domingo, 19 de outubro de 2008

Hora de voltar

O dia seguinte tinha que ser diferente.

Tinha deixado para trás tudo o que não queria mais na vida...Os vícios, as desilusões amorosas, as amizades falsas...tudo!

E o dia era apropriado para isso...31 de dezembro.
Promessas, desejos, sonhos e principalmente, esperança.

Passada a meia-noite, o coração acelerou...era o começo. Pra todo mundo, é verdade, mas para ela, era diferente.

Depois de pular as ondas (nessa hora, ainda que sem fundamento, toda superstição é bem vinda), voltou pro apartamento.

Os amigos conversavam, bebiam, cantavam....
Ela não.
Ficou ali, parada na varanda olhando o mar.
Queria ver o sol nascer e com ele a certeza de que a esperança prevaleceria, com a promessa de uma vida nova.

Ele apareceu...um clarão no meio do mar.
Os olhos se encheram de lágrimas, a retina registrou tudo, como uma foto...útil para os momentos de angústia que surgissem.

Passou o dia todo lembrando daquele momento.
Mas, sentia uma angústia enorme....era hora de voltar.
Para casa, pro trabalho, para a vida.

Sabia que apesar de estar diferente, o mundo continuava igual.
Precisava de forças para encarar o que estava por vir.

Arrumando a mala, fechou os olhos e lembrou dele, o sol.
Fechou a mala.
Chegou 1 hora mais cedo na rodoviária.
Dormiu, ali mesmo, no banco, e sonhou...

Mesmo sendo a hora de voltar.

Um comentário:

Fernando disse...

A gente sempre sonha na hora de voltar. Sonha até que é hora de ficar, mas no fundo sabe que sonho bom é aquele q a gente sabe q é sonho.