sábado, 19 de outubro de 2013

Apesar de vocês....

Venho aqui declarar minha indignação.

Lutamos tanto pela liberdade de expressão, pelo direito de falarmos o que pensamos...e então, alguns dos lutadores, decidem exigir o direito pela privacidade.

Sou da teoria de que quem não deve, não teme.
Tem medo do que podem publicar da sua vida, sendo você uma figura pública? Desculpe, você deve ter motivos para estar preocupado.

Tudo na vida tem seu preço.
O do artista é ter que estar disponível para seu público, que sustenta seu trabalho.
Se você tem certeza que não é comercial, pare de vender CDs, DVDs, cobrar seus shows e livros -ó que ironia- e divulgue seu trabalho de graça...ou limite-se a cantar nos jantares da sua casa, para seus amigos.

Meus livros prediletos são biografias...passei a amar mais meus dois grandes ídolos, depois de ler suas histórias narradas por outras pessoas.
Aceitei seus erros e fiquei feliz de saber que eles erraram...isso os torna mais próximos de mim.

Se você prefere bancar o "cool", intelectual com a vida preservada, sorry... Você só merece o meu desprezo. Não tolero hipocrisia, não mesmo.

Caetano, Gil e Chico, vocês caíram no meu conceito....estou realmente decepcionada.

E digo de boca cheia...se lançarem um livro sobre vocês, farei questão de não comprar.
Não vou dar IBOPE pra artista que quer ficar no anonimato.

Fico com Giane, Cazuza, Cássia Eller e Lobão, que tiveram suas vidas expostas e, cada um a sua maneira, lidava muito bem com isso.

É proibido proibir!

Sem mais....


sábado, 29 de junho de 2013

De mãos dadas

A morte não é nada.
Eu somente passei
para o outro lado do Caminho.

Eu sou eu, vocês são vocês.
O que eu era para vocês,
eu continuarei sendo.

Me dêem o nome
que vocês sempre me deram,
falem comigo
como vocês sempre fizeram.

Vocês continuam vivendo
no mundo das criaturas,
eu estou vivendo
no mundo do Criador.

Não utilizem um tom solene
ou triste, continuem a rir
daquilo que nos fazia rir juntos.

Rezem, sorriam, pensem em mim.
Rezem por mim.

Que meu nome seja pronunciado
como sempre foi,
sem ênfase de nenhum tipo.
Sem nenhum traço de sombra
ou tristeza.

A vida significa tudo
o que ela sempre significou,
o fio não foi cortado.
Porque eu estaria fora
de seus pensamentos,
agora que estou apenas fora
de suas vistas?

Eu não estou longe,
apenas estou
do outro lado do Caminho...

Você que aí ficou, siga em frente,
a vida continua, linda e bela
como sempre foi.
Santo Agostinho

sábado, 15 de junho de 2013

Meu caro amigo

Sempre me interessei pela ditadura.
Acredito que todo sofrimento e toda limitação da época, proporcionou o surgimento de grandes artistas e obras.
Arrisco a dizer que minhas músicas favoritas são a respeito daquele tempo (mesmo gostando muito de músicas divertidas, que me fazem dançar e rir do tipo "vodka ou água de coco").

Costumava dizer que se tivesse vivido naquele tempo, certamente seria uma revolucionária, que lutaria pela causa.
De forma contraditória, assistindo "Anos Rebeldes", que virei fã por conta da minha irmã, ficava incomodada com o comportamento mais hostil dos líderes revolucionários, chegava a achar chato e pensar "mas gente, eles não pensam em outra coisa?"
E dava para pensar?

Fácil criticar e apontar o dedo.
Tanto para os mais chatos, quanto para os alienados (várias vezes eu pensava "e essa galera preocupada com os filmes dos EUA, no meio do caos?").

Sempre tive orgulho dos "caras pintadas", que tiraram do poder aquele que era contra os marajás. Eu tinha 6 anos, nem sabia direito o que estava acontecendo e o que aquilo representava, mas lembro como se fosse hoje, da transmissão ao vivo e cada grito eufórico após um voto "sim".
Sinto orgulho porque aquilo era o saldo positivo da luta dos anos 60.
Tivemos o direito do voto, fomos iludidos e tiramos do poder aquele que nos traiu.
Exercício completo da democracia.

Só que passou.
A poeira baixou e a minha geração já estava confortável politicamente (nasci um ano depois do Diretas Já).
A gente só queria saber de diversão e arte, política e economia não chegavam nas nossas mesas de bar.
Eu particularmente sempre achei muito chato e usava do "política e religião não se discute"para não evidenciar minha ignorância a respeito do assunto.

Cheguei a arriscar algumas vezes, me limitando a dizer que o pessoal que lutou para que nós fossemos de fato um país democrático, deviam estar decepcionados com o que fizemos com isso: nada.

Agora, estou me sentindo numa revolução.
Sem entrar no mérito partidário, outro dia senti medo. Ví uma propaganda do Lula com a Dilma, comemorando o aniversário do PT e falando de como eles são bons para o Brasil, etc...Pera lá, o Brasil não é do PT, o Brasil é do povo que escolhe, muitas vezes sem saber direito como escolher.
Mas a revolução não é exatamente por isso.

Não?

É pelo aumento abusivo das tarifas de transporte público- R$0,20.
Os R$0,20 mais caros do Brasil.
Custaram carros quebrados, pessoas machucadas, lojas em reforma. Medo, pânico.

R$0,20, é isso mesmo?

De repente, me vi do lado das senhoras dos "Anos Rebeldes"chamando os revolucionários de baderneiros.
Parei para refletir.

Os R$0,20 foram de fato a gota d'agua.

O povo cansou de tanta impunidade, da desigualdade...da falsa democracia em que vivemos (a obrigação pelo voto merece um outro post).
As pessoas que estão ali gritando nem lembram mais porque começou, só sabem que querem mudança.

Não é uma greve que vai ser resolvida com uma negociação.
É uma luta que tem que acabar com um acordo.

Continuo não gostando da violência, da depredação.
Continuo com medo de vandalismo.

Mas agora torço para que isso dê resultado.
Para que as pessoas comecem a refletir e passem a estudar melhor em quem votar, sem ser através do horário político.

Que a gente finalmente entenda que damos o poder para nossos eleitos e que eles devem nos representar e não rir da nossa cara e fugir do CQC.

Boa sorte Brasil!
Eu me orgulho de você.


segunda-feira, 15 de abril de 2013

É só relaxar e aproveitar...

Ontem lá estive eu novamente naquele teatro.
Teatro que me apresentou Fantasma da Ópera, minha grande paixão artística.
Foi lá também que tive minha colação de grau, o momento mais importante da minha vida profissional, sem dúvida alguma.

O público mudou desde a primeira vez que estive lá. O teatro está mais democrático e por se tratar de um musical baseado em um filme da Disney, acredito que o interesse tenha aumentado.
A verdade é que quando as luzes se apagaram, todos estavam encantados.

Viramos crianças, admirados com os efeitos especiais, com os animais passando pelo meio do público.
As danças 100% sincronizadas. As músicas animadas, mesmo nos momentos de maior tensão.
A filosofia da história- auto-estima, luta pelo poder, caráter, relações familiares- quem é bom e quem não é?
Tudo isso me fez ficar por duas horas e meia hipnotizada...no jogo de luzes e sombras, palmas e cantoria, como se estivesse sozinha, no meio de tanta gente e tanta informação.

Lembrei de quando vi a parada na Disney e me emocionei, porque ali a Cinderela e a Pequena Sereia, minhas ídolas de infância, eram de verdade....e ontem, pude ver Simba e Nala ao vivo. Eles que foram minha primeira fita K7 e me animavam nos domingos a tarde de programação ruim de tv.

Saí de lá com a sensação que sempre saio dos musicais.
Deveria ser atriz, sempre penso que os artistas estão se divertindo mais. Aqueles movimentos incríveis, aquelas coreografias mágicas. Inspirador.

Quem sabe um dia.

Hoje, fico apenas com a alegria que aquele momento me trouxe.
E quero que perdure por muito mais tempo...

Hakuna Matata!!

sábado, 16 de março de 2013

O que a gente precisa.

Não esqueço de uma aula de psicologia da educação em que a professora falou "não tem nada mais injusto que dizer para uma criança, quando ela se machuca, que não foi nada. Como assim "não foi nada?"e essa dor que eu estou sentindo?". A orientação da professora para estes casos, era dizer "eu sei que está doendo", dar um beijo, colocar gelo, ou qualquer outra providência prática, mas focar no carinho e na compreensão da dor.

Isso serve não só para as crianças...mas para qualquer pessoa que vemos que está sofrendo por algum motivo, seja esse qual for. Não existe situação menos ou mais grave, que justifique ou não um choro. Sofrimento é sofrimento e é ruim, por isso, deve ser respeitado e compreendido.
Conselhos, palavras como "vai passar", "já passei por isso", amenizam, mas não resolve. Naquele momento, o que você mais precisa é de compreensão.

Por vezes, chegamos a acreditar que é fraqueza se sentir mal por algum motivo. Temos vergonha de chorar, de pedir colo, de dizer "preciso de ajuda"....isso porque quando expomos nossos sentimentos, ouvimos que "não foi nada".

Foi sim.
E não foi bobagem e nesse momento eu custo a acreditar que vai passar....apesar de saber que sempre passa, nesse momento parece ser infinito.

Por isso, quando eu estiver chorando, sofrendo, seja lá por qual motivo, só me abrace e diga "eu te entendo". Isso sim irá me ajudar.

Obrigada!

quinta-feira, 7 de março de 2013

Chegou a hora

A última gota caiu. Sem motivo e com todos os motivos, ao mesmo tempo.
A vida está me exigindo, me implorando, um ato de coragem.

Não está sendo fácil...coloco critérios distintos na balança e parece que ela sempre está equilibrada...não há lado que pese mais.
Nessas horas queria acreditar em horóscopo, vidente ou algo que me dissesse: faça isso.

Mas como eu disse, preciso de coragem.
Coragem para assumir a minha vontade e bancar a decisão, sem atribuir a responsabilidade a mais ninguém.

Afinal de contas, quem vai desfrutar da felicidade e do alívio dessa decisão, serei eu.

Que Deus me ajude e me guie.
Amém.