sexta-feira, 11 de abril de 2008

Pai e mãe, ouro de mina?

( Por volta do ano 2002 eu tinha um blog, mas usava muito mais para falar sobre as baladas sensacionais dos finais de semana, colocar letras de música, do que qualquer outra coisa. Até que eu conheci o fotolog e decidi migrar para lá, onde seria mais adequado fazer tudo isso.
Mas, nos últimos tempos tenho sofrido um impasse... Tenho tido idéias e sentido necessidade de escrever, de colocar pra fora tudo aquilo que penso sobre alguma coisa...E daí penso- mas que foto eu coloco? Besta né?! Afinal de contas, qualquer foto serveria se o conteúdo fosse bom. O problema é que o público assiduo que costumava frequentar meu fotolog parece não ter curtido muito a minha transformação. Então, resolvi voltar ao blog e assim, ficar despreocupada com relação as fotos.)


Bom, como primeiro texto para esse blog, eu escolhi um tema que vem me atormentando bastante e acho que não sou a única a pensar no assunto. Isabella


Cheguei em casa, podre de mais um dia de trabalho e comecei a conversar com minha mãe:
-"Nossa, pensei o dia inteiro naquela menina que morreu, que coisa horrorosa, não?"
Eu, alienada do mundo, que só penso em quantos candidatos já enviei pra vaga, não sabia do que ela tava falando e pedi um breve (tarefa dificil para uma jornalista detalhista) relato do ocorrido. Na hora falei, sem pensar direito no que estava fazendo, "AH! TÁ NA CARA QUE FOI O PAI". Fui ler sobre o assunto, tive mais informações e cheguei a simples conclusão. O pai matou a menina asfixiada, jogou no jardim e armou para parecer que ela foi atirada da janela.

De lá pra cá, fui ouvindo várias versões, novas pistas, novos suspeitos e fiquei o tempo todo pensando no assunto. Entre encontrar um culpado e desvendar o mistério, pensei na razão disso tudo. Por que isso virou um tema tão importante pras pessoas? Da onde vem a necessidade de encontrar um culpado e de preferência inocentar o pai da menina?
É dificil.
Dificil de entender e de explicar.

Lembro do caso Suzane, gerou revolta, as pessoas saiam gritando, acusando-a de assassina, a casa dela virou atração turística. Chocou da mesma forma, mas pareceu ser aceito com mais naturalidade. Quero dizer que a impressão que dá é que uma menina assassinar (ou encomendar o assassinato) os pais- por dinheiro, por amor ao namorado, ou o que quer que seja é mais passivel de compreensão do que o pai matar a filha.

Isso porque mãe e pai são figuras quase que sobrenaturais. Pais não pecam, não erram, sabem de tudo. Depende.
Eu consigo ver erros nos meus pais, mas só eu posso apontá-los...no máximo meus irmãos. Não vem você aí, que nem conhece eles direito dar palpite baseado apenas numa história contada por alguém ou em alguma coisa que você viu. O quero dizer é que a importância dos pais é tão forte (mesmo dos ausentes) que não permitimos que ninguém fale nada, ainda que tenha certa razão nisso.

Por isso é tão dificil de aceitar que um pai mate sua filha. Por mais incrivel que pareça, o pai ter assassinado a filha é mais assustador do que o fato de uma menina de 05 anos ter morrido, após ser asfixiada e jogada pela janela.

Isso tanto é verdade que vários casos de morte infantil são esquecidos por aí.

Por sinal, alguém ai lembra do João Hélio??

3 comentários:

luansr disse...

Enfim, não concordo muito com isso aí não, primeiro pq acho que o fato do pai matar a filha é mais absurdo pq é simplesmente não natural, ou seja, você ceifa a vida de quem PROVAVELMENTE, TEORICAMENTE e PRATICAMENTE vai viver mais. Mas enfim, outra coisa é que o povo ESTÁ SANGUINÁRIO QUERENDO QUE O PAI SEJA O CULPADO, isso pelo fato de que a imprensa suja do Brasil fica implantando na cabeça dos alienados que acreditam em tudo que sai nos jornais sem a menor discussão. Pra mim o pai é o assassino pelo que se tem de indícios, mas eu não tenho nenhum interesse de ficar gritando "ASSASSINO" na frente da delegacia. Não sou ninguém pra acusar ninguém, se tiverem de ser condenados, condenados serão, senão, a polícia é paga (com nosso dinheiro) pra ser a "resolvedora" do caso.

É isso.
bju!

maurojack disse...

Acho que a idade me deixou mais brando que vcs.
Começo a perceber que as pessoas gostam de histórias, sejam elas de sexo, assassinato, balada, vida de artista e por etc afora.
Quem matou Odete Roithman? ou Quem matou Isabela?, é tudo a mesma coisa, tamanha a banalidade que uma vida representa para a sociedade.
O que me faz pensar no que eu estou fazendo aqui é a postura da imprensa diante disso. O que esses repórteres invadem as pessoas, o que condenam, o que falam de besteira e o que mostram é de revoltar até um Adolf Hitler.
Então... que tal mudar de assunto e comemorar o blog da Zuzu com um grande abraço?

Beijo, filha.

Do pai que te ama.

Laiz disse...

É Ana, é muito fácil esquecer a tragédia alheia como vc mostra tão bem com sua última pergunta, mas as que nós mesmos carregamos... Essas são eternas!
A coisa tá meio estreta no caso da Isabella. Querer culpar a segurança do prédio pelo que aconteceu é no mínimo uma atitude infeliz da parte dos advogados (aliás, uma atividade que eu jamais exerceria, pois se eu achasse meu cliente culpado não o defenderia e se atuasse na promotoria e achasse o réu inocente eu mesmo diria isso aos jurados, enfim, isso nem vem ao caso, é só um "breve relato" meu... kkkkk).
Se estivéssemos em Londres, já teria gente fazendo bolsas de apostas para acertar o culpado (inglês adora apostar!).
Eu tenho meu palpite, mas é só meu.
Amei o blog!
Parabéns!