domingo, 9 de agosto de 2009

Por enquanto...

Não posso dizer que não sabia que seria assim...
Tão pouco posso dizer que não tenho minha parcela de culpa nisso tudo.

A verdade é que estou com saudades, apesar de tudo.
Apesar de saber que não faz mais sentido, que muito do que eu acreditava era mentira, que muitas vezes o esforço era de um lado só... não posso negar que sinto saudades.

Saudades pelo hábito, por gostar, pela intimidade.
Por isso, sinto muito mais falta das coisas pequenas do que das grandes.

Sinto falta de abrir a geladeira da sua casa, de passar horas conversando com a empregada, de rir da sua irmã rindo pro computador.
Sinto muita falta dos almoços de domingo com o seu pai cozinhando, da sua madrasta discutindo qualquer coisa depois da segunda taça de vinho.
Sinto saudades das partidas de mexe mexe e sinto mais falta das risadas a troco de nada.

Você esteve presente em momentos muito importantes da minha vida.
Foi na sua garagem que bati meu carro pela primeira vez, no primeiro passeio de carro que fiz. Foi na sua casa que recebi a noticia que minha avó morreu, e nós, prontas para a festa, deixamos de ir. Eu por tristeza e você por consideração.

Sinto saudades de falar das pessoas do colégio, quando já estávamos na faculdade e ainda termos assunto para falar (mal) das pessoas. Tenho saudades de te ligar pra falar "coloca na Jovem Pan" e ficarmos cantando a música juntas, cada uma no seu viva-voz.
Tenho saudades de fazer paródias na casa da sua mãe, criar coreografias e depois fazer na balada, rolando de rir.

Tenho saudades de falar sobre e chorar por causa dos meus (ex)namorados e de ouvir dos seus . Tenho saudades de olhar pra você e saber exatamente o que você estava pensando...e sinto falta de quando você sabia o que eu estava sentindo sem eu precisar falar.

Lembrei das nossas viagens. No último mês em especial, lembrei da viagem mais importante da nossa vida. Sei que significou pra vocês todos a mesma coisa que significou para mim. A diferença é que hoje, eu falo sozinha e as pessoas pouco tem a trocar de lembranças, enquanto que vocês ainda tem a troca daqueles momentos.

Sei que hoje não é a mesma coisa e que se ainda convivessemos teríamos saudades desses tempos todos que não voltam mais. Mas talvez fosse mais fácil de matar as saudades.

Sei que meu orgulho, meus princípios e convicções não me permitiriam voltar atrás. Seria pagar um preço muito caro pelo que teria de recompensa. Pelo menos por enquanto ainda é assim.

Ainda é só uma nostalgia de domingo a noite que passa com o agito da semana.
Talvez se torne insuportável e eu passe a achar essa coisa de princípios a maior bobagem do mundo, como foi quando parei de falar com você por causa daquele menino que eu amava na oitava série e se tornou seu namorado.

Só espero que se um dia essa hora chegar, não seja tarde demais...
Porque a pior saudade que existe, é aquela que não tem mais como matar!

2 comentários:

Sereníssi*mah* disse...

Aaai, essa doeu! Doeu aqui no fundo... mexeu com a minha nostalgia também. Desequilibrou por um instante a minha terça-feira.
Também me fez sentir saudades das pessoas que se foram da minha vida. Me fez lembrar de uma história contada pela professora da quarta série, da qual sempre lembro quando me sinto assim, como se tivesse perdido parte de mim: "O trem da vida" era o nome da crônica.
No trem da vida, cada um tem seu vagão de onde entram e saem pessoas, algumas ficam por muito tempo, outras só uma estação. Mas todas que habitam, transformam o vagão.
Não me lembro bem, mas é neste sentido... rs.
Sinto muita falta de algumas pessoas que deixaram o meu vagão e que pela mudança de caminhos, dificilmente irão voltar.
Que coisa louca isso que chamamos vida... né?!

Parabéns por mais um ótimo texto!
; )

Gabe Manzo disse...

inevitavelmente, quando leio esse texto, também lembro de pessoas que não mais fazem tanta parte da minha vida.. fazer, fazem.. mas parte do passado... e são tantas pessoas...
=/