quarta-feira, 30 de abril de 2008

O melhor da festa é esperar por ela. (já dizia minha avó)

É assim, não tem nada mais gostoso do que planejar alguma coisa e quando isso envolve várias pessoas então, nem se fale. A festa de 15 anos, a festa de formatura, a viagem sem os pais...Tudo é bom- fazer lista de supermercado, distribuir quartos, pensar no vestido e penteado, contar os dias para chegar.

Talvez isso seja bom porque planejar, nessas situações, é quase a mesma coisa que sonhar. Você consegue ir longe pensando em como vai ser e como quem manda na sua imaginação é você, pelo menos nela as coisas se tornam realidade.

Mas não precisa ser necessariamente um evento, pode ser simplesmente um dia da semana. (Eis a razão da minha inspiração hoje, véspera de feriado)

Estou cansada, tenho trabalhado demais. Passo o dia no trabalho e na maioria das vezes vou para casa pensando no que vou fazer no dia seguinte, não consigo me desligar.

Automaticamente começo a fazer as contas de quanto tempo falta para o final de semana.
"Ah! Sábado eu vou acordar tarde, depois vou arrumar aquele armário, vou ver umas coisas na rua que eu tô precisando..." Mas, chega sábado, o telefone toca, os planos mudam, mas um dia o armário será arrumado, as coisas serão compradas e por ai vai.

Amanhã eu não vou trabalhar, nem depois, nem depois e depois...Mil planos- dormir principalmente. Só de pensar na maravilhosa idéia de não fazer nada por quatro dias seguidos um sorriso aparece no rosto.

Não vejo a hora de sonhar, literalmente falando!

domingo, 27 de abril de 2008

São cenas que não saem da minha mente...

Esse final de semana vi pela 23567 vez o filme "Separados pelo casamento"...eu adoro ver um filme bom mais de uma vez, principalmente porque a cada vez que eu assisto parece que entendo um pouco mais da história e vejo coisas que não tinha percebido antes, e isso é desde a época da Cinderela...

Bom, o filme conta a história de um casal que se conhece no meio de um jogo de futebol, começam a namorar, até que vão morar juntos e a convivência, aliada com a falta de diálogo, atrapalha tudo- vou parar por aqui para não estragar o enredo.

Quando fui assistir no cinema, em meados de 2006, me alertaram que talvez não fosse uma boa hora para ver, afinal ainda (como assim, ainda?) estava muito abalada com o término do meu namoro- poxa, naquela época ainda era recente, além disso, tempo não tem nada a ver com amor...mas isso fica para outro dia.

Ignorei o conselho e fui ver logo o filme.

Já na quarta cena estava aos prantos. Nunca podia imaginar que um filme seria capaz de traduzir exatamente aquilo que eu estava sentindo. Sai do cinema com os olhos inchados, mas com a alma aliviada, afinal de contas, uma das coisas que mais me doía era achar que só eu no mundo estava sentindo aquela dor, que eu acreditava que não teria fim- mas teve, ainda bem.

Das outras vezes que vi, já em casa mesmo, percebi que demorava cada vez mais para chorar, mas sempre acabava chorando, e desta última vez chorei quase perto do fim do filme. E isto mostra como a situação do meu término de namoro está resolvida para mim (ao ponto de escrever abertamente sobre isso).

Pois é. E dessa vez eu consegui entender ainda mais o porquê do meu choro.

Ficou claro que eu não estava mais me vendo naquela situação de falar e ser interpretada da maneira oposta (não tem nada pior para um relacionamento do que a falta de compreensão), ou de sentir que só eu estava sofrendo com o fim...Desta vez eu vi- e fiquei feliz por isso- que finalmente superei o que tinha a ser superado e aprendi o que tinha que ser aprendido, justamente por não me enxergar mais nas brigas que aparecem.

Mas, ainda resta resolver a dor que a falta de uma companhia causa, e esta espero não superar sozinha, por razões óbvias.

O pedaço que eu chorei no filme, foi justamente a cena em que o homem diz para a sua companheira que tinha sentido falta dela, desde o primeiro domingo que estavam separados, porque era nesse dia que eles faziam tudo juntos, mesmo que morassem na mesma casa, domingo era o dia que eles viviam única e exclusivamente um para o outro.

E é disso que eu sinto falta. De ver tv aos domingos, de ligar sem ter assunto, de andar sem rumo, enfim, de fazer nada e ser a melhor coisa do mundo, simplesmente por conta da companhia.

O melhor de tudo, foi ter percebido que, agora sim, estou pronta pra outra- sem pressa e sem medo de ser feliz.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Quando a maré (se) encher...

Terça- feira de trânsito, insuportável, em São Paulo.
Sol escaldante, temporal, sol de novo e noite.
Novidades?? Nenhuma.

Sai tarde da empresa, por volta de umas 20:30, completando 12 horas e 30 minutos de trabalho. Tudo o que eu mais queria era chegar em casa, jantar e dormir, para repor as energias. E assim foi. Cheguei em casa, coloquei meu pijaminha, jantei, e deitei no sofá da sala para ver um filme, esperando alguém chegar, antes de ir dormir.
Novidades?? Nenhuma.

De repente, senti minha perna tremer. Depois, percebi que a janela estava batendo.

Meu Deus, o prédio vai cair!

Será que aconteceu alguma coisa no túnel da Cidade Jardim (a alguns metros da minha casa)?

Segundos de pânico...e passou!

Voltei a assistir o filme...ainda meio sem entender o que tinha acontecido. Até pensei em descer caso acontecesse de novo, mas o cansaço falou mais alto. Melhor esperar e ver o que acontece depois.

Até que as pessoas começaram a ligar "você sentiu?", "é, acabaram de falar no jornal, ainda não se sabe a causa, mas São Paulo inteiro sentiu"...Fiquei mais preocupada quando meu pai, que mora no interior, falou que sentiu, de leve, mas sentiu uma tremidinha.

NOVIDADE: TERREMOTO NO BRASIL.

Na hora lembrei da aula de Geografia- matéria que nunca fui muito fã- sobre placas tectônicas. O Brasil está sobre uma placa estável, logo, não tem como colidir com outra. (fiquei feliz com o raciocinio rápido em meio a tanto medo). Tá, mas então, o que foi aquilo??

Com a agilidade da tecnologia, em menos de uma hora, já sabíamos do ocorrido.

Foi no oceano Atlântico, a 270km da costa, próximo a São Vicente. O tremor foi de 5,2 graus de magnitude na escala Richter.

Pois é, foi o mar que deu o ar da graça. Não sei se fruto do aquecimento global, aquela coisa toda. O que eu sei é que o mar deve é estar cansado de ser tão maltratado. É garrafa, excrementos, latinhas, comida, tem mar que de azul, mudou pra marrom. E a galera achando legal...

Bem feito! A natureza decidiu dar o troco e por isso, hoje, até a "menina Isabella" ficou pra segunda página...

terça-feira, 22 de abril de 2008

PARABÉNS PAÍS TROPICAL!

O mais incrível é que data 1500, mas poderia datar 2008, sem sombra de dúvidas...

" (...)Parece-me gente de tal inocência que, se nós entendêssemos a sua fala e eles a nossa, seriam logo cristãos, visto que não têm nem entendem crença alguma, segundo as aparências.(...)E imprimir-se-á facilmente neles qualquer cunho que lhe quiserem dar, uma vez que Nosso Senhor lhes deu bons corpos e bons rostos, como a homens bons. (...)
(...)
Nesse dia, enquanto ali andavam, dançaram e bailaram sempre com os nossos, ao som de um tamboril nosso, como se fossem mais amigos nossos do que nós seus(...)
(...)
Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou outra coisa de metal, ou ferro; nem lha vimos.(...) Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa das águas que tem!
(...)
Contudo, o melhor fruto que dela se pode tirar parece-me que será salvar esta gente.(...)

Deste Porto Seguro, da Vossa Ilha de Vera Cruz, hoje, sexta-feira, primeiro dia de maio de 1500.
Pero Vaz de Caminha. "

Apesar da exploração escancarada e permitida, eu amo ser brasileira. Amo fazer parte desta nação, que se alegra com pouco e não tem medo de lutar quando a coisa aperta.

Parabéns Brasil!

sábado, 19 de abril de 2008

TODO O AMOR QUE HOUVER NESSA VIDA

Abril não é dos melhores meses para mim...apesar de algumas datas alegres- páscoa, aniversário da minha irmã, madrinha e do meu avô (paterno), além dos feriados, é claro- este mês é marcado por duas perdas da minha vida muito significativas.
A primeira (não pela cronologia dos dias, mas pela dos anos) é a do meu avô. Companheiro, professor, amigo, exemplo. Vi meu avô de cara fechada um dia na vida, quando o Senna, seu ídolo, morreu, e por ironia do destino, 11 meses depois era ele que nos deixava. Foi a primeira morte que senti de verdade, que compreendi o que significava e ainda hoje me dói quando me lembro daquele domingo de sol, tão cinzento para mim. O mais curioso é que até hoje, procuro no céu a estrela que a minha mãe me disse pra escolher como conforto para os momentos em que a saudade apertasse. Já são 13 anos sem ele...mas, a sensação de que o meu amor pelo corinthians, por laranjas e picolé de limão são demonstrações de que ele está eternizado, me consola e me anima.
A segunda, é a da minha avó paterna. Conselheira, dedicada, amiga, e como não poderia deixar de ser...exemplo. Seus ditados fazem mais sentido a cada dia que passa, incrivel como continuo aprendendo com ela, mesmo sem a sua presença. Se tinha alguém que torcia muito pelo meu sucesso, era ela. Era exigente, rigida mesmo...mas por amor e isso fazia toda a diferença, antes de resmungar para obedecer uma ordem dela (o que infelizmente sempre foi um hábito meu). E como era gostoso fazer ela rir das minhas bobagens em São Vicente, ligar e contar um caso, ou brincar de banco. Mas, como eu disse, as coisas que ela me ensinou em vida são cada vez mais úteis e isso também tornou-a eterna.
Infelizmente, não foram só essas perdas que em meus 22 anos de vida passei. Outras pessoas já morreram também, outras saíram apenas da minha vida... Dificil dizer se alguma é mais fácil de lidar. Perdas são perdas...Saudades são saudades...não importa muito se é de alguém que você não vai mais ver porque não existe mais, ou se é porque, por algum motivo, você até pode ver, mas não vai encontrar de fato, não vai poder abraçar e dizer como estava sentindo falta.

De qualquer forma, todos aqueles por quem tive algum tipo de sentimento mais forte, está eternizado no meu coração, doa ou conforte!

sexta-feira, 18 de abril de 2008

PENSAMENTO DO DIA....

(véspera de feriado, mta coisa para fazer, mas a cabeça, graças a Deus, não pára de pensar)

"O teu amor é uma mentira que a minha vaidade quer. E o meu, poesia de cego, você não pode ver"
(do meu herói, que mesmo não tendo sido de overdose, já morreu...)

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Janela do mundo

Nunca pensei muito na hipótese de trabalhar em escritórios. Desde que escolhi minha profissão, não tinha a menor pretensão de ficar numa sala, com a companhia exclusiva do computador.

Quando ingressei no curioso mundo organizacional, tive o prazer de trabalhar numa sala com mais 07 pessoas, com duas janelas grandes. Era divertido, mesmo com as brigas- fecha a persiana, liga o ar, desliga o ar, abre a persiana. Sempre, em algum momento do dia, todos os 08 se reuniam em frente a janela para olhar alguma coisa...o lindo pôr-do-sol, o homem que insistia em ficar se equilibrando na antena do prédio da frente, a ambulância, a batida, a ameça de chuva... Fosse o que fosse, coisa boa ou ruim, era um minuto de silêncio que viravam horas de assunto.

Fui transferida de sala, sem janela- só ar condicionado e computador. Meu meio de interação com o mundo? Uol, Orkut e msn (segredo!). Gripe constante, mal humor e angústia. E que angústia...ser surpreendida com uma chuva ao sair do prédio, não ver movimento, ficar literalmente isolada, desacreditando que existe vida das 08 às 17 (17?) horas.

Porém, um dia tudo mudou. Destruíram as salas individuais, adotaram o modelo das baias e colocaram uma mesa de frente pra janela...e essa mesa, é a minha! Voltei a ter o privilégio de saber qual o tempo lá fora. Ver carros, árvores no meio das casas, vejo até o Pico do Jaraguá, lá longe, mas vejo. O pôr-do-sol, maravilhoso, me faz pensar em já ir juntando as coisas pra ir pra casa e às vezes, nos momentos de exaustão no meio de tanto papel, telefone, sites e e-mails, paro e olho pra janela, relaxo e retomo as energias...

...Só de olhar e perceber que existe sim, vida fora do mundo corporativo!

segunda-feira, 14 de abril de 2008

A loucura finge que isso tudo é normal.

Me considero uma pessoa privilegiada. Trabalho a quinze minutos, A PÉ, da minha casa.
Então, todos os dias tenho sempre o mesmo ritual...acordo, tomo café, me arrumo, coloco os fones de ouvido e saio para mais um dia, cantando por aí.

Apesar de andar sozinha pelas ruas esburacadas de São Paulo, a solidão é o último sentimento que me ocorre. Primeiro, pela música... e se vocês acham que eu tenho vergonha de sair cantando pela rua, estão muito enganados, na maioria das vezes esqueço que estou numa das maiores cidades do mundo.

Passo por pessoas estressadas esperando o ônibus, e se o ponto está lotado, imagina o que lhes espera quando ele chegar...Vejo pessoas correndo de terno e gravata, mulheres de mãos dadas com crianças (quase sempre coçando o olho de sono) também super apressadas. Além dos porteiros, que faça chuva ou faça sol, estão lá com o Vaporeto ligado a milhão, para limpar as calçadas. Tudo isso às 07:30 da manhã.

Música é algo que mexe comigo. Além de ter um gosto bem eclético, cada uma me causa uma sensação diferente e como discrição é algo que está longe de ser uma caracteristica minha, expresso cada uma delas. Isso mesmo, dou risada, choro, canto alto, estalo os dedos...tudo isso, passando por toda essa gente.

Até que outro dia percebi que algumas pessoas paradas no farol estavam rindo. Foi quando eu me dei conta de que não é normal cantar na rua. Normal é correr, resmungar da demora do ônibus ou do farol, buzinar, xingar, gastar água a toa, jogar papel no chão...NORMAL???

Não é comum cantar na rua, porque as pessoas tem vergonha, mas é comum gritar, buzinar, etc...porque todo mundo faz, desde que existe pouco tempo para muita atividade. Então, pode até ser comum colocar pra fora as sensações ruins, mas normal não é. Da mesma forma que até pode ser incomum cantar na rua, mas até aí, ser loucura, já é demais.

Sendo loucura ou não para os outros, o que importa é que pra mim é ótimo cantar enquanto vou trabalhar e depois de um dia estressante, voltar pra casa do mesmo jeito. Essa coisa pequena e simples muda completamente o meu dia, me deixa muito mais feliz.

E como dizem por aí "se eu sou louco, por eu ser assim, mais louco é quem me diz que não é feliz..."

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Pai e mãe, ouro de mina?

( Por volta do ano 2002 eu tinha um blog, mas usava muito mais para falar sobre as baladas sensacionais dos finais de semana, colocar letras de música, do que qualquer outra coisa. Até que eu conheci o fotolog e decidi migrar para lá, onde seria mais adequado fazer tudo isso.
Mas, nos últimos tempos tenho sofrido um impasse... Tenho tido idéias e sentido necessidade de escrever, de colocar pra fora tudo aquilo que penso sobre alguma coisa...E daí penso- mas que foto eu coloco? Besta né?! Afinal de contas, qualquer foto serveria se o conteúdo fosse bom. O problema é que o público assiduo que costumava frequentar meu fotolog parece não ter curtido muito a minha transformação. Então, resolvi voltar ao blog e assim, ficar despreocupada com relação as fotos.)


Bom, como primeiro texto para esse blog, eu escolhi um tema que vem me atormentando bastante e acho que não sou a única a pensar no assunto. Isabella


Cheguei em casa, podre de mais um dia de trabalho e comecei a conversar com minha mãe:
-"Nossa, pensei o dia inteiro naquela menina que morreu, que coisa horrorosa, não?"
Eu, alienada do mundo, que só penso em quantos candidatos já enviei pra vaga, não sabia do que ela tava falando e pedi um breve (tarefa dificil para uma jornalista detalhista) relato do ocorrido. Na hora falei, sem pensar direito no que estava fazendo, "AH! TÁ NA CARA QUE FOI O PAI". Fui ler sobre o assunto, tive mais informações e cheguei a simples conclusão. O pai matou a menina asfixiada, jogou no jardim e armou para parecer que ela foi atirada da janela.

De lá pra cá, fui ouvindo várias versões, novas pistas, novos suspeitos e fiquei o tempo todo pensando no assunto. Entre encontrar um culpado e desvendar o mistério, pensei na razão disso tudo. Por que isso virou um tema tão importante pras pessoas? Da onde vem a necessidade de encontrar um culpado e de preferência inocentar o pai da menina?
É dificil.
Dificil de entender e de explicar.

Lembro do caso Suzane, gerou revolta, as pessoas saiam gritando, acusando-a de assassina, a casa dela virou atração turística. Chocou da mesma forma, mas pareceu ser aceito com mais naturalidade. Quero dizer que a impressão que dá é que uma menina assassinar (ou encomendar o assassinato) os pais- por dinheiro, por amor ao namorado, ou o que quer que seja é mais passivel de compreensão do que o pai matar a filha.

Isso porque mãe e pai são figuras quase que sobrenaturais. Pais não pecam, não erram, sabem de tudo. Depende.
Eu consigo ver erros nos meus pais, mas só eu posso apontá-los...no máximo meus irmãos. Não vem você aí, que nem conhece eles direito dar palpite baseado apenas numa história contada por alguém ou em alguma coisa que você viu. O quero dizer é que a importância dos pais é tão forte (mesmo dos ausentes) que não permitimos que ninguém fale nada, ainda que tenha certa razão nisso.

Por isso é tão dificil de aceitar que um pai mate sua filha. Por mais incrivel que pareça, o pai ter assassinado a filha é mais assustador do que o fato de uma menina de 05 anos ter morrido, após ser asfixiada e jogada pela janela.

Isso tanto é verdade que vários casos de morte infantil são esquecidos por aí.

Por sinal, alguém ai lembra do João Hélio??