segunda-feira, 8 de setembro de 2008

A faxina.

Estava tudo tão sujo e fora de lugar que nem sabia por onde começar...Sempre que pensava em deixar as coisas em ordem, vinha alguma coisa mais importante.

Até que um dia, aquela bagunça e sujeira tornaram-se tão insuportáveis que decidiu fazer a faxina.

Colocou tudo abaixo e começou a separar, em pilhas, o que guardar e o que jogar fora.

Respirou fundo.

Pegou a pilha do jogar fora.

Primeiro, aquilo que mais incomodava, direto pra lata de lixo. Sem dó, nem piedade, sem pensar duas vezes. Rasgou em pedacinhos e pronto. Alivio!

Depois, pegou aquilo que incomodava, mas ao mesmo tempo fazia bem. Um prazer com culpa, com ódio. Ficou olhando fixamente. Dúvida. Como podia gostar tanto daquilo? Aquilo fazia mal, quase como um vício. Rasgou lentamente e colocou com cuidado no lixo.

Mas, o mais difícil ainda estava por vir.

O mal necessário, que antes de saber que era mal, só era necessário. Há quanto tempo guardava aquilo? Há tanto que já fazia parte.
Mas, ao lembrar de tudo, percebeu que era mal e talvez, nem tão necessário assim.
E sem rasgar, colocou no lixo, como se estivesse num funeral.

Sabia que sentiria falta, mas era hora de liberar o espaço.

Então, fez uma lista do que colocar no lugar do que jogou fora.

E antes de guardar os itens separados, precisava limpar as pratileiras imundas.

Depois de limpo, o lugar parecia novo.

No meio das coisas velhas em lugares novos, viu o espaço vazio do que tinha jogado fora.

Baqueou.

Olhou pra lista das coisas novas e para a lixeira.

Pensou em desistir.

Lembrou da poeira.

Colocou o lixo pra fora.

E foi...

Um comentário:

Fernando disse...

e a poeira? Continuo ali, ainda marcada pelas coisas que foram ao lixo.

Certas bagunças bagunçam pra sempre, né?

Preciso fazer uma segunda faxina, antes q doa como a primeira.

bjos