quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

2011 enfrentamentos

Então, lá vamos nós, 2011...

Um ano dificil, chato, puxado e longo, muito longo.
Confesso que já desconfiava que seria assim...depois de um ano sensacional, cheio de novidades como foi 2010, 2011 seria, no mínimo sem graça.

Comecei o ano na minha cidade predileta...mas numa festa estranha, com gente esquisita. E essa foi a primeira decepção do ano. O que era pra ser um festão, foi uma festinha bem da mixuruca.
Cortei o cabelo, voltei a trabalhar com as energias renovadas.
Me matriculei na academia, no inglês e no espanhol...não fui em nada, nadinha. Sempre tinha outras prioridades que não eu na minha vida.

Minha avó tinha um ditado que eu achava engraçadissimo, ela dizia "nossa gente, tá morrendo gente que nunca morreu".
E em 2011 tiveram várias mortes surpreendentes.
Primeiro foi a Amy Whinehouse...e assim como uma outra ídola minha, fiquei sabendo fora do país, dessa vez pelo facebook e com o alivio de ter ido ao show dela no inicio desse ano.
Depois vieram José de Alencar e Steve Jobs. Luto inter e nacional.
Porém, os que mais me assustaram foram a do meu avô, aos 91 anos, quietinho na casa dele, onde graças a Deus tive a chance de me despedir dois dias antes, sem imaginar que isso fosse acontecer...não naquela semana, não daquele jeito...
Dezembro chegou e ai tive um susto. Uma ligação, um choro ao fundo...Um bebê de 40 dias, é demais. De uma pessoa querida então, nem se fala. Como entender, como ajudar, como continuar firme??? Impossível. Foi a maior sensação de mãos atadas que tive na vida, minha única vontade era de trocar de lugar com a minha amiga...eu merecia sofrer, ela não.
Em menos de dois dias, outro telefonema. Um homem de 35 anos, cheio de energia, um dos responsáveis por eu ter aprendido (na marra) a trabalhar sob pressão, a abrir meus olhos pro mundo, sem perder um pouco da inocência, teve um enfarto fulminante no estacionamento do shopping depois do almoço, quando estava comemorando que finalmente tinha dado a volta por cima, depois de 2 anos com problemas no mercado de trabalho.
Ironicamente, com a morte dele, tive mais um aprendizado para a vida....Jamais devemos priorizar qualquer coisa que não seja nós mesmos.

Voltei para terapia...não estava mais conseguindo administrar tantas coisas. Foi difícil voltar, encarar o fato de que tudo que aprendi em 2009, deixei de lado em 2010 e até aquele momento.
Mais difícil ainda foi tirar de vez a venda dos olhos. A claridade incomoda tanto.
Senti na pele aquela máxima de que nascemos sozinhos e morreremos sozinhos. Buscar que o outro nos incentive a qualquer coisa é o cumulo do comodismo. Aprovação? De quem?? Não, isso não existe.
E essa foi a maior das lições que tive nesse ano.
Não posso esperar nada de ninguém, afinal, a vida é minha e se alguém tem que fazer algo por ela, sou eu.

Decidi então a me tornar prioridade...ignorar a falta de confiança daqueles que mais deveriam me dar suporte e credibilidade e ir atrás do que realmente me fazia feliz.
Sim, é possível arrumar os dentes depois de adulto, é possível emagrecer e sim, aquele que você menos espera pode ser aquele que mais compreenda a sua dificuldade e estará disposto a te ajudar...e se você pede ajuda, tem que estar disposto a dizer "errei e pago por isso"..e sabe, o retorno pode ser melhor que o esperado.
Família margarina não existe. Só no comercial e olhe lá.
Por isso, não vale gritar, espernear, implorar por ser levada a sério...o melhor é se afastar e lidar com a frustração de ficar sozinha do que com todas essas.

Outra grande frustração foram as minhas férias...o que era para ser um momento de relaxar, espairecer e finalmente descansar depois de 1 ano e meio exaustivo, foi de 80% de tensão, nervosismo e a sensação de fracasso e de não pertencer ao mesmo mundo que os demais.

Agora é estudar LIBRAS, voltar para a Academia, encarar o regime e colocar o aparelho...
Tchau 2011 e 2012, por favor, seja bonzinho comigo e me traga o retorno desse esforço todo.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Abri os olhos....

Fazia tempo que um livro não me prendia assim, que não me envolvia tanto na história de alguém.
São 01:08, não consigo parar de chorar...

Pentelha, essa é a palavra que melhor me descreve na infância.

Lembro da primeira vez que a Julia, amiga da minha irmã, 4 anos mais velha que eu, foi dormir em casa.
Na época ainda dividia o quarto com a minha irmã e vi em cima da cama dela uma sacola enorme, com uma coisa dura dentro.
Como toda criança curiosa, coloquei a mão e fiquei tentando advinhar o que seria aquilo...minha mãe me pegou no flagra e deu um berro, daqueles que fazem a gente pular.
Me justifiquei: Ah mãe, queria só ver o violão da Julia...
Sim, a minha breve análise me fez pensar que havia um violão dentro daquela sacola.
Minha mãe então me chamou no quarto dela....Imaginei que viria "a" bronca, por mexer nas coisas dos outros sem pedir, etc, etc...
Mas não...minha mãe me chamou para me explicar o que era aquilo. Lembro como se fosse hoje:
Filha, a Julia tem um problema na coluna que chama Escoliose. É como se tivesse um "S" nas costas dela. Por isso, ela precisa usar um colete, que vai do pescoço até o final das costas, para colocar tudo no lugar. É como o aparelho que você usa no dente. Ela já usou muito tempo e agora só põe para dormir. Então, não mexa mais, porque pode quebrar e aí a Julia vai demorar para ficar boa de vez.

Achei aquilo o máximo.
Fiquei imaginando como seria as costas em forma de S...fiquei olhando pra Julia, tentando enxergar o formato, mas, nada...nem sinal do S.
Sempre soube que ela fazia natação num lugar que era destinado a tratamentos, mas nunca me aprofundei no tema. Sabia também que ela usava uma camiseta que cobria o pescoço, mas achava que era porque ela era carioca e sentia muito frio em São Paulo, mesmo no verão.

Conforme fui crescendo fui absorvendo mais as coisas, e ligando os fatos.
Mas sempre tive a imagem da Julia de uma pessoa bem resolvida, de bem com a vida.

Lembro quando o seu primeiro namorado foi morar nos Estados Unidos e ela foi dormir lá em casa, chorando horrores com um urso enorme; de quando os primos dela vieram passar férias em São Paulo e a gente jogou War; que a empregada dela (na casa da mãe) falava que era pra ela comer em pé pra comida descer para as pernas....
Lembro que o prédio do pai era perto do Shopping Morumbi, o da mãe pertinho de casa e o da avó na Eduardo Souza Aranha.

Sabia que ela gostava do Pateta e adorava uma foto dela com a minha irmã pulando na cama na Disney. Sabia também que ela tinha ido morar no Rio quando voltou de Londres...Fiquei tempos sem ter notícias até que minha irmã foi ao casamento dela. Um tempo depois vi uma foto do filho dela no Face.
No ano passado encontrei com ela, o marido e o filho no Rio e fiquei espantada. Apesar da mesma cara, o sotaque estava mais forte e ela tinha virado adulta!

Jamais pude imaginar tudo o que ela tinha passado. Jamais mesmo.
Talvez porque ela sempre estivesse sorrindo.
Talvez porque eu sempre estive preocupada demais com a minha vidinha...

No mesmo ano que ela operou, aliás, na mesma época, minha tão querida avó estava muito mal no hospital e chegou a falecer....se alguém comentou alguma coisa a respeito de cirurgia, eu realmente não absorvi a informação.... Foi uma fase dificil demais.

Lendo o livro ("A menina da coluna torta"- Ed. KBR) me identifiquei muito com a história da Julia...Nunca passei por nada parecido, mas compartilho de uma fé grande, de um amor intenso com avó e de um carinho especial por Londres.
Sonho em casar, ter filhos e me doi a ideia de que não terei nenhum dos meus avós para compartilhar esses momentos comigo.

Gosto de histórias de superação. São lições de vida e chegam a ser um tapa na cara, do tipo: acorda minha filha, sua vida é ótima e você tem o mundo a disposição, basta querer enfrentar os obstáculos....sejam eles pedrinhas ou penhascos. Porque nom fim, tudo dá certo!

Obrigada Julia, por compartilhar sua história.
Que Deus continue te abençoando e que você possa colher os frutos, você, com certeza, merece!!

Não importa o mal que te atormenta, teu sonho te sustenta e pode um dia se realizar....

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Reles mortal

Nunca fui a primeira da classe, nem a mais popular do colégio.
Não era boa nos esportes com bola e fui reprovada no ballet.
Ouvi mais de uma vez "você nunca termina nada do que você começa", antes mesmo de completar 15 anos.

Não escrevi livro, aliás, não sei o que seria de mim sem o corretor ortográfico.
Nunca fizeram abaixo assinado para eu ficar no emprego, não aprendi economia por acaso.
Jamais cheguei perto de uma Olimpíada de Matemática, muito menos passei no terceiro bimestre.

Não consigo manter meu quarto arrumado por mais de 2 dias.
Não leio jornal todo dia.
Não casei, meu namoro mais longo durou 2 anos e foi praticamente virtual.

Realmente, é pedir muito querer ser levada a sério, né?!

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

CELEBRATE TODAY

Desde pequena tenho fama de ciumenta.
Tá, não era só fama...sempre fui ciumenta.
Tinha ciúmes de tudo e de todos.
Com o tempo fui aprendendo a administrar, ou pelo menos, a disfarçar.

Tenho um amigo irmão, há 10 anos.
Por conta de questões da vida, nos afastamos por aproximadamente 1 ano.
Nesse tempo, ele estabeleceu novas amizades e fortes, bem fortes.

Quando voltamos a nos falar, logo no primeiro momento, ele já foi contando a respeito de uma amiga "nova" dele do trabalho.
Dizia que era uma pessoa especial, divertida e principalmente companheira.

Pouco tempo depois, tive a oportunidade de conhecê-la. E nos momentos que antecediam ao encontro meu amigo avisou "talvez ela não goste muito de você".
Ignorei, um pouco brava, o aviso.

Mas, ele estava certo.
Apesar de algumas tentativas de me aproximar de forma simpática (talvez um pouco exagerada), não fui aceita.
Tornou-se então um desafio conquistar aquela amizade.

O tempo passou...e as circunstâncias da vida foram muito mais eficazes do que eu no processo de aproximação.
E hoje, tenho a amizade dela, como se fosse de infância.

Agora chegou a hora de nos despedirmos.
Não por uma causa triste, muito pelo contrário.
Ela está indo realizar um sonho...que vai durar 3 meses e a vida inteira.

Estou muito feliz.
Por ter conquistado essa amizade, por ter uma pessoa especial, divertida e principalmente companheira comigo e por poder compartilhar com ela um momento tão importante na vida dela.

Vai lá minha amiga. Vai saborear a sua vitória.
E quando voltar, que estejamos exatamente como hoje!

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

E não há lógica que faça desandar

Certa vez eu achei uma carta da minha avó para uma prima dela, contando da lua de mel.
Ela dizia que as pessoas achavam que meu avô era seu irmão, de tão parecidos que eram.
Engraçado, minha avó não tinha absolutamente nada a ver com meu avô...nada mesmo!
Ele moreno, ela quase loira...ele baixo, ela alta...ele gordinho, ela magérrima.
Mas a convivência e o sentimento que eles tinham um pelo outro talvez os tenha tornado assim, idênticos.

Sempre invejei minha irmã.
Sorriso perfeito, magra, postura correta, inteligente e cheia de amigos. Sempre achei que ela teria aos pés dela quem ela quisesse. Mas não, ela é humilde demais para querer que alguém fique aos pés dela.

Quando conheci meu cunhado, há 7 anos, me espantei.
Ele era completamente diferente da minha irmã...no que se refere a estilo de vida.
Minha irmã não bebe, não é muito fã de balada, não é muito de falar em política, mas tem um perfil mais de "direita" (se é que ainda existe essa divisão)...
Meu cunhado, não. Adora uma cervejinha, não perde uma balada e é PT de carteirinha.

O tempo foi passando e fui aprendendo a transformar a inveja em admiração.
E o susto inicial, por um carinho enorme e também admiração.
Os dois combinam. E por combinarem, se parecem...

Minha irmã não aprendeu a beber. Mas passou a ver o mundo de uma maneira mais leve.
E o meu cunhado abriu os braços e se entregou, aceitando todo o pacote (do qual faço parte) que vinha com ela...

Afinal de contas, isn´t she lovely?!

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Merecidos Parabéns!

Tenho boa memória...boa mesmo!
Chego a arriscar que é genética, minha irmã também tem.

Semana passada me despedi, pela primeira vez ao vivo pela última vez de um avô.
Era o único que ainda estava vivo, aos 91 anos.
Lúcido, saudável, vaidoso...dentro do possível, até o último dia que nos vimos, quatro dias antes dele descansar.

Quando acontecem coisas assim (infelizmente essa foi a quarta vez que tive essa sensação), resgatamos na memória tudo (ou quase) que vivemos com a pessoa... as manias, as conversas, os ensinamentos...

Tenho buscado tanto melhorar de vida, ser mais feliz. E nesses dias tenho visto que posso por em prática aquilo que meu avô mais sabia fazer: viver.

Lembro do exagero no sal, do whisky diário, da caipirinha coada com pouco açúcar, do pato com laranjas, cordeiro...
E minha avó lá, brigando, preocupada, com o coração, o fígado e todo o resto.
Ela se foi, 7 anos antes que ele.

Lembro da postura sempre alinhada, da etiqueta a mesa, do modo como falava "coquetel" (coqueteial), da habilidade para jogar cartas, do prazer em viajar, do gosto pela música, da cultura e do senso de humor.

Eu acredito que somos o conjunto de nossos avós...
Dera eu ter 1/4 de cada um deles que já se foi.
E hoje eu quero seguir em frente com a vitalidade que ele tinha...se não for pedir muito.

Obrigada Vô e feliz dia dos professores!

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

EUREKA

Hoje eu acordei pensando nisso...

Digo que "homem bom" está em falta no mercado.
Dizem que sou exigente demais...
Será?

Será que é pedir muito que uma pessoa tenha maturidade, pense no futuro, faça planos e lute para ter uma vida feliz?
Que tenha interesse pelas coisas, que goste de tudo um pouco? Que veja televisão, assista filmes, vá ao teatro. Seja formado, trabalhe, tenha um carro e não se importe de pagar o jantar?

Pois é....
Colocando assim, parece muito. E isso justificaria a tese.
O mercado está escasso e eu sou exigente mesmo.

Agora, pense comigo.
As mulheres estavam habituadas a serem submissas, obedecerem as ordens do provedor da casa...tudo em suas vidas girava em torno do homem e dos filhos.
Um belo dia, um grupo delas decidiu queimar soutiens e pronto, mudaram o rumo da história, literalmente.

As mulheres saíram correndo para recuperar séculos de distância dos homens.
Trataram de se preocupar em serem interessantes intelectualmente.
Tornaram-se competitivas, passaram a se preocupar primeiro com elas mesmas...

E os homens?
Ah! Eles pararam no tempo....continuaram exatamente iguais. Com os mesmos objetivos e preocupações.

E eu nasci num mundo já assim.
Não me resta alternativa. Faço parte disso tudo.
Logo, se me preparo, se quero conquistar minhas metas, a única coisa que posso querer de alguém é que me ofereça no mínimo a mesma proporção que eu...

Por isso, chegou a hora dos homens arregaçarem as mangas!

domingo, 11 de setembro de 2011

Liquidific a dor

Há 16 anos meu avô foi para Nova York e quando voltou me mostrou uma foto de uma ponte de vidro em que se via a cidade inteira bem pequena. Me disse que era uma ponte que ligava 2 prédios comerciais enormes, com um restaurante em cima. Com toda determinação do mundo, eu disse "Nossa, quando for pra lá preciso conhecer esse prédio".


****


Era uma terça-feira como outra qualquer. Ao sair da escola iria almoçar na casa da minha prima e depois ia ao inglês. Esses eram os meus compromissos do dia.

Era uma terça-feira normal para mim e para o mundo inteiro.

Saí da escola no mesmo horário de sempre, 12:45. Fui a pé até a casa da minha prima, junto com meus amigos que moravam no mesmo bairro que ela. Rotina, toda terça-feira era assim.

Cheguei para almoçar, minha prima de 8 anos já me esperava ansiosa. No meio de uma conversa sobre as atividades pesadissimas da escola, a empregada dela vira e pergunta:

- Você já foi para Nova Iorque?

Achei a pergunta completamente fora de contexto...A troco de quê me perguntar aquilo, aquela hora? Mas, respondi: Não...não resisti e perguntei "Por quê?"

- Ah é que tem um prédio famoso que tá pegando fogo lá, não se fala de outra coisa no rádio.

Pensei "nossa que horror" e voltei a falar sobre as dificuldades da minha prima na escola.

Acabamos de almoçar e decidi ligar a tv.

Foi quando eu entendi...a pergunta, a comoção do rádio.

Eu não esqueço aquela cena....e não porque passaram 1256437 de vezes desde o ocorrido. É porque choca, arrepia. Dá medo.

O avião entrando no prédio, o segundo avião. As pessoas pulando, a bola de fumaça, os gritos.

Por que isso tudo? Pra quê?

*****

Era uma terça-feira normal para todo mundo, menos para eles.

Eles que sabiam que estavam prestes a morrer e a matar.

Ele que sabia que estava prestes a dar uma lição de moral em nome de Alá. E que assim se tornaria aquilo que naquele momento mais repugnava- um homem poderoso. Era isso que ele queria.

E conseguiu.

******

Era uma terça-feira como outra qualquer.

Estavam indo ao trabalho, com suas preocupações habituais.

Tinham discutido no café da manhã, tinham feito planos para o jantar, tinham preparado apresentações para as reuniões do dia.

Era dia de fechar negócios, era o primeiro dia de trabalho, era o último.

Sonhos destruídos de uma forma jamais imaginada. Ninguém podia imaginar que um avião bateria num prédio de propósito.

Ninguém.

******

Era o dia da viagem.

De conhecer um lugar diferente, de fechar um negócio, de visitar alguém doente, de ir a um enterro, de visitar alguém na maternidade, de voltar para casa, de começar uma vida nova.

Medo de avião quase todo mundo tem. A idéia de ficar solto no ar, preso em uma cabine, não agrada muita gente. Medo que o avião caia, mas que ele seja sequestrado e bata num avião, não...Ninguém pensa nisso.

Ninguém.

******

Como minha prima era muito pequena, desliguei a televisão, vi o que ela tinha de lição pra fazer e fui embora.

Minha aula de inglês foi cancelada.

Cheguei em casa e comecei a ver tudo, com detalhes.

Não conseguia entender.


E hoje, 10 anos depois, continuo sem entender.

*******

Se aquele dia ficou tão marcado em mim, penso em como ficou marcado para todas as pessoas que sobreviveram, que perderam seus familiares, amigos, colegas de trabalho.

Aqueles que perderam o ônibus e não chegaram a tempo ao trabalho, os que tiveram seus pneus furados, perderam a hora.

Os que conseguiram descer dezenas e dezenas de andares, perderam o fôlego mas sobreviveram.

Sem contar naqueles velhos casos de perdas de voo...troca de lugar, mudança de planos...isso custou a vida de alguns.

*****

O que restou de tudo isso?

Ódio, guerra, pavor e preconceito.

Eu, no auge dos meus 16 anos não tinha a menor ideia do que era Al Qaeda, Bin Laden...Passei a ter medo de tudo, eu e o mundo.

O pânico no embarque hoje não é só da possibilidade mínima de um avião cair. É medo de um sequestrador, de um prédio grande.

Há quem tenha medo de trabalhar no 15º andar de um prédio de frente pra janela...o avião passa perto.

*****

E eu pensando: é, nunca mais vou ver o prédio que meu avô falou.

Me restou a foto e a lembrança de algo que nunca vi de perto, mas vi inúmeras vezes caindo.

8 anos depois fui a Nova Iorque.

E vi o espaço...o buraco fundo da construção do que está por vir.

O pesar na voz do taxista.

A igreja que ficou intacta.

Os prédios em volta.

E o resultado de tanta tragédia, de tanta coisa ruim, foi mais força, mais coragem, mais amor a pátria...porque você sabe, né...


If I can make it here, I´ll make it anywhere

It´s up to you

NEW YORK, NEW YORK



sábado, 27 de agosto de 2011

Hoje

Não, não e não...
EU NÃO TO TE ANALISANDO.

A mente humana fascina a todos, é verdade.
Mas eu não sou dona da verdade, acredite.
Eu não tenho receita para tudo, eu não faço diagnósticos em minutos sem conhecer o diagnosticando.
Pois é, eu não sei o que está acontecendo com o primo da sua vizinha, desculpe.

Não sei explicar porque o Bin Laden resolveu atacar as torres gêmeas...eu nunca falei com ele e nem pretendia antes dele morrer.
Tampouco sei o que levou o "atirador do Realengo" a fazer aquela bárbarie, e não, não tenho pena dele.

Eu sofro, sim. Entenda, por favor.
Eu tenho medo, eu tremo, eu gaguejo.
Eu perco o controle, eu grito, eu bato a mão na mesa de nervoso.

O grande problema é que minha profissão é tão encantadora que acaba interferindo no meu jeito de ser, o que causa tanta confusão...aliás, não dá nem pra saber o que aconteceu primeiro...se decidi ser psicóloga por ser assim ou se sou assim por ser psicóloga.

Não interessa.

Só quero que entenda, respeite e, se puder, aceite, que a profissão dura apenas o horário comercial.

Por hoje é só.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Re(:)veja

Acabo de chegar da terapia.

Não, o assunto não foi você.
Também não, não foi nosso relacionamento.


Fui eu o assunto...como deve ser.
Sentada naquela poltrona, falei do meu dia de trabalho, das minhas expectativas, dos planos que tenho pra mim.
E conforme falava, ia associando uma coisa a outra.


Tive que assumir.


Não podia nunca ter dito que você era minha última chance.
Não podia ter te dado essa responsabilidade...afinal, você nunca prometeu nada, além de viver um dia de cada vez.


Tapei meus ouvidos para não te ouvir e me enganar.
Dei tudo de mim, sem perguntar se era o que você queria.
Pensei ajudar, sem ouvir o que de fato você me pedia.

Desejei vingança, com a esperança de que assim meus desejos se realizariam...
Te culpei por todos os erros que cometemos juntos, para quem sabe, livrar minha consciência.


Mas, não.
Você não caiu na vingança.
Eu não realizei meus desejos.
Você seguiu em frente, foi em busca da sua felicidade e das suas realizações, como assim deve ser.

E eu?
Fiquei com meus dedos roídos, minhas dores nas costas e minha gastrite.
Sentei e fiquei assistindo o tempo passar.
Mas hoje, sentada naquela poltrona, despertei...pra vida.

Para seguir adiante, só me resta uma coisa. Um pedido a você, se eu ainda tiver esse direito:

DESCULPA!

domingo, 31 de julho de 2011

O avesso do avesso

Sempre gostei de dias cinzas...aqueles que as pessoas costumam não gostar. Com chuva fina, nublado e um frio que edredon nenhum dá conta direito.
Dias assim são perfeitos para ficar em casa, assistindo a um filme e comendo besteira.
Talvez esse meu gosto mostre que eu consigo ver o lado bom das coisas mais do que eu imagino conseguir.

E foi num dia assim que realizei um sonho.

Não sei explicar muito bem porque, mas desde o segundo colegial me apaixonei pela Segunda Guerra e, mais uma vez demonstrando o meu jeito de ser "do contra", me interessei pela história dos alemães e as consequências que tiveram com essa guerra.
Imaginava no auge dos meus 16 anos, como pequenos passos para a minha profissão, como esse povo poderia ter sofrido durante a guerra e principalmente no pós. Queria saber as causas e as consequências de tanto terror.
Acreditava que sentimentos como desilusão, medo, vergonha e fracasso, estariam presentes entre eles.
Desde então alimentei a vontade de conhecer a Alemanha e visitar um campo de concentração, pensando que dessa forma poderia entender melhor e de repente até sentir um pouco do que foi todo o movimento.

Tive a oportunidade de ir à Europa no final daquele mesmo ano, mas não cheguei a ir ao país.
Com o passar do tempo, fui vendo os filmes sobre o assunto, lendo revistas e já formada, pesquisei a respeito da vida do "grande ditador", para tentar entender o que na realidade não tem muita explicação.

Até que, 10 anos depois, voltei ao "velho" continente. E dessa vez, impus que no roteiro tivesse o país.
Foi o último da rota...mas como diz o ditado, os últimos serão os primeiros.

Cheguei à Alemanha após uma viagem de 8 horas de trem, deixando o sol da Itália para ser recebida com garoa e frio em meio ao verão. Tudo as avessas.
E o primeiro passeio, ainda que não escolhido por mim- juro- foi Dahau...um campo de concentração.

Não sei explicar, não consigo descrever.
Um misto de emoção por estar ali, tristeza em perceber que tudo o que eu imaginava ainda era pouco perto do estrago feito, angústia por pensar em todo o sofrimento que aconteceu naquele lugar.

Ao longo dos dias e chegando em Berlim, pude confirmar a ideia dos traumas da guerra no povo alemão e mil coisas começaram a surgir na minha cabeça. Uma vontade imensa de continuar ali, para entender mais e quem sabe, de alguma forma poder contribuir para um final feliz...porque, para minha surpresa, a guerra ainda é muito viva por lá, não pela disputa, pelo contrário, pela tentativa de mudar uma imagem, com a forte marca do arrependimento e da vergonha.

Realizei um sonho...mas criei muitos outros.
Pode ser que demorem 10 anos ou mais para se realizarem, mas se todos forem realizados e me proporcionarem o que este fez, estará ótimo.

Mas já trago uma lição na mala...preconceito, seja qual for, é destrutivo e não há como ter sucesso com base nele.
Que assim seja!

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Tanto e tão pouco tempo....

Hoje me deu uma saudade imensa do tempo em que diversão era dar uma volta no shopping Ibirapuera só para ver vitrine.
De quando a programação do sábado era um cinema, com lanche do MC e dormir na casa da amiga em seguida...tudo isso por R$15,00.

Saudades de poder voltar a pé da escola, de ter como responsabilidade a lição e a prova.
De dormir na Sessão da Tarde e acordar em Malhação.
Do cansaço da natação, da preguiça da aula de inglês, das férias de 2 meses e meio.
De imitar o Pica Pau na aula de redação, de pescar no corredor, de viajar na aula de fisica.

Saudades do tempo em que tinha um leque enorme de possibilidades de futuro.
Da certeza de que esse futuro só dependia de mim.
De quando minha mãe mandava eu dormir cedo, de rezar pro ICQ funcionar, de imitar a Suzane, de dar apelidos.

Saudades de ler Capricho, de separar bala para a professora particular de fisica, de comer Steak no pão sem maionese no recreio de quinta-feira.
De ensaiar pra gincana, de convencer as pessoas a doar sangue, de contar os dias para o final do ano.

Saudades....
Das pessoas, dos momentos, do tempo.
E principalmente de mim no meio disso tudo.

sábado, 25 de junho de 2011

26

E assim começa um novo ciclo.

Com cantoria desafinada, inglês errado, alegria de sobra, vergonha de menos.
A sensação de não dever satisfação a ninguém, só à minha felicidade.

São 26 velas no bolo.
Um dois e seis sozinhas.
Foi só o primeiro do dia, porque eu sei que tem mais, sempre tem.

Nem sempre consigo me confortar no amor próprio...tem sido uma lição constante.

Sei que devo me orgulhar de ter enfrentado os problemas da infância, de não ter repetido de ano, de ter entrado na faculdade direto, de ter me formado.
Ter construído amizades, ter dito a verdade, ter aberto o coração...ter corrigido as besteiras, ter pedido desculpa, ter reconhecido.

Falta muito para ser 100%, aliás, acho que nunca chegarei lá e nem sei se quero.
Só sei que eu quero e MEREÇO ser feliz.
Hoje, amanhã e sempre.

Amém!

sábado, 18 de junho de 2011

The time is UP

Tive um dia dificil ontem.
Não consegui fazer todas as pendências do trabalho porque acabou a luz e eu tinha uma reunião em outro prédio.

A reunião terminou bem...porém sai com mais pendências e já passava das 18hs de sexta...ou seja, segunda-feira o dia promete.
Meu celular tem 27 chamadas não atendidas.

Uma grande decepção se conclui...não foi ontem que percebi, mas concluí.
Conclusão, essa é a palavra.
Mil telefonemas antes do transporte chegar.

Não vejo a hora de chegar no meu carro e começar o final de semana.
Minhas amigas me esperam no restaurante, para apreciarmos os pratos com sabor de vingança.

Perco a van. A próxima só depois de quarenta minutos.
Me desespero. O lugar é escuro, a bateria do meu celular está acabando.
Estou sozinha, como me sinto há tempos.

Chega outra funcionária também para esperar a van. Seu carro está em outro prédio, assim como o meu.
Dividimos a angústia da espera e o medo...do escuro, do assalto, da cidade.
Comemoramos a chegada da van.

São menos de 2km, mas a volta é grande.
Lembro do meu medo de dirigir que me impediu de ir até ali de carro, camuflado pela dificuldade de estacionamento na região.
Mais uma pendência que por minha culpa está ficando para depois há 6 anos.

A cada prédio/ parada, troca de pessoas.
Histórias pela metade...sorrisos inteiros...acabou a semana!

Chego, finalmente ao prédio em que trabalho.Só quero passar o crachá e pegar meu carro.
Encontro uma colega, me espanto...ela já deveria ter ido embora há tempos.
Ela fala- bateria do carro acabou embaixo do viaduto, largou o carro aberto, medo do assalto, andou mais de 2km. O marido deixou as crianças com a empregada e foi buscá-la para resolverem juntos o problema do carro...ele cansado, ela cansada e triste.
Espero ele chegar e vou.

Semanas dificeis...semestre dificil.
É hora de virar o jogo.
Sem vingança, sem mágoa...a ideia, aliás, é acabar com o sofrimento.

Vou em frente, com a melhor companhia que existe.

Eu.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Eles são todos iguais...

M: Não vou agüentar, será que vai me ligar?
H: Melhor esperar no chão...
M: Melhor não demorar, não,
H: Já esperou demais
M: Não vá me fazer chorar
H: Eles são todos iguais...
M: Dançou pertinho de mim, e não parou de me beijar

H: Nem podia falar
M: Pediu meu telefone,
H: Fácil demais
M: Será que vai me ligar?
H: Eles são todos iguais...
M: Mas eu sei que ele não é assim, ficou o tempo todo perto de mim, mil carinhos e beijinhos, não sei por que não liga pra mim...Eu já cansei de esperar


H: Um cara legal tá procurando porum cara legal....em que momento, um relacionamento intenso, mais que ficar é encontrar uma paixão!!!!

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Pontos do mesmo problema

E ai você tá lá voltando pra sua casa depois de um dia cansativo, parada no farol, respeitando as leis de trânsito, vem alguém e bate no seu carro, com tudo.

E você decide parar no Estacionamento com Manobrista, para ficar tranquilo no bar, naquele happy hour de sempre, esperando pelo carro, na hora de ir embora, escuta o barulho da batida e quando vê, lá está, seu carro amassado e o manobrista mudo.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

DiSToRciDooo

Ajeito os óculos.
Limpo.
Não resolve, tudo continua embaçado, distorcido.

A cada dia uma página em branco.
É bom...uma nova chance!
É ruim...as demais estão todas grudadas, coladas com Super Bonder.

Os ouvidos se encolhem como recém nascidos.
O coração dispara como uma torcida decepcionada com o time.

Culpa?
Ah...não quero falar sobre isso!

quarta-feira, 30 de março de 2011

Maria vai com todos


Atingir a realização, a felicidade plena, exige a coragem de suplantar obstáculos.

(trecho de Substância- Guimarães Rosa)

segunda-feira, 28 de março de 2011

Rotina

Terremoto, usina nuclear em chamas, risco de vida. Paredão, chance de ganhar R$1.5milhões, ser famoso-anônimo. Os amigos querem saber se os amigos são gays, se tem um caso, se ainda fazem parte do grupo. Tem vaga para trabalhar, para congelar, para fechar. Precisa arrumar o quarto, tomar café, fazer almoço. As pessoas clamam por socorro...ficam na dúvida entre fugir e defender o país até o fim. O paradoxo entre a futilidade, o interesse pela vida alheia, a inveja e a vontade de ter fama e dinheiro. O medo, a maldade, a cobrança, a falsidade e o engano. O cansaço, o esforço, o conhecimento, a batalha. A sobrevivência. E ainda assim, naquela rua tranquila, cheia de árvores, as pessoas começam o dia fazendo suas caminhadas, num momento de relaxamento para encarar isso e o que mais vier. Vale a pena...só de olhar! Os problemas fazem parte da vida. O que fazer com eles é que é o diferencial....

quinta-feira, 24 de março de 2011

MY LIFE BEGINS TODAY

So when the pain is all around
I know how bad you may feel
Keeping your feet on the ground
May be the best way to heal
Than time will bring you the perspective of a better day
Where things can be okay
When life will deal another brand new hand of cards to play
With nothing more to lose
Life can be what you choose
Keeping your dreams alive
Will make the wishes come true
Keeping your dreams alive
Will bring the best yet in you
All you need to find is your chance to start
If the truth about life is adjustable
You can shape it the way that you want the world to see
Just make it believable
Anything that you want can be possible
You must be all the changes you want your world to be
Whatever plans you may have
I know they're coming your way
No one can take it away
Your life begins today!
So when the pain is all around
I know how bad you may feel
Keeping your feet on the ground
May be the best way to heal
Than time will bring you the perspective of a better day
Where things can be okay
When life will deal another brand new hand of cards to play
With nothing more to lose
Life can be what you choose
Keeping your dreams alive
Will make the wishes come true
Keeping your dreams alive
Will bring the best yet in you
All you need to find is your chance to start
If the truth about life is adjustable
You can shape it the way that you want the world to see
Just make it believable
Anything that you want can be possible
You must be all the changes you want your world to be
Whatever plans you may have
I know they're coming your way
No one can take it away

Your life begins today!

terça-feira, 15 de março de 2011

Diminutivo.

Decepção do inicio ao fim.

Você nunca deu valor a nada do que eu fiz.
Pelas vezes que entendi suas loucuras, seus medos, suas manias...respeitei suas vontades e ainda aceitei o fato de que ficar em São Paulo no meu aniversário era um sacrificio enorme.
Além de tudo, você ainda teve a coragem de reclamar quando eu achei um absurdo o fato de sua amiga querer morar com você, dormindo no seu quarto, na cama de casal.

Você nunca fez questão que eu estivesse ao seu lado.
Se quer me convidou para o casamento da sua amiga, ainda me mandou mensagem bêbado, que com certeza era para outra pessoa. Pediu para andar sozinho na Gambiarra e ficou bravo ao me ver com meus amigos. Brigou comigo, no meu carro, indo longe para caramba na casa da sua amiga, me fazendo perder a cerimônia de casamento da minha amiga, que significava muito para mim.

Sem falar das vezes em que preferiu dar ouvido as suas amigas, à sua irmã ciumenta...tinha coragem de falar que ainda gostava de outra pessoa, que nunca fez nada por você. Suspirava quando passava na frente da Casper, dormia na casa da sua melhor amiga que morre de amores por você ( e você sabe disso).

Depois do término continuou me procurando para falar dos sufocos...do medo eterno de terminar a faculdade, das apresentações tenebrosas de trabalho, para reclamar da data do TGI, para reclamar do trabalho, para falar de como você era vitima do mundo...e a idiota aqui sempre entendendo, dando palavras de conforto e incentivo, além, é claro, de perder tempo se preocupando com você.

E o que eu recebo em troca?
NADA...
Que foi o que eu sempre recebi de você...
Nenhum e-mail para contar que foi aprovado no TGI, nenhum e-mail para contar que ia pra África, tão pouco, para agradecer o suporte que dei quando precisou....não contou que voltou a sair com a menina da Casper, além de ter dado um "oi" sem graça, como se eu fosse a balconista da padaria, no dia da sua colação.

Está na hora de você virar homem...síndrome Peter Pan, amor a infância...não cabe mais...até o seu ídolo Woody entende que as pessoas crescem....talvez estivesse na hora de você também entender....entender que crescer é aprender com os erros, é valorizar as pessoas que te ajudam e querem bem, é assumir os sentimentos, é respeitar...não é só usar calça social no trabalho e ter dinheiro.

Espero do fundo do coração que um dia você se arrependa de tudo isso...e todo o resto que não cabe aqui.
E espero que quando esse dia chegar, não seja tarde demais.

Se é, que já não é...

terça-feira, 1 de março de 2011

Ano novo, versão nova.

Os mais próximos tem acusado que eu mudei.
Dizem que meu coração está mais duro...
Será?

Pode ser...
Mas, para mim, apenas me tornei mais realista.
E a vida fez com que fosse assim.

Ninguém pode dizer que eu não era sonhadora, que eu não acreditava nas pessoas.
Acho até que exagerei na dose...é, talvez por isso tenha chegado nesse ponto.

Do que adiantou tantos planos feitos sozinha?
Tanta esperança, expectativa...
Tanta compreensão, força de vontade, escuta, cumplicidade...
N A D A.

Aqui estou de novo, em mais um feriado, longe de casa, com a minha única e exclusiva companhia.

Vocês devem estar ai...com aquela de antes, com a que veio depois, com as de sempre, naquele lugar que só traz boas recordações, de quando vocês eram realmente felizes.
Bom pra vocês.

Aqui sigo em frente, com planos que dependem única e exclusivamente de mim.
Frieza, dureza, realidade...
Raiva, amargura, desafeto, desilusão...
Pouco importa.

Esse foi o caminho que encontrei. E por enquanto é por ele que eu vou.

Feliz ano novo, agora, oficialmente!

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Hipérboles

Estava, como sempre estive, tendenciosa a dizer que amava, queria e sofria.
Sonhava, desejava, de verdade.
Fazia planos, elaborava discursos.

Paranoicamente investigava a vida.
Torcia para estar disponível. Depois torcia para ficar disponível.
Rezava para que percebesse que me queria.

Ficava absurdamente feliz com pouco...muito pouco.
Um simples ato corriqueiro, uma palavra, uma observação e mil análises eram possíveis de serem feitas.

De repente, num momento nenhum pouco adequado para reflexão, me deparei com uma realidade: como saber o que o outro quer, se eu não sei o que se passa comigo.
Muito recente para definições.
Muito tarde- porém a tempo- para atitudes.

Vamos em frente.