domingo, 8 de março de 2009

Saudades da Amélia!

Queimar soutien em praça pública, criar jornais para falar da importância da civilidade da mulher, lutar por direitos iguais...tudo muito bonito...no papel!

Não tem um dia se quer que não acordo pensando "malditas revolucionárias".
É por culpa delas que visto uma calça social, uma blusinha discreta e um casaquinho (mesmo com os 40ºC feitos ultimamente), coloco meu sapato de salto, brincos e saio para mais um dia de trabalho.
Passo de 8 a 12 horas do meu dia trancada em um escritório, com luz fria e sala gelada pelo ar-condicionado, em frente a uma tela de computador.
Justiça seja feita.
Conheço várias pessoas, que me ajudam a crescer e a ver o mundo de outra forma. Além de no final do mês ter aquela recompensa, já gasta anteriormente.

Mas que eu seria bem mais feliz passando o dia aprendendo receitas novas, levando meus filhos na escola, estudando com eles e me preocupando com o bem estar do meu marido, isso eu seria e não posso negar.

Sou a favor da liberdade e da igualdade.

E na minha mais singela opinião, longe de ser um pensamento revolucionário (já que eu só sei lamentar e me conformar em fazer parte do sistema), acredito que não deveria ser um dever da mulher partir para o mercado de trabalho.

Deveria ser uma opção.
Tem gente que acredita que ainda é.
Mas experimenta dizer que seu sonho é ser dona-de-casa e que está pensando em cursar "prendas domésticas", para você ver. É riso e piada na hora.

Eu acredito que faz parte da natureza da mulher a vontade de cuidar. Gostamos de cuidar do outro, de agradar.
Mas também gostamos de trabalhar, de sermos cultas, de ter independência financeira, de cuidarmos de nós mesmas.

Talvez esteja ai o grande problema.

O equilíbrio.

Entre o instinto e o imposto.

Entre sentir saudades da Amélia e de admirar e se orgulhar da malícia de toda mulher!

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