que vi virar ensino médio.

Lembrei do All star e da calça de moleton azul cortada embaixo.
Da mochila, da parede e do quadro com a tabela periódica na frente da classe.
Da preguiça. Das piadas, sempre as mesmas e sempre engraçadas.
Do recreio, que virou intervalo.

Dos últimos dias.
Das despedidas.
Da guerra de tinta com grito de alívio.

A folha, em branco, ficou encharcada.
E foi, sem dúvida, o melhor texto que já escrevi.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Infinito enquanto dure.

Chegou o grande dia.
Véu, grinalda, buquê.
Carro, abraço, fraque.
Respira fundo.
Sorriso e lágrima- alegria, emoção e saudade...

"Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, por todos os dias da minha vida".
Festa.
Valsa.
Brinde.
"Enfim sós."

Anos depois...

Filhos.
Brigas. Problemas financeiros e com a família (de um e de outro).
Doenças- leves e graves.
Barriga.
Queda de cabelo e de outras coisas mais...

E no final do dia, aquele "boa noite" com o olhar de admiração e um sorriso que diz:
"Obrigada por estar ao meu lado mais um dia"

Será a morte capaz de os separar?



segunda-feira, 11 de maio de 2009

Desperdício

Acordou diferente aquele dia.
Ficou alegre até na hora de arrumar a cama. Levantou o lençol e viu o mundo ao seu redor.

Foi para o parque, não para correr, como de costume.
Sentou na grama, queria relaxar...deixar os problemas da semana, no passado. Queria sentir o mundo de uma forma diferente. Mais! Queria acreditar que poderia ser diferente.

Fechou os olhos.
Sentiu um toque nas mãos.
Arrepiou-se, mas não abriu os olhos. Não sabia se era fruto dessa tentativa de ver o mundo sob uma nova perspectiva ou se estava realmente acontecendo.

Imaginou quem era, obviamente, era quem gostaria que fosse.
Seu coração disparou.
Sorriu.
Sentiu o vento mais forte.

Percebeu que não sentia mais aquela presença ali.
Abriu os olhos...
Correu em direção ao corpo que passava pelo portão do parque.
Tarde demais.

Ele foi.
Para sempre.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Só rindo...

"Deixa eu brincar de ser feliz, deixa eu pintar o meu nariz"
(Los Hermanos)

sábado, 2 de maio de 2009

Leite derramado

Quer saber quando te olhei na piscina

Se apoiando com as mãos na borda


Fervendo a água que não era tão fria


E um azulejo se partiu porque a porta


Do nosso amor estava se abrindo


E os pés que irão por esse caminho


Vão terminar no altar, eu só queria me casar


Com alguém igual a você


E alguém igual não há de ter


Então quero mudar de lugar, eu quero estar no lugar


Da sala pra te receber


Na cor do esmalte que você vai escolher


Só para as unhas pintar


Quando é que você vai sacar


Que vão que fazem suas mãos


É só porque você não está comigo


Só é possível te amar...


Seus pés se espalham em fivelas e sandália


E o chão se abre por dois sorrisos


Virão guiando o seu corpo que é praia


De um escândalo charme macio


Que o corpo irá se derreter?


Que som os lábios vão morder?


Vem me ensinar a falar


Vem me ensinar ter você


Na minha boca agora mora o teu nome


É a vista que os meus olhos querem ter


Sem precisar procurar


Nem descansar e adormecer


Não quero acreditar que vou gastar desse modo a vida


Olhar pro céu só ver janela e cortina


No meu coração fiz um lar


O meu coração é o teu lar


E de que que adianta tanta mobília


Se você não está comigo


Só é possível te amar


Ouve os sinos, amor


Só é possível te amar


Escorre aos litros, o amor



(Nando Reis)








quarta-feira, 29 de abril de 2009

Nem lá, nem cá...

Quando se está no fim do caminho, ainda que não seja o esperado, é possível se preparar para lidar com ele.
Quando se está no início, ainda que saiba ser longo, motiva-se a prosseguir...afinal, o fim deve existir.

O grande problema é quando o fim não existe.
Às vezes, chega-se ao meio do caminho, olha-se para trás e percebe-se que apesar da longa caminhada, nada foi trilhado.
Percebe-se que na verdade não é o fim que não existe, é o caminho que não existe.

E o pior, foi você que se colocou e trilhou esse caminho imaginário.
E é você que não sabe sair dele.

Não existe bússola, mapa, muito menos posto de gasolina para pedir orientação.
É você e você.
Então...vire-se!

terça-feira, 28 de abril de 2009

Mil faces

Com Internet discada tudo era mais complicado. (será???)
Tinha que entrar no ICQ a meia-noite, quando era mais barato e- por que não?- mais divertido.
O barulho da máquina de escrever e o famoso "oou" só irritavam quem estava de fora.
O que irritava mesmo eram as vezes que a Internet teimava em cair e não levantar mais.

Depois veio a banda larga.
E com ela o MSN tomou lugar do ICQ e nasceu o Orkut.
O número de e-mails gratuitos aumentou e é raro alguém ter apenas uma conta...

Veio então o fotolog, o blog, o faceboock, o myspace, o linked in, o unyk (não necessariamente nessa mesma ordem) e agora, o mais novo de todos, o tal do Twitter.

Assim fica dificil manter apenas uma personalidade!!

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Viagem no tempo

Em 1994, meu primo de segundo grau, aos 35 anos, solteiro e sem filhos, comprou um MP 88 9(um carro daqueles bem antigos, com porta-malas na frente e motor atrás, com capota (de lona) removível e todo de madeira).
Não que meu primo fosse um amante de carros, mas é amante de coisas antigas.

Na família, virou motivo de piada. Sérgio nunca foi uma pessoa muito normal, mas os detalhes ficam para a próxima.

Por volta de 97, num domingo qualquer, Sérgio- formado em 5 cursos da USP (entre ele turismo e história), me convidou para um passeio no Museu do Ipiranga. Topei.
Lá fomos nós de MP...confesso que, aos 12 anos, a vergonha era enorme, afinal, não tem quem não olhe na rua.
Na volta, já a noite, em frente ao Parque do Ibirapuera, o pneu do MP furou. E o dono do carro não tinha a menor idéia de como trocá-lo. Foi uma aventura.
E por coincidência, se é que isso existe, nunca mais andei no MP.

Nesse final de semana recebi uma nova proposta.
O clube do MP estava organizando um passeio até Águas de São Pedro. Como meu pai mora em São Pedro, Sérgio achou uma ótima oportunidade de ir conhecer o sitio e me levar junto.
Morrendo de vergonha e medo, lá fui eu.

Talvez pela maturidade, talvez pela influência do ambiente- estrada, sol e 80 MPs juntos- já na saída do posto onde encontramos os sócios do clube, já comecei a mudar minha idéia sobre o passeio.
Me senti nos anos 50 (não que o carro seja dessa época), com a capota rebaixada, andando a oitenta por hora na Bandeirantes, achando uma delicia o vento no rosto, mesmo sem som.

Fiquei pensando em como deveria ser chique sair de carro até a Avenida Paulista, num passeio de domingo.
Nas curvas, vendo os carros de longe, parecia que estávamos num autorama.
Chegando na cidade, parecia a Banda, do Chico Buarque.

Na volta, o MP já cansado, fez um esforço um pouco maior. Mas me deixou em casa inteira e feliz.
Feliz por estar de volta, mas, principalmente, por ter me libertado de um trauma e ter tido a oportunidade de viver por alguns instantes, em anos que nunca vivi.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

And the Oscar goes to...

Não sei quem me indicou, mas, fui indicada para o Top Blog.

Não tenho pretensão de ganhar, até porque o blog não é muito famoso...Mas, fiquei feliz com a indicação (ainda que todo mundo seja) e decidi arriscar.

Afinal...

"Quem não arrisca, não petisca"

=)

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Parabéns

Não me convidaram
Pra esta festa pobre
Que os homens armaram
Pra me convencer
A pagar sem ver
Toda essa droga
Que já vem malhada
Antes de eu nascer...

Não me ofereceram
Nem um cigarro
Fiquei na porta
Estacionando os carros
Não me elegeram chefe de nada
O meu cartão de crédito é uma navalha...

Brasil!
Mostra tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim

Brasil!
Qual é o teu negócio?
O nome do teu sócio?
Confia em mim...

Não me convidaram
Pra essa festa pobre
Que os homens armaram
Pra me convencer
A pagar sem ver
Toda essa droga
Que já vem malhada
Antes de eu nascer...

Não me sortearam
A garota do Fantástico
Não me subornaram
Será que é o meu fim?

Ver TV a cores
Na taba de um índio
Programada prá só dizer "sim, sim"

Brasil!
Mostra a tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim

Brasil!
Qual é o teu negócio?
O nome do teu sócio?
Confia em mim...

Grande pátria desimportante
Em nenhum instante
Eu vou te trair

Não, não vou te trair...

Brasil!
Mostra a tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim

Brasil!
Qual é o teu negócio?
O nome do teu sócio?
Confia em mim...

Brasil!!

(Cazuza)

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Festa no céu

Minha avó paterna tinha algumas peculiaridades.
Mulher de fibra, guerreira, batalhadora. Sofreu a morte de seu filho mais velho, de 19 anos, num trágico acidente de carro.
Mas isso não tirou sua garra e vontade de viver. Continou firme e forte, se empenhava cada vez mais para ser boa esposa, mãe e avó.
Corinthiana roxa, torcia e vibrava pelo timão. Acendia velas, colocava água benta em cima da televisão...não lembro se chegou a ir ao estádio (era elegante demais para isso), mas lembro de sua torcida fiel ao time. Gostava também de fórmula 1, amava o Senna e mais uma vez colocava a água benta na televisão.

Meu avô materno é um exemplo de vida para mim.
Nasceu numa família pobre, casamento de português com índia, no interior de Minas Gerais, com 19 filhos como resultado.
Um dia resolveu sair da cidadezinha e crescer no mundo. Fez seminário, não porque queria ser padre, mas porque era o ensino disponível, começou a trabalhar no banco Nacional como contínuo. Foi crescendo, crescendo e chegou a diretoria.
Casou, teve três filhos, sofreu com a morte de uma filha (de 11 anos).
Era bem humorado, gostava de uma festa e amava muito o Corinthians.
Ia ao estádio religiosamente, ouvia os jogos no Opala azul na volta do sitio, assistia aos jogos em casa...
Fã de fórmula 1 e do Senna, vi pela primeira e única vez meu avô chorar no fatídico 1 de maio de 1994.

23 de abril de 1995.
Meu avô, depois de dois enfartos e uma cirurgia no coração, sofreu um enfarto fulminante, num domingo de manhã, dormindo, ao lado da minha avó que foi encontrá-lo cinco anos depois.
20 de abril de 2004.
Minha avó, depois de câncer de mama, cirurgias e vários tombos, acordou, depois de dias em silêncio por conta de um câncer no cérebro, nos telefonou, rezou um Pai Nosso e descansou, para sempre.

Ontem, depois de seis anos na seca, o Corinthians conquistou a vaga na final do Campeonato Paulista. E não poderia ter sido melhor...foi contra o São Paulo, campeão de tantas coisas nos últimos tempos.
Não podemos gritar vitória antes da hora. Mas a semana que seria triste, por conta da memória de pessoas tão queridas e especiais na minha vida, ficou feliz e já valeu por qualquer troféu.

Com certeza ontem teve festa no céu.
E foi tudo em branco e preto!

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Não esqueço num canto qualquer!

Pois é, este blog tem um ano de existência.

Seria hipocrisia da minha parte dizer que ele nasceu, assim, despretensiosamente.
Mentira!
Ele nasceu com um objetivo bem claro: ser o marco da minha nova vida...depois de deletar todo o passado, dentro do possível, resolvi começar uma nova etapa, numa folha (ou página) em branco.

Sempre gostei de escrever. Sempre mesmo.
Minha mãe tem textos meus de quando estava na segunda-série. Sim, já naquela época escrevia sobre a (minha) vida, os erros de português são frequentes, infelizmente o hábito de escrever veio antes do gosto pela leitura...mas é assim que a gente aprende!

Na escola, várias vezes deixava o professor de física falando sozinho sobre o Newton, enquanto divagava nas folhas do fichário. Adorava observar as pessoas na classe, escrever mal dos outros, colocar para fora os sentimentos do que tinha acontecido no recreio.

Os cadernos foram meus confidentes fiéis na época do vestibular.
Colégio, cursinho e inglês, quase me mataram. E eu tinha a companhia perfeita para desestressar...as folhas e a caneta. Entre uma conta e outra, lá ia eu escrever alguma coisa.

Quantas cartas não escrevi, estórias não inventei....pensamentos, sentimentos, postos para fora e sem dividir com ninguém.

Hoje o tempo é curto.
E o computador é o caderno de antes.
Falo das angústias do trabalho, da vida, do mundo.
Divido com o mundo e com ninguém...
Mas só de poder ainda ter um espaço na agenda para mim, já fico feliz.

Não penso em me tornar escritora.
Não tenho talento para isso e não quero que meu prazer se torne obrigação.
Escrevo porque gosto, me sinto bem e me faz feliz.
Escrevo quando tenho inspiração, vontade e tempo.

E que venham os próximos anos!

segunda-feira, 13 de abril de 2009

De repente...

Não era a primeira vez que terminavam, mas dessa vez parecia ser definitivo.
Pela falta de motivos, de brigas e do sentimento que pairava nos dois lados- tristeza.
Não houve berros, desaforos, nem telefonemas ignorados.
Houve choro, lamentação e promessas de ficarem amigos.

No final de semana seguinte, cada um viajou com sua família, na tentativa de se distraírem.
Impossível.
Tantas vezes tinham ido juntos para aqueles lugares. A saudade apertava e por isso se telefonavam com frequência.

Num desses telefonemas, ele contou para ela que tinha assistido a um filme...
- É lindo, amor. Me deu a sensação de que pode acontecer com a gente, mas sei lá, tenho medo disso.
- Mas, como é?
- Ah! É um casal que vive se encontrando e desencontrando durante sete anos.
- E no fim, eles ficam juntos?
- Não quero contar, quero que você assista e tire suas conclusões.
- Ah, me conta amor.
- Tá...Sim, mas eles se relacionam com outras pessoas no meio. Não quero que isso aconteça.
- Amor, se for preciso te esperar por 7 anos, eu espero. Eu já encontrei o homem da minha vida e se nós estamos em fases diferentes, vou esperar. Talvez seja preciso que nós conheçamos outras pessoas, para que cada vez mais nós tenhamos a certeza de que nós fomos feitos um para o outro.
- Obrigado! É por isso que eu já tenho certeza...

Ela procurou o filme para alugar, mas nunca encontrou.

Depois de dois anos, pararam de se falar, mas vez ou outra se esbarravam na rua e nem "oi" se davam.
Não tinham brigado, mas ele tinha seguido o caminho dele. E ela cumpria a promessa.

Quatro anos depois do diálogo sobre o filme, ela alugou.
Para sua surpresa, a cada cena mostrada dos encontros do casal, se lembrava de alguém..lógico que pensou muito mais nele, afinal, ele que indicara. Mas de alguma forma, lembrou-se de todos os seus relacionamentos passados.

Entre sorrisos e lágrimas, desligou o DVD.

Há tempos não se esbarravam na rua.
Quando, de repente, esbarrou- literalmente- nele.
E aquela esperança já enfraquecida pela realidade, voltou com toda força.

Só mais três anos....

"Tied up in ancient history
I didn't believe in destiny
I look up you're standing next to me
(...)
I didn't have the strength to fight
Suddenly you seemed so right
Me and you "

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Filosofando no trânsito...

Não existe amor não correspondido.
O que existe é ilusão não alimentada!
Enxuga a lágrima e engata a primeira...
Andou, finalmente!

sábado, 4 de abril de 2009

Trilha sonora

Costumava ficar agachada de frente para a vitrola da casa da minha avó, olhando a contra capa do LP do Bambalão, todos de laranja. Lá também ouvia meu avô fazer um "tumquichiquitum" cantarolando todas as músicas.

Lembro das viagens no carro, brincando de "A palavra é...", todos tinham a vez de falar a palavra...e para eu acertar pelo menos uma, meu pai sempre falava "Andréia" e meus irmãos e minha mãe, compreensivos, deixavam eu cantar "Andréia, Andréia uma barbuleta velha". Nessas, decorei "Oceano" do Djavan.

Aos domingos, íamos com meus avós na Churrascaria, que tinha um pianista. Minha avó sempre dava uma corjetinha e aproveitava para pedir "As rosas não falam". Hoje, quando meu pai ouve, não consegue esconder as lágrimas.
Nessa mesma linha, minha outra avó, mineira, dizia que a música de São Paulo para ela era "Ronda", e quem chora quando ouve, sou eu.

Chegou a era CD. Ganhei o meu primeiro- Sandy e Júnior "Tô ligado em você". Meus irmãos entraram na adolescência. Meu irmão gostava de Gabriel o pensador, Eric Clapton, Caetano e para dar uma descontraída, Só Pra Contrariar. Minha irmã comprava os CDs As 7 melhores da Joven Pan, mas era fã mesmo do Lulu, passando um pouco por Elis Regina, Ivete Sangalo, Titãs, Rita Lee, Marisa Monte e Adriana Calcanhoto.

Durante a escola, meus irmãos e eu tínhamos dia para ir na frente no carro e quem ia na frente, escolhia as músicas. Minha mãe escolhia na ida e a gente na volta. Minha mãe, quando não deixava naquela conhecida "começou um novo dia, já volta quem ia", gostava de Milton Nascimento, Chico Buarque e Fábio Júnior, mesmo rindo dizendo que era brega.

Meu pai cantava Fagner no banho. Ainda que negue até o fim..."Publicamente" cantava Caetano, Gil, Tom Jobim, João Gilberto e Milton Nascimento. Como tocava violão constantemente, cantava muita coisa diferente, mas gostava mesmo de tocar Toquinho e Vinicius.

Assim, fui construindo meu gosto musical.
Lembro do dia que vi que o Cazuza tinha morrido. Eu tinha cinco anos e aquilo me marcou. Ouvimos as músicas dele o dia inteiro e mesmo sem entender direito, fiquei triste. Achei que era a última vez que poderia ouví-las. Nascia, assim, meu grande ídolo.

Na pré-adolescência, ainda que negasse, era fã de Sandy Junior, a ponto de chorar quando o show acabava. Tinha todos os CDs, e fiquei arrasada no dia 6 de outubro de 2007 ao ir no último show dos dois juntos. Me identificava com eles, afinal a idade é muito próxima, sentia que eram meus amigos. E verdade seja dita, as músicas faziam muito sentido para a minha vida.

Na adolescência, segui a linha da minha irmã. Me dividia entre as músicas para dançar e as para "pensar"- em alguém ou na situação. Chico Buarque, Cássia Eller, Lulu Santos e- dessa vez para ficar- Cazuza, também foram importantes nessa fase.

Entrei na faculdade e pagode era moda. Ia toda semana cantar bobagens, me divertia...mas nunca levei aquelas letras a sério. Também fui em muitas micaretas e me comovia com aquela multidão levantando os braços na mesma hora gritando "chi-cle-te", apesar de saber que as músicas não significavam nada. Ia pela alegria não pela poesia.

Durante os namoros da vida, sempre foram criadas trilhas sonoras...Simply Red, CPM22, Guns´n Roses, West Life, Charlie Brown, Seal, Cold Play, Detonautas, Skank...Sempre que ouvíamos juntos, ficávamos emocionados. E quando o namoro acabava era impossível controlar o choro ao ouvir. Não pela letra, mas pela história.

A vida adulta chegou.
Ouço de tudo, muito...Seja brega, infantil, melancólico, poético ou engraçado...

É verdade que tenho minhas preferências de estilo. Mas independente disso, se a letra ou a melodia significarem algo, como diria Tim Maia, vale tudo.

Sou apaixonada por música.
Quando ouço uma música, é como se passasse um filme na minha cabeça, um clipe que ainda não fizeram.

Elas me trazem lembranças, boas e ruins.
Me fazem pensar nas coisas que ainda não aconteceram.
E, principalmente, me libertam para assobiar a minha vida como bem entender.

terça-feira, 31 de março de 2009

Em busca do equilibrio

Fazer 18 anos sempre foi um sonho...poder dirigir para qualquer lugar, ter liberdade, conhecer lugares novos e não depender de mais ninguém. Dizia que ia ter uma Santana Quantum, quatro portas e a placa seria ANA-2003 (ano em que completaria 18 anos).

Chegou o grande dia.

Descobri que o processo para tirar carta era bem mais demorado, mas tudo bem. Ao invés da Santana Quantum, ganhei um Corsa, usado...mas era lindo e a forma como ele veio já foi mais do que especial.

Ótimo.

Depois das aulas de CFC e práticas, o primeiro exame- deixei o carro morrer três vezes, fui reprovada. Quinze dias depois, após muito treino, passei, sem nenhum erro e sem pagar por isso.

Ganhei a liberdade que sempre sonhei, apesar de ainda ser dependente. Afinal, pagava a gasolina e os estacionamentos da vida (incluindo flanelinhas) com a ajuda dos meus pais...mas tudo bem. O carro era meu.

Batia, arranhava em colunas, fazia balizas bizarras e corria, nossa, como corria! Me achava o máximo atrás daquele volante. Adorava dar caronas, cantar no carro e chorar.

O Corsinha se tornou meu fiel companheiro. Ia para todos os lugares com ele. Rezava para a gasolina não acabar no meio da marginal, ou no caminho para aquela prova. Lembro da primeira vez que peguei estrada...fui para Santos, morrendo de orgulho.

Um belo dia de verão, no início das férias, estava indo buscar alguns amigos para irmos ao parque correr. Na Avenida Santo Amaro comecei a ter uma sensação estranha, que até hoje sinto, mas não consigo descrever.

Subi no viaduto em cima da Avenida Bandeirantes e pronto, a sensação piorou. Num impulso, brequei o carro, meu coração disparou, meu braço começou a formigar, achei que fosse morrer.

Durou segundos, mas pareceu uma eternidade.

Retomei a consciência, ouvindo buzinas e gritos "você é louca". Cheguei na casa dos meus amigos ainda muito assustada com o que tinha acontecido, mas não queria contar nada, estava morta de vergonha.

Pedi para um deles ir dirigindo até o parque. Como eles não tinham carro e adoravam dirigir, toparam na hora. E esse foi meu maior erro.

Depois daquele dia, os ataques tornaram-se frequentes e durante 6 meses tentei advinhar sozinha o que estava acontecendo, sem contar nada para ninguém. Me auto diagnostiquei com sindrome do pânico e decidi procurar uma terapia.
A essa altura, minha mãe, irmãos e namorado, já sabiam o que estava acontecendo. E cada um a sua forma dava um palpite e tentava ajudar...

A terapia, Lacaniana, foi muito útil para algumas coisas...Terminei meu namoro no meio do caminho, sofri com o casamento do meu irmão, etc...mas o pânico mesmo, passou longe. Decidi parar...era um processo muito doloroso voltar para casa mais angustiada do que tinha ido.

Comecei a trabalhar, me formei e rodeada de psicólogas já conseguia contar para as pessoas com menos vergonha..."não ando em pontes nem túneis, tenho um probleminha" e por aí vai...
Até que um dia, em uma conversa despretensiosa, encontrei a luz no fim do túnel. Possivelmente eu tinha labrintite...uma infecção no labirinto, mais comum em idosos.

Meu amigo Google me deu todas as informações necessárias. Possiveis causas e consequências, entre elas, a sindrome do pânico! Marquei otorrino. Ele só não me assustou mais porque não dava..."como você dirige até hoje?!". Mandou eu fazer um exame que segundo ele seria terrível, porém necessário para dar continuidade ao tratamento.
Não tive coragem de ir.

Mudei de carro, voltei para terapia (dessa vez uma abordagem mais humana)...mas a sensação continuava.

Um ano depois, resolvi mudar a situação. Já não aguentava mais depender dos outros, negar caronas, viagens e passeios. Além disso, as crises começaram a piorar...não conseguia mais andar em escadas rolantes, elevadores e às vezes até como carona passava mal.

Marquei otorrino, dessa vez, uma mulher que já tinha me atendido numa crise de garganta.
Contei para ela tudo o que tinha acontecido. Ela falou "Imagina que você tem labirintite, o que você tem é VBB, mas de qualquer forma, faça o exame...você não vai sentir nada!" Fiz os exames de sangue e marquei o tal otoneurológico.

Milhares de recomendações- nada de café, doces, açúcar, suco de maracujá e chá de camomila...tudo o que eu mais adoro nessa vida. Tudo bem, é por uma boa causa.

No dia do exame, fui com a minha irmã, pois minha mãe não podia ir.
Entrei na salinha, respondi a todas as perguntas. Tudo "ok". Começou o exame, a médica do laboratório super simpática e tranquila.
Cai da cadeira no primeiro zumbido do ouvido.
Tentamos de novo....E mais uma vez cai da cadeira.

A médica, super paciente, disse que era melhor eu voltar na médica e tratar da labirintite, antes de descobrir a causa, já que as crises estavam fortes e eu não conseguiria fazer o exame assim.

Ontem comecei a tomar o remédio.
Não queria...confesso.
Mesmo que seja por 30 dias, pensar na idéia de depender de um remédio para subir numa ponte me incomoda e muito.
Mas, é assim que tem que ser.

Sinto que estou no caminho certo...
E que venham as pontes e túneis para comprovar!

segunda-feira, 30 de março de 2009

Justiça?

Cheguei no trabalho e fiz meu ritual, que inclui ler as manchetes do UOL.
"Dona da DASLU foi detida".

Na hora me lembrei do fato ocorrido 4 anos atrás...recebi a noticia tomando sol na piscina em meio a frequentadores VIPs da loja, que eu nunca entrei.
Eles comentavam indignados: Presa por isso? Absurdo é o valor dos impostos...
Na época me indignei calada. Já tinha causado polêmica demais por conta da diferença social e naquele momento (estirada na piscina) não tinha mais moral para falar nada.

Hoje era diferente. Estava em meu ambiente de trabalho, palavra que eu desconhecia naquela época. Mas a reação foi outra...ao invés de pensar "bem feito", lembrei-me que ela está com câncer no pulmão, de suas boas ações e sua preocupação com o bem estar de seus funcionários (coisa rara hoje em dia). Não que justifique, mas são atitudes que demonstram caráter de alguém.

Além disso, de lá para cá, passei a pagar impostos, e vi como é caro.
Lembrei-me também que aquele grupo de frequentadores da DASLU indignados, com a qual convivi pouco mais de um ano, também não pagava impostos...inclusive o da casa onde estávamos ao saber da noticia. Não por falta de dinheiro, mas por não quererem perder a oportunidade de comprar mais um carro no ano por conta do IPTU da casa de praia.
Portanto vale lembrar que "ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão", ou 94, como preferir.

Na mesma semana, diretores e outros funcionários da Camargo Corrêa foram presos.
Desvio de verba, dinheiro sujo, lavagem de dinheiro...enfim, aqueles trambiques naturais de quem fica rico da noite pro dia sem ganhar na Mega Sena. Tem mesmo necessidade de prender? Não seria melhor uma outra alternativa, tipo cobrar as coisas ou incentivar a participação em ações voluntárias? Cadeia nem sempre é o melhor castigo. Eles sabem que serão soltos em no máximo 2 dias, e que voltarão aos escritórios e continuarão cometendo seus "crimes" a favor da qualidade de vida.

Deitada no sofá da sala, depois de uma semana cansativa, feliz com a sexta-feira, vendo novela, escuto barulho de tiros...comento com a minha mãe que fala "são fogos, filha". Otimista.
Pouco tempo depois escutamos as sirenes de policia e ambulância. Interfono para o porteiro e ele diz "um homem foi assassinado na nove de julho com a cidade jardim, em frente ao banco"...Na velha reação ao assalto...o assaltante? fugiu com o dinheiro. E aquele homem que voltava para casa, depois de um dia de trabalho, perdeu o fim da novela.

Afinal, o que é justiça?

quinta-feira, 26 de março de 2009

Saudades...

E por falar em saudade
Onde anda você?
Onde andam seus olhos que a gente não vê?

E por falar em beleza
Onde anda a canção que se ouvia
Na noite dos bares de então
Onde a gente ficava
Onde a gente se amava, em total solidão.

Hoje saio da noite vazia
Numa boemia sem razão de ser.
Da rotina dos bares, que apesar dos pesares, me trazem você.

E por falar em paixão, da razão de viver
Você bem que podia me aparecer
Nesses mesmos lugares, na noite nos bares...

Onde anda você?

(Vinicius de Moraes)

domingo, 22 de março de 2009

Caça ao tesouro

Numa tarde passeava tranquilamente pela cidade agitada.
Ouvia sua música predileta- pela melodia, pela voz do cantor e principalmente pela semelhança com sua vida.

Sentiu um vento no rosto.
Sorriu, gostava da brisa.

De repente, algo tapou seus olhos.
Era uma peça, semelhante a de um quebra-cabeça.
Continha uma mensagem...mas não conseguia decifrá-la.

Era uma informação, aparentemente sem importância...como muitas outras que já obtivera na vida.
De qualquer forma, guardou, com certo carinho.

Tempos depois, na praia, a onda do mar trouxe outra peça.
Teve esperança, talvez completasse a frase anterior...
Não! Era um outro pedaço sem sentido, mas de alguma forma eles tinham uma conexão.

Alguns meses se passaram.
E recebeu um e-mail com mais uma peça.
Era a que faltava, a peça do meio...que ligava o início da frase com o final.
Imprimiu.

Juntou as peças.
Mas ainda assim não conseguiu ler.
Criou uma série de hipóteses da mensagem.

Mais do que decifrar a mensagem, queria saber porque aquilo estava aparecendo na sua frente, para quê precisava saber daquilo tudo? O que fazer com aquelas informações?

No meio da confusão, decidiu dar uma volta para espairecer e quem sabe tomar uma decisão- esquecer aquilo ou continuar buscando sentido.
Colocou seu fone no ouvido e foi cantando pela rua...

"Eu quis te conhecer
Mas tive que aceitar
Caberá ao nosso amor o eterno não dá

Pode ser cruel a eternidade
Eu ando em frente
Por sentir vontade

Eu quis te convencer
Mas tive de insistir
Caberá ao nosso amor o que há de vir

Pode ser a eternidade má
Caminho em frente
Pra sentir saudade"

sexta-feira, 20 de março de 2009

No outono é sempre igual...

São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no meu coração....

quarta-feira, 18 de março de 2009

Caixa preta

"Um segredo e um amor
O que será maior em mim?
(...)
Se eu gritasse para o mundo ouvir
Até onde a voz pudesse ir
Eu não seria um sonhador
E nem mais um segredo, o meu amor"

Foi como ter aberto a caixa de Pandora, assim, sem querer.
Tudo fez sentido (ainda que só para mim).
Ficou na caixa a esperança e o segredo.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Novo começo...

Há um tempo vinha pensando sobre isso.
Tinha a sensação de que acordara depois de anos dormindo.

De repente veio uma sensação estranha.
Foi lembrando desses anos de sono, como um filme.

Dizem que quando a morte chega, passa um filme da vida.
Medo.
Não queria morrer agora que estava compreendendo tanta coisa....que tinha literalmente acordado para a vida.

Lembrou das viagens, das músicas, dos vícios e principalmente das pessoas.
Da dedicação, preocupação, noites em claro no telefone.
Tudo isso acompanhado das sensações, como se estivesse vivendo naquele instante: o sorriso chorando por dentro, o choro sem motivo, a raiva, a frustração, a inveja, a vontade!

Se estivesse num pesadelo, queria acordar.
Se estivesse para morrer, queria morrer logo.
Mas queria que acabasse, de uma vez por todas...não queria mais ver aquilo.

Acabou.
Respirou fundo.
Alivio, não tinha morrido.

Se olhou no espelho.
Estava diferente.
Sentia o coração pulsar forte.

Apareceu um sorriso no rosto.

E dessa vez, era de verdade.
Sem motivo e com todos os motivos.
Era como se tivesse acabado de nascer.