quarta-feira, 28 de outubro de 2015

A caminho do passado

Estou de férias e por conta da alta do dólar, do Euro e tudo mais, fiquei por São Paulo.
Aproveitei para por a vida em dia. Médico, dentista, academia, drenagem, dedetização, reforma da casa... E no meio disso, sobra tempo para um passeio na livraria.

Sempre gostei do clima de livraria. Uma infinidade de novas possibilidades. O cheiro dos livros...tenho medo que isso tudo acabe um dia. Mas isso é tema para outro post.

Nunca gostei de livros de auto-ajuda. Adoro receitas, não sei cozinhar, então as receitas com medidas e tempo de preparo de cada passo, me ajudam.
Outro dia uma amiga postou um vídeo falando sobre os palpites que as pessoas dão e a volatilidade deles. Hoje consideramos que cross fit é a receita para se manter em forma, amanhã descobrimos que pode causar infarto e ninguém mais quer saber dele.

Livros de auto-ajuda são como receitas, mas de coisas que não tem como serem receitadas. O número de livros expostos (grande parte da seção de Psicologia, para meu desespero) é absurdo. Finanças e relacionamentos são os de maior destaque e provavelmente os mais vendidos.

Por que será que preferem comprar um livro a buscar ajuda de um especialista? Quem é esse autor que pode te dar a receita milagrosa para enfrentar a solidão?
Eu prefiro me basear em experiências, em conhecimento técnico, em comprovações. Na faculdade sempre "discuti" com os professores que nunca atuaram nas suas áreas...porque eu acredito que a teoria é muito distante da prática e cabe a nós fazemos com que elas caminhem juntas. Para isso, ajustes se fazem necessários.

Amo biografias, justamente por isso. São histórias reais, de pessoas conhecidas ou não, que tenham algo parecido comigo ou não, mas que sempre me ensinam algo sobre alguma coisa. Mas até as biografias me assustaram hoje.
Uma menina de 22 anos que tem um canal no Youtube que dá dicas da vida- malhação, namoro, etc...Um surfista campeão mundial com 20 e poucos também já tem seu livro lá. Em destaque, 5 prateleiras acima das mais de 300 páginas de Tancredo Neves.

Tenho medo de estar parando no tempo. De estar apegada a um passado que ainda se faz presente.
E no meio dessa angústia toda, pego o livro da Elis Regina e corro para o caixa.

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