terça-feira, 10 de março de 2009

UTI

Era só mais um sábado normal.
Um almoço juntos e depois decidiriam o que fazer- cinema, teatro, ficar em casa mesmo...

Foi surpreendida.

Ele chegou com um bisturi.
Disse que precisava arrancar aquele coração velho dela, que o sangue estava podre.

Sem deixá-la se defender, arrancou-lhe, rápida e friamente, o coração. Torceu-o, enxugando todo o sangue.

Colocou de volta, e devagarzinho ele voltou a pulsar.
Amassado e dolorido.

Passou o tempo.

Ela refletiu e entendeu que apesar de forte e grosseira, aquela cirurgia não foi de todo mal.
Serviu-lhe de aprendizado, afinal, de alguma forma ela fez por merecer aquilo.

A cicatriz se eternizou.
E com ela, ficou a referência.
Quando o coração ameaça disparar como antes da cirurgia, logo interrompe...
Pode ser novamente um cirurgião açougueiro!

4 comentários:

Fernando disse...

Já viu esse filme? Que na verdade, é um clipe.

http://www.youtube.com/watch?v=mhxK2IOywVE

então, lendo seu texto, esse clipe veio inteiro na minha mente doida de ser humano, quase como se tivesse acabado de assisti-lo :)

Espero q goste, estou dividindo com vc.
bjo

Anônimo disse...

e o tempo não cura toda dor no coração... como vc disse, deixa uma referência do que se passou, que ao ser revisitada, traz melancolia.

adorei por ser forte e brando ao mesmo tempo!! =)

Heloisa Emy disse...

Como sempre fico um tempão sem vir ler e comentar seus textos. Mas estou de volta, não sei por quanto tempo, mas estou!
Gostei muito desse texto.. acho que as vezes é preciso dessa cirurgia! =)

Heloisa Emy disse...

Ai Ana! Dessa vez eu fiquei muito tempo sem comentar e tem muita coisa... rsrs... mas aos poucos comento tudo!! =P

beijo