sábado, 9 de junho de 2012

Vai passar

Existe uma canção do Paralamas que diz "o segundo que antecede o beijo, a palavra que destrói o amor, quando tudo ainda estava inteiro, o instante que desmoronou"...

Términos são difíceis, mas se chegou ao fim é porque as coisas não estavam boas, sejam pelo motivo que for. É impossível ter apenas um lado satisfeito...normalmente, nem esse lado está de fato satisfeito...o que é acontece é a acomodação, o apego às pequenas coisas, as relações com família ou amigos em comum, aos hábitos...

Enfim, chega o término.
Hora de avisar as pessoas, para evitar perguntas vergonhasamente dolorosas. "Não estava mais dando certo", "Foi em comum acordo", você se sente na obrigação de dizer coisas que não acredita. E as pessoas se sentem na obrigação de falarem clichês, que na maioria das vezes elas sabem que não vão resolver nada.

E aí começa um momento de viver sensações intensas e incoerentes.
Primeiro, na tentativa de recuperar a pessoa amada, vem os dias de implorar...Implorar pela volta, com promessas de melhorias.
Depois vem a fase da falta, junto com as lembranças. E vem aquele desespero "o que está fazendo agora?", "será que está pensando em mim, na gente?". A coceira nas mãos para ligar, mandar mensagem...Fuçar o Facebook, se arrepender com qualquer foto da  pessoa sorrindo.

Vem então a raiva e a fase do "quer saber?"...quer saber, agora vou fazer tudo que eu sempre quis e nunca me deixaram, vou voltar a fazer tudo que parei por conta do relacionamento... Bobagem, nessa fase metemos os pés pelas mãos quase que diariamente e no fim...voltamos pra casa mais tristes do que saímos.

O tempo passa.
E é importante ter vivido cada uma dessas fases...vem a calmaria, chegam novas pessoas, aparecem novas preocupações, e enfim vira-se a página.
Esquecer? não dá...não esquecemos fases da vida, pessoas importantes, não deletamos sentimentos...apenas passamos a ver tudo com outros olhos.

E o que nos fazia chorar, pode nos fazer rir.

E a gente segue em frente, e o mundo olha por nós.

Um comentário:

Anônimo disse...

amo esse texto!! Pedro Aranha