domingo, 18 de maio de 2008

História da (minha pouca) cultura

Em 1996, quando estava na quinta-série, fui na casa de uma amiga que tinha um aparelho eletrônico sensacional. Naquela época ainda não existia DVD (pelo menos não no meu mundo), e o tal aparelho da minha amiga rodava LPs que tinham clipes. Achei o máximo e ali me tornei fã de dois distintos e sensacionais estilos...Os Carpenters e O Fantasma da Ópera.
Sim, bastou uma tarde vendo um clipe dos Carpenters e alguns trechos do Fantasma para eu me apaixonar por ambos.
Com relação aos Carpenters, aprendi outras músicas, comprei um DVD e só. Já o Fantasma ficou ali perambulando pela minha mente...de vez em quando me lembrava de uma cena ou outra que vi naquela tarde e nunca mais (depois que sai do colégio na sétima série, nunca mais falei com a minha amiga). Mas eu sabia que era um musical da Broadway e falava "um dia vejo ao vivo".
Em 2001, fui ao Teatro Abril assistir "Les Miserables" e diante da minha ignorância e sono, dormi no segundo ato...ABSURDO!
Na época, no auge da minha adolescência, generalizei num momento de rebeldia e disse "ODEIO MUSICAL"...
Entre 2003 e 2004 (não me lembro ao certo), de novo no Teatro Abril, fui ver "A Bela e a Fera". Apesar do meu ódio adquirido anos antes por musicais, gostei da idéia de ir, por se tratar de um conto de fadas que marcou minha infância.
Ainda bem que eu dei o braço a torcer.
Talvez pela maturidade dos meus 19 anos, passei a AMAR musicais. Que produção! Tudo emociona- a história em si, as vozes dos atores, a orquestra ao vivo e o aplauso, de pé, do público.
Naquele mesmo ano, tive a oportunidade de ir novamente para Londres, perdida meses antes de acontecer de fato. Decepção, tristeza...tive lá minhas recompensas, mas me lembro como se fosse hoje do dia que minha amiga me mandou um e-mail "Vamos no Phanton hoje, vai faltar você"...aquilo partiu meu coração.
Mas, como eu acredito que nada nessa vida é por acaso, aquele que me consolou depois do fatidico e-mail, compreendeu meu sofrimento e me prometeu me levar para assistir mil vezes, se fosse o caso, o Fantasma, onde quer que ele estivesse (sim, ele podia).
Em janeiro de 2005, lançaram o filme do musical...confesso que não foi a mesma coisa, mas para quem tinha visto pedaços numa tv 14 polegadas, aquilo foi o máximo...
Mas, meses depois, o Fantasma resolveu dar as caras no Teatro Abril. E quem me prometeu me levar para assistir onde quer que fosse, achou a Brigadeiro Luiz Antônio bem razoável e cumpriu sua palavra brilhantemente.
Não vou me esquecer nunca do dia em que ele estava na fila e segundos depois me entregou os ingressos. Sem dúvida alguma foi o melhor presente que ganhei durante todo o tempo que ficamos juntos.
Segunda fileira, na boca da orquestra. O lustre passando pela gente. A tristeza do Fantasma, o dilema de Christine, as máscaras do "Carnaval"...fiquei literalmente de queixo caído, deslumbrada com aquilo tudo. Cheguei a chorar, por mais brega que seja, no final do espetáculo...pela emoção do momento e talvez pela tristeza daquilo ter acabado.
Fiquei um tempo afastada dos musicais...não vi Chicago, nem My fair Lady, por pura falta de interesse e de tempo. No final do ano passado, assisti uma produção nacional do Wolf Maia, muito divertida. Gostei, mas claro que não tem como comparar, preconceitos a parte.
Ontem fui pela primeira vez ao Teatro Alfa. Fui ver "West Side Story" meio que de paraquedas- meu primo me convidou e topei, sem saber ao menos do que se tratava (pura ignorância)....
Já gostei ao entrar e ver um teatro tão bonito.
Sobem as cortinas, um musical completamente atual...rivalidade entre gangues, hormônios a flor da pele, sensação de imortalidade e poder da adolescência.
Cenários que andam, figurino sensacional.
Romance, morte, final real.
Aplausos, emoção.
Só tenho a agradecer à Marcela, por naquela tarde ter tido a idéia de me mostrar o clipe do Fantasma da Ópera e ao Sérgio, meu primo, por ter me convidado para assistir "A Bela e a Fera".
Sem saber, eles me proporcionaram momentos inesquecíveis, e contribuíram para que hoje, depois de ter visto tanta coisa, perceber que eu não sei nada, que é justamente o que me faz querer aprender mais e mais.

Um comentário:

Anônimo disse...

Vc é que pensa que tem pouca cultura.
Cultura não se mede, se tem.

Beijipo.