quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Doidera no rolê

Desde que a nova lei da faixa de pedestres foi divulgada estou querendo escrever sobre o assunto.
Mas, tanta coisa aconteceu e a tão famosa desculpa da falta de tempo sempre presente, acabei não escrevendo.

Foi bom.

Porque agora o assunto está a tona na minha cabeça por conta de outro fato, bem mais comentado que a tal faixa...e aqui falo do "rolezin", "rolezinho", "rolezão"...sei lá.

O que me incomoda é a falta de bom senso.
Vamos lá...não é porque eu tenho carro que eu deixei de ser pedestre, logo, consigo enxergar muito bem os dois lados da moeda. Dependendo do cruzamento, principalmente os que não possuem sinalização, chega a ser perigoso o carro parar para que o pedestre atravesse a rua.
Mas, apoiados pela lei, os pedestres perderam a noção do perigo, literalmente. Chegam a atravessar sem olhar e se você para em cima, no susto, ainda olham feio.
Na Paulista, para sair de alguns estacionamentos você precisa atravessar a calçada...Não há cidadão que pare e seja solidário, e o motorista malvado é então obrigado a jogar o carro e fazer as pessoas pararem "na marra".

No mundo dos meus sonhos, as pessoas teriam o bom senso de entender "aqui para o carro é mais dificil, então não me custa deixar ele passar e eu atravessar depois". Até porque, eu faço isso, tanto como pedestre, tanto como motorista.
Mas o mundo egoísta, apressado, ansioso e ocupado, torna a simples tarefa de atravessar a rua ou um cruzamento, em uma batalha.

E o que isso tem a ver com o "rolezinho?"
Tudo.

O baile funk de rua foi proibido. O que acontece num baile funk? Provavelmente as mesmas coisas que acontecem na Gambiarra- festa que adoro e frequentei por muito tempo. Música divertida, paquera, fotos, bebida e confusão.

A Gambiarra, não sei se sabem, também foi proibida. O hotel onde acontecia a festa solicitou a saída da festa de lá. O que foi feito? Invasão em prédios, shoppings, etc? Não. Procurou-se outro lugar para fazer a festa.
Lugar este muito melhor, mais aberto, arejado...eu amava!

O shopping tem regras. Eu já levei bronca de segurança de shopping, quando, muito antes de existir celular com câmera, fui fazer um trabalho de escola no Shopping Ibirapuera e ia tirar uma foto. Isso era proibido em 2001. O que eu fiz? Bati no guarda, quebrei a loja e comecei a gritar...MENTIRA. Guardei a máquina e pedi desculpas. Regras são regras, foi assim que fui educada.

Aliás, meu pai nunca deixou que meus irmãos e eu fossemos ao shopping sem que tivéssemos um objetivo- ir ao cinema, almoçar, jantar...- ou seja, não podíamos ir só para passear ou dar um rolê, se preferirem. Talvez por ter sido educada assim que fiquei revoltada com o tal "rolezinho".

Todo mundo tem o direito de se divertir, de aproveitar o tempo livre, onde quiser. O problema é o como. Por favor, não venham me dizer que foi um manifesto contra o consumo. Eu também me revolto com os preços das lojas do JK Iguatemi. Mas há quem goste e compre, e essa pessoa merece o meu respeito, tanto quanto quem perdeu o baile funk...isso é que se chama igualdade.

O shopping tem que ter livre acesso e o preconceito não pode ser colocado em prática de maneira tão explicita, quanto pessoas inocentes serem presas a troco de nada. Ao mesmo tempo, pessoas inocentes não devem sofrer num passeio de férias porque outras pessoas estão revoltadas.

Eu acho que o rolezim está longe de ser um manifesto popular contra o consumo. Eu acho que é um grito dos jovens pela liberdade. Pena que não fazem isso no parque, na rua do prefeito ou na prefeitura. Fazem no shopping....que não vai dar em nada, como nada dá.

As pessoas que estão defendendo que o rolezinho é um tapa na cara da burguesia, deveriam pensar na atitude delas antes de qualquer coisa. Todo mundo que aplaudiu o movimento não comprou presente de natal para os familiares? Não vão ao cinema de shopping?

Cuidado pessoal. Nem sempre defender os "desfavorecidos" é o caminho da justiça. Justiça para mim é IGUALDADE e eu aprendi que o direito de um começa quando acaba o do outro.

Portanto, continuo deixando os carros passarem quando estou a pé num cruzamento mais complicado e continuo deixando os pedestres passarem quando não tem farol para que eles consigam atravessar com calma.

Continuo torcendo para que a educação e a saúde cheguem a todos. E o bom senso também.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Leia-se

E assim eu começo o ano de 2014...concluindo a leitura de um livro.

Mais uma vez, consta na minha listinha de resoluções de ano novo ler um livro por mês. Espero que esse ano eu consiga cumprir.

"Seja a pessoa certa no lugar certo" do Eduardo Ferraz (Editora Gente,2013), me foi presenteado pelo meu marido...preferi acreditar que não se tratava de nenhuma indireta, mas sim de um estímulo para minha profissão, afinal, o livro auxilia as pessoas a identificarem seus perfis profissionais e de certa forma, esse é o meu trabalho.

Não gosto muito de livros de autoajuda. Puro preconceito, afinal, jamais li algum para ter a certeza de que não funcionam. Mas, por vezes, chego a questionar o quanto esses livros não são meus concorrentes.

Alguns momentos desse, chegamos a pensar em autoajuda...afinal ele dá conselhos claros, para cada tipo de perfil que ele determina. Mas, o bacana do livro realmente é a técnica para identificação do perfil.

De certa forma ele desmistifica o fato que sempre me incomodou na psicologia- a de que o profissional sabe mais sobre você do que você mesmo- balela! O psicólogo tem o papel de te propor reflexões, que no final das contas, é o resumo do livro: descubra-se.

Você pode usar ou não as técnicas propostas (eu utilizei e gostei muito do resultado, bem coerente com aquilo que percebo a meu respeito), mas o exercício de refletir a respeito de si mesmo é muito interessante, principalmente para quem está, assim como eu, a procura da felicidade....

Feliz ou infelizmente, não tem segredo, nem receita.
Basta começar.

Bom começo!!