quinta-feira, 14 de agosto de 2008

De 2 semanas para 2 anos.

No final de junho de 2006 recebi um comunicado da minha mãe: aproveite bem as suas férias agora. Você vai demorar muito para tirar um mês inteiro de férias de novo e sua vida vai mudar muito a partir de agosto. Apesar do nome dela não ser Diná, acertou na mosca.

Na primeira quinta-feira de agosto, uma colega (que já tinha sido amiga) da faculdade comentou comigo sobre uma vaga temporária na empresa que ela trabalhava. Temporaríssima, por sinal...2 semanas, para ajudar num projeto (120 vagas) de um banco.

Quarto ano de faculdade, ia começar a atender na clínica (para psicodiagnóstico), com experiências alternativas- visitas a hospitais psiquiátricos, FEBEM, UBS, Escola Estadual...- que foram essenciais pro meu crescimento pessoal e fundamental para ter a certeza da minha escolha profissional. Nada como ver "a vida como ela é", para sentir vontade de arregaçar as mangas e batalhar, da forma que puder, por um mundo melhor.

Mas o bolso pedia socorro. Gasolina, xerox, livros, cursos, saídas, tudo caro demais. E desde o começo eu sabia que dinheiro e psicologia só se encontravam no RH.

2 semanas já ajudaria. Então, vamos lá.

A tal colega morava perto da minha casa. Combinamos de nos encontrar no meio do caminho. No percursso (o trabalho era bem perto de casa, por isso, fomos a pé), ela foi me explicando as atividades. Nada muito complexo, resumia-se a falar no telefone.

A entrevista durou pouco mais de cinco minutos, afinal, era uma vaga de estágio temporário...mas não deram a resposta na hora. Ficaram de ligar depois.

Desencanei. Pensei que queriam alguém mais experiente, para realmente ajudar no processo. Esqueci do assunto.

No dia seguinte, umas 18hs, a tal colega me liga: "Ana, você não vai acreditar, a Paulão (também da nossa sala) vai sair daqui, e querem te contratar pro lugar dela. Um estágio mesmo, sem ser 2 semanas".

Desacreditei.

Com minha calça social, camisa e sapato de salto, fui na segunda-feira, 14/08, para o meu primeiro dia de trabalho, no meu primeiro emprego.

Aprendi muito, fiz amizades, me tornei uma profissional.

2 anos depois, aqui estou eu. Com novas responsabilidades, mais conhecida na empresa...com direito a férias, décimo terceiro e vale-refeição.

Realizada? Em partes.

Afinal, é só o começo.

3 comentários:

Anônimo disse...

Ah o primeiro emprego... parece que nunca vamos conseguir, dá um frio na barriga...
Apesar dos "poréns", você pôde aprender coisas novas, pôde amadurecer (profissional e pessoalmente), conhecer pessoas novas.
E lembre-se, se você não tivesse essas experiências, talvez não refletisse tanto sobre seus objetivos e vontades e até não saberia qual o seu real desejo.

Será que consegui ser clara? rsrs

Beijos

Heloisa Emy disse...

sorte a sua, heim?! de 2 meses para 2 anos é muita coisa, e é muito difícil de conseguir...
sei bem o que é quando o bolso pede socorro. achar um emprego/estágio está uma loucura!! rsrs...

beijo.

Sereníssi*mah* disse...

"E desde o começo eu sabia que dinheiro e psicologia só se encontravam no RH."
um dos pontos que mais me chamaram a atenção no seu texto...
é uma triste realidade, uma pena!
Mas sabe, sorte a sua! Não é fácil conseguir o primeiro emprego em qualquer área que seja, quanto mais em psicologia! Sem concurso, então...
E sorte a sua mais uma vez, pois afinal psicologia e dinheiro só se encontram no RH.
e se vc não está totalmente realizada neste momento, não significa que não possa estar num futuro bem breve. Na clínica, nos trabalhos sociais e/ou no próprio RH, na vida a gente pode ser o que quiser, Ana, basta querer (e fazer!)!