domingo, 4 de janeiro de 2015

Acima de tudo gratidão

Vamos começar do começo.

Empolgação e medo tomaram conta nas longas cinco horas de espera no aeroporto. Meu marido, ansioso, nos fez chegar muito cedo.
Nessa hora a alegria de finalmente ter chegado o grande dia da viagem, da nossa lua de mel mais que tardia, foi tomada pelo medo de avião.
Rituais que havia esquecido (ou que achava ter esquecido) foram feitos e refeitos um milhão de vezes. Rezei mais vezes nessas cinco horas do que no ano inteiro.

O voo foi tranquilo, graças a Deus...fizemos uma conexão em Atlanta e apareceu mais um sentimento (que iria aparecer mais algumas vezes ao longo da viagem)- vergonha.
Sempre me incomodo quando nos falta educação de base- para atravessar a rua, para sair / entrar no elevador, etc..- e ver um policial americano pedir para um brasileiro colocar a mão na boca para tossir, naquele primeiro minuto fora do país, me deixou perplexa.
Aí vem aquela parte constrangedora- tira sapato, moletom, pulseira, relógio, passa numa máquina com a mão pra cima, sai correndo pega as coisas na esteira, veste o sapato, pega a mala, leva a mala pra outra esteira, pega trem, procura portão e....espera. Um pouco menos- duas horas. Desfrutando da tecnologia, postando fotos, falando com a família, vendo o nascer do sol- um dos mais bonitos que já vi na vida.

Reparo numa moça bonita que está com o marido e uma filha bem pequena. De repente ela recebe uma ligação e cai em prantos. Chora compulsivamente, chega  a "esquecer"da filha, agarrando-se no marido. O que será que houve? Será que algum familiar morreu? Será que já estava doente e ela estava indo visitar e não deu tempo? Passo o restante do tempo a observando, ela volta a brincar com a filha, mas as lágrimas caem dos olhos sem que ela note. Pergunto pro meu marido o que ele acha que pode ter acontecido e ele responde- Que moça?

A situação me chamou tanta atenção que até esqueci dos rituais. Mais uma hora de voo e chegamos.
Quando estávamos perto de pousar, pensei como era maluco estar ali. Somando tinhamos voado 10 horas para estar numa cidade, por conta de um complexo de parques.
Bobagem- aquele mundo não é só um complexo de parques, é um lugar paralelo.

Após encontrar com nossos amigos, pegarmos as malas e alugarmos o carro, todos os problemas ficaram para trás. Dali em diante seriam 8 dias vivendo coisas boas.

Quando se está longe de casa, qualquer coisa que lhe pareça familiar traz alegria. Um carpete "fofinho", um supermercado tipicamente americano (leia-se com todos os produtos possíveis e imagináveis) do lado de casa, um quarto decorado de Mickey, um banheiro igual.... Tudo foi devidamente comemorado.

Os dias que se seguiram merecem capítulos especiais, não cabe tudo aqui.
Só tenho espaço para agradecer tudo que vivi esses dias.
Sem dúvidas, sou uma pessoa abençoada por ter a família, o marido e os amigos que tenho.

Obrigada!


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