segunda-feira, 9 de junho de 2008

DELETE!

Tenho uma dificuldade imensa em jogar coisas fora. Sou muito apegada a bilhetes, flores, pacotes, sacolas, agendas...Tudo isso porque considero que todas essas coisas simbolizam algum momento importante da vida.

Tenho duas gavetas e uma caixa só com essas coisas. Fotos, cartas, bilhetinhos do meio da aula, desenhos de amigos, agendas antigas, ingressos de shows e teatro, sacolas de compras de uma viagem...sem contar a gaveta de camisetas com os recados do último dia de aula de todos os anos da escola.

De vez em quando, num desses finais de semana mega ocupados, resolvo dar uma mexidinha em uma das gavetas. E passo o dia me divertindo. Acho sensacional ler os bilhetes do meio da aula, ler agenda velha então é o meu favorito...ver como eu era (??) brega, dar risada com as bobagens e as vezes até chorar com as mensagens tristes. Sentir aperto no coração em ler uma carta das minhas avós, sentir vergonha em ler a carta que eu ensaiei para alguém...

Esses dias resolvi fazer uma faxina nos e-mails. Minha caixa do hotmail tinha um monte de coisa sem ler, fora que eu tenho o e-mail desde 2003 e nunca tive coragem de deletar algumas coisas. Por razões de espaço virtual, decidi me desprender um pouco disso.

Foi demais.
E-mails para resolver brigas, outros provocando brigas, pedidos de desculpas, desculpas aceitas, mensagens corrente, piadinhas, trabalhos da faculdade, fofocas....Até que percebi que metade das pessoas que eu tinha tanto contato não fazem mais parte da minha vida.

Engraçado. Consegui deletar mais de 400 e-mails sem a menor dor no coração.
Não foi como jogar as cartas do ex no lixo, com aquela raiva misturada com tristeza. Foi algo natural.

Acho que a diferença está no momento. É natural deletar um e-mail de quem você já deletou da vida. Dificil é ter que fazer o inverso, tentar deletar da vida quem você deleta um e-mail, com lágrimas nos olhos e uma saudade enorme do tempo em que aquele e-mail foi enviado.

Ainda bem que esses, eu guardei. Afinal, sentir saudades de um tempo bom, renova os sentimentos e dá a certeza de que ainda se é capaz de sentir tudo aquilo de novo.

Um comentário:

Laiz disse...

Ana querida,
Estou com você e não abro!
Não abro e nem jogo fora!!!
Pensei que só eu tivesse uma infinidade de e mails sem ler aguardando que a ocasião surja, que eu tenha tempo, que isso, que aquilo. Fou bom saber que tem mais alguém neste mundo que é como eu.
Beijo menina,
Lelé