quarta-feira, 4 de abril de 2012

Rasgando a alma

Quando se aponta um dedo para alguém, tem quatro virados para você...
Ai! Esse assunto de novo?
É, enquanto não limpar completamente a mancha de sangue na camisa branca, não vai dar para mudar o assunto... e aqui virou o OMO.

Depois da mágoa, vem a raiva.
Não sei o que é pior, só sei que nenhum dos dois é bom.
A vontade que consome hoje é de gritar de volta...de dizer em alto e bom som tudo o que foi sentido e visto como absurdo esse tempo todo. Não dá. EU tenho educação, controle, superego, como quiser chamar...não teria condições de perder a cabeça dessa forma. Torço para que algum dia, alguém tenha. Não consigo aceitar impunidade e injustiça.

Quando alguém morre, uma das primeiras coisas que a gente se esquece da pessoa é a voz.
Nesse caso, infelizmente, é o que eu mais lembro. Os gritos vez ou outra insistem em atormentar meus ouvidos...e eu peço, suplico: me deixe em paz!

O que mais me assusta é como nos perdemos quando estamos no meio da situação. Consideramos reações absurdas ao ver de qualquer um, como normais, como "esperadas"...e o pior, podemos algumas vezes concordar ou o mais grave, imitar.

Não tenho dúvidas de que foi bom, que o saldo é positivo para mim.
Só acho triste pensar assim...afinal, não foi tudo ruim, muito pelo contrário, tiveram coisas muito boas, das quais levarei para sempre no meu coração e na minha memória, para reproduzir aonde quer que eu esteja.
É uma pena, mas hoje, sou obrigada a olhar para tudo isso e dizer:
Em 2 anos, eu perdi 437 dias.

Um comentário:

Gabe Manzo disse...

mas ganhou pelo sofrimento uma vivência que traz ainda mais consistência na maturidade, na forma de ver o mundo e principalmente de como fazer suas (nossas) escolhas.