domingo, 27 de abril de 2008

São cenas que não saem da minha mente...

Esse final de semana vi pela 23567 vez o filme "Separados pelo casamento"...eu adoro ver um filme bom mais de uma vez, principalmente porque a cada vez que eu assisto parece que entendo um pouco mais da história e vejo coisas que não tinha percebido antes, e isso é desde a época da Cinderela...

Bom, o filme conta a história de um casal que se conhece no meio de um jogo de futebol, começam a namorar, até que vão morar juntos e a convivência, aliada com a falta de diálogo, atrapalha tudo- vou parar por aqui para não estragar o enredo.

Quando fui assistir no cinema, em meados de 2006, me alertaram que talvez não fosse uma boa hora para ver, afinal ainda (como assim, ainda?) estava muito abalada com o término do meu namoro- poxa, naquela época ainda era recente, além disso, tempo não tem nada a ver com amor...mas isso fica para outro dia.

Ignorei o conselho e fui ver logo o filme.

Já na quarta cena estava aos prantos. Nunca podia imaginar que um filme seria capaz de traduzir exatamente aquilo que eu estava sentindo. Sai do cinema com os olhos inchados, mas com a alma aliviada, afinal de contas, uma das coisas que mais me doía era achar que só eu no mundo estava sentindo aquela dor, que eu acreditava que não teria fim- mas teve, ainda bem.

Das outras vezes que vi, já em casa mesmo, percebi que demorava cada vez mais para chorar, mas sempre acabava chorando, e desta última vez chorei quase perto do fim do filme. E isto mostra como a situação do meu término de namoro está resolvida para mim (ao ponto de escrever abertamente sobre isso).

Pois é. E dessa vez eu consegui entender ainda mais o porquê do meu choro.

Ficou claro que eu não estava mais me vendo naquela situação de falar e ser interpretada da maneira oposta (não tem nada pior para um relacionamento do que a falta de compreensão), ou de sentir que só eu estava sofrendo com o fim...Desta vez eu vi- e fiquei feliz por isso- que finalmente superei o que tinha a ser superado e aprendi o que tinha que ser aprendido, justamente por não me enxergar mais nas brigas que aparecem.

Mas, ainda resta resolver a dor que a falta de uma companhia causa, e esta espero não superar sozinha, por razões óbvias.

O pedaço que eu chorei no filme, foi justamente a cena em que o homem diz para a sua companheira que tinha sentido falta dela, desde o primeiro domingo que estavam separados, porque era nesse dia que eles faziam tudo juntos, mesmo que morassem na mesma casa, domingo era o dia que eles viviam única e exclusivamente um para o outro.

E é disso que eu sinto falta. De ver tv aos domingos, de ligar sem ter assunto, de andar sem rumo, enfim, de fazer nada e ser a melhor coisa do mundo, simplesmente por conta da companhia.

O melhor de tudo, foi ter percebido que, agora sim, estou pronta pra outra- sem pressa e sem medo de ser feliz.

Um comentário:

Gabe Manzo disse...

te conheço bem, e acho que posso dizer que vc passou a lidar bem com isso desde que amadureceu.. é um processo que faz passar por momentos de dor, mas que são compensadas no saldo final.. afinal, vc sabe que o que passou, é um capítulo da sua história de vida, que ainda tem muito mais o que ser completado. =))