domingo, 31 de maio de 2009

Até parece...

Well I met him on a Sunday
And I missed him on Monday
Well I found him on a Tuesday
And I dated him a Wednesday
Well I kissed him on a Thursday
And he didn't come Friday
When he showed up Saturday
I said:
"Bye bye baby, bye bye"

quinta-feira, 28 de maio de 2009

A procura

Ir ao cinema sem companhia alguma, era completamente fora de cogitação. Seria a maior confirmação de solidão.
Por conta disso, ficou anos sem assistir filmes fora de casa.

Mas, quando viu a estreia daquele, não resistiu. Não aguentaria esperar meses para assistí-lo. Criou coragem e foi.
Sentou-se na fileira do meio, na poltrona da ponta.

Já no trailer, se emocionou. Pela situação, mesmo. Por ver que mesmo depois de tanto tempo, tudo continuava igual. Inclusive ela.

O filme.
A personagem vivia amores desastrosos.
A cada desilusão, uma confusão de bebidas, cigarros, números e nomes...
E na volta para casa, aquela mesma sensação: cabeça pesada- ressaca e consciência, coração apertado- saudade e solidão.

Levantou, foi embora. Não queria ver o fim, qualquer que fosse.
Percebeu que naquela confusão, só existia uma real vontade da tal personagem: ser feliz.
Chegou em casa e queimou todos livros de autoajuda, com aquelas frases feitas sem o menor tom de realidade.

Podia não estar no caminho certo.
Talvez até não existisse caminho certo.
E por isso mesmo, desistiu de procurar...

domingo, 24 de maio de 2009

Se...

Nos conhecemos.
Pelo olhar, pelo tom de voz, pela palavra, pelo sorriso.
Nos reconhecemos.
Pelo cheiro, pelo passo, pela risada.

Nos identificamos pelos gostos.
Nos estranhamos pelos hábitos.
Nos aproximamos e afastamos.

Então?
....

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Fé no Chico!

Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão, não.

A minha gente hoje anda
Falando de lado e olhando pro chão.
Viu?

Você que inventou esse Estado
Inventou de inventar
Toda escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar o perdão.

Apesar de você amanhã há de ser outro dia.
Eu pergunto a você onde vai se esconder
Da enorme euforia?

Como vai proibir
Quando o galo insistir em cantar?
Água nova brotando
E a gente se amando sem parar.

Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros. Juro!

Todo esse amor reprimido,
Esse grito contido,
Esse samba no escuro.

Você que inventou a tristeza
Ora tenha a finezade “desinventar”.
Você vai pagar, e é dobrado,
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar.

Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Ainda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não queria.

Você vai se amargar
Vendo o dia raiar
Sem lhe pedir licença.
E eu vou morrer de rir
E esse dia há de vir antes do que você pensa.

Apesar de você
Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Você vai ter que ver
A manhã renascer
E esbanjar poesia.

Como vai se explicar
Vendo o céu clarear, de repente,
Impunemente?

Como vai abafar
Nosso coro a cantar,
Na sua frente.

Apesar de você
Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.

Você vai se dar mal, etc e tal,
La, laiá, la laiá, la laiá…….

terça-feira, 19 de maio de 2009

Valsinha com afeto

Um dia ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar
Com açúcar, com afeto, fiz seu doce predileto
Olhou-a dum jeito muito mais quente do que sempre costumava olhar
Pra você parar em casa
E não maldisse a vida tanto quanto era seu jeito de sempre falar
Qual o quê
E nem deixou-a só num canto, pra seu grande espanto convidou-a pra dançar
Com seu terno mais bonito
E então ela se fez bonita com há muito tempo não queria ousar
Você sai, não acredito
Com seu vestido decotado cheirando a guardado de tanto esperar
Quando diz que não se atrasa
Depois os dois deram-se os braços como há muito tempo não se usava dar
Você diz que é operário, vai em busca do salário pra poder me sustentar
E cheios de ternura e graça foram para a praça e começaram a se abraçar
Qual o quê
E ali dançaram tanta dança que a vizinhança toda despertou
No caminho da oficina, há um bar em cada esquina, pra você comemorar, sei lá o quê
E foi tanta felicidade que toda cidade enfim se iluminou
Vem a noite e mais um copo, sei que alegre ma non troppo, você vai querer cantar
E foram tantos beijos loucos, tantos gritos roucos como não se ouvia mais
Quando a noite enfim lhe cansa, você vem feito criança pra chorar o meu perdão
Que o mundo compreendeu
E ao lhe ver assim cansado, maltrapilho e maltratado ainda quis me aborrecer
E o dia amanheceu
Logo vou esquentar seu prato, dou um beijo em seu retrato e abro os meus braços pra você
Em paz.

(pode ser um defeito, mas não consigo encontrar a poesia em trabalhar o dia inteiro, chegar em casa, ligar a tv e comer comida congelada)

sábado, 16 de maio de 2009

Aquele cheiro.

Precisava apenas escrever algumas palavras...
Queria colocar para fora a angústia que estava me perseguindo, como uma confidência, algo muito meu.

Peguei, então, aquele caderno que comprei há um tempo, mas nunca tinha usado.
Abri e veio aquele cheiro...
Cheiro de caderno novo.

Me perdi nas palavras.
Não lembrava mais o que me angustiava.
Lembrava apenas do cheiro e do que o cheiro me lembrava.

Os primeiros dia de aula.
O cheiro das canetas e borracha no estojo.
O perfume das professoras do primário.
Os amigos do ginásio e do colegial, que vi virar ensino médio.

Lembrei do All star e da calça de moleton azul cortada embaixo.
Da mochila, da parede e do quadro com a tabela periódica na frente da classe.
Da preguiça. Das piadas, sempre as mesmas e sempre engraçadas.
Do recreio, que virou intervalo.

Dos últimos dias.
Das despedidas.
Da guerra de tinta com grito de alívio.

A folha, em branco, ficou encharcada.
E foi, sem dúvida, o melhor texto que já escrevi.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Infinito enquanto dure.

Chegou o grande dia.
Véu, grinalda, buquê.
Carro, abraço, fraque.
Respira fundo.
Sorriso e lágrima- alegria, emoção e saudade...

"Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, por todos os dias da minha vida".
Festa.
Valsa.
Brinde.
"Enfim sós."

Anos depois...

Filhos.
Brigas. Problemas financeiros e com a família (de um e de outro).
Doenças- leves e graves.
Barriga.
Queda de cabelo e de outras coisas mais...

E no final do dia, aquele "boa noite" com o olhar de admiração e um sorriso que diz:
"Obrigada por estar ao meu lado mais um dia"

Será a morte capaz de os separar?



segunda-feira, 11 de maio de 2009

Desperdício

Acordou diferente aquele dia.
Ficou alegre até na hora de arrumar a cama. Levantou o lençol e viu o mundo ao seu redor.

Foi para o parque, não para correr, como de costume.
Sentou na grama, queria relaxar...deixar os problemas da semana, no passado. Queria sentir o mundo de uma forma diferente. Mais! Queria acreditar que poderia ser diferente.

Fechou os olhos.
Sentiu um toque nas mãos.
Arrepiou-se, mas não abriu os olhos. Não sabia se era fruto dessa tentativa de ver o mundo sob uma nova perspectiva ou se estava realmente acontecendo.

Imaginou quem era, obviamente, era quem gostaria que fosse.
Seu coração disparou.
Sorriu.
Sentiu o vento mais forte.

Percebeu que não sentia mais aquela presença ali.
Abriu os olhos...
Correu em direção ao corpo que passava pelo portão do parque.
Tarde demais.

Ele foi.
Para sempre.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Só rindo...

"Deixa eu brincar de ser feliz, deixa eu pintar o meu nariz"
(Los Hermanos)

sábado, 2 de maio de 2009

Leite derramado

Quer saber quando te olhei na piscina

Se apoiando com as mãos na borda


Fervendo a água que não era tão fria


E um azulejo se partiu porque a porta


Do nosso amor estava se abrindo


E os pés que irão por esse caminho


Vão terminar no altar, eu só queria me casar


Com alguém igual a você


E alguém igual não há de ter


Então quero mudar de lugar, eu quero estar no lugar


Da sala pra te receber


Na cor do esmalte que você vai escolher


Só para as unhas pintar


Quando é que você vai sacar


Que vão que fazem suas mãos


É só porque você não está comigo


Só é possível te amar...


Seus pés se espalham em fivelas e sandália


E o chão se abre por dois sorrisos


Virão guiando o seu corpo que é praia


De um escândalo charme macio


Que o corpo irá se derreter?


Que som os lábios vão morder?


Vem me ensinar a falar


Vem me ensinar ter você


Na minha boca agora mora o teu nome


É a vista que os meus olhos querem ter


Sem precisar procurar


Nem descansar e adormecer


Não quero acreditar que vou gastar desse modo a vida


Olhar pro céu só ver janela e cortina


No meu coração fiz um lar


O meu coração é o teu lar


E de que que adianta tanta mobília


Se você não está comigo


Só é possível te amar


Ouve os sinos, amor


Só é possível te amar


Escorre aos litros, o amor



(Nando Reis)