quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

29?

E então entramos no mundo encantado. Onde os problemas não tem vez.
O cheiro é diferente, o chão é limpo, costumamos sentar nele diante da imensidão de bancos lotados pelas 25 mil pessoas que passeiam por ali.
Anda-se muito, mas só se cansa depois de ir embora. Dormimos no carro, exaustos, quase como dormíamos na volta de um jantar na casa dos amigos dos pais, quando tínhamos 5 anos- com a diferença que temos que acordar e ir pra cama sozinhos, sem colo.

Passa um filme na minha cabeça. Do que vi e senti há cinco anos, do que eu imaginava há 20. VINTE. Sim, me tornei adulta e tem fatos da minha vida que já digo "há uns 20 anos", sem ser forma de expressão.
Reflito sobre isso também. Olhando a Ariel de perto, sentindo medo da Ursula, me questiono quantos anos se passaram da época em que eu assistia todos os dias a fita com a Cinderela e A Pequena Sereia (filmes gravados- o início da pirataria).

Quando não rolava Fast Pass ou Express, enfrentávamos a fila. Em minutos para aumentar o drama- 120, 130. Me divertia nelas também. Mães brincando com os filhos de bater a mão (tipo "fui a china nana pra ver o que era tchatchatcha")- acho lindo e curioso. Disposição e satisfação dos pais em ver os filhos felizes, porém preocupados para manter a motivação e entreter para o entretenimento; curioso o fato de algumas brincadeiras serem universais, mesmo com a Torre de Babel complicando.
Jovens adultos jogando com um aplicativo que obriga as pessoas a interagir, tipo um Imagem & Ação- estou ansiosa para sair um brasileiro desse, é a tecnologia dando o braço a torcer de que brincar junto é muito melhor.

Sou medrosa e tenho labirintite, não vou em quase nenhum brinquedo. E me divirto assim... esperando nas lojas, reparando nas pessoas, ouvindo pedaços de histórias e sensações. Percebo a alegria, empolgação e deslumbramento de quem está no primeiro dia, contra a tristeza e o saudosismo de quem já está no último.

Nosso último dia de parques foi perfeito. Num show que já tinha visto, mas que teve um sabor novamente especial. Nos despedimos de todos os personagens, com direito a fogos e aplausos. Porque lá é assim todos os dias.

Queria sentir pra sempre, todos os dias, o que senti no primeiro dia, chegando no primeiro parque. Guardo a sensação e a lembrança, mas revivê-la, só indo lá de novo e de novo e de novo....como toda criança pede.

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