segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Passa-se o ponto

Um belo dia acordou e sentiu que as coisas tinham que ser diferentes.
Daquele jeito não dava mais.

Seu ombro amigo sempre a disposição- fosse as 04:00 para um telefonema, fosse as 22:00 para um copo de cerveja. O conselho sempre na ponta da língua. Uma idéia, uma palavra, uma solução...a luz no fim do túnel.

Isso lhe fazia bem...sentia-se importante.

Até aquele dia.
Em que percebeu que por ser tão amiga, com tantas idéias e soluções, não tinha amigos...Afinal, alguém que ajuda tanta gente precisaria de ajuda?

Sim...precisa!

Sentiu um aperto no peito. Gritou por socorro.
Ouviu apenas o eco.
Sua única ajuda viria dela.

Decidiu se libertar disso.
Primeiro parou de atender os telefonemas...depois encerrou a conta no site de relacionamentos (onde contava com mais de 600 amigos) e por fim encerrou a conta no site de fotos....Fotos com os momentos "felizes", com as dedicatórias- nos aniversários, nas passagens de vestibular- com as viagens.

E assim, deixou o passado em seu devido lugar...no passado. Carregando dele, apenas o necessário...as lições que aprendeu.

Talvez tenham ficado com raiva.
Talvez tenham sentido um aperto e uma sensação de desamparo.
Ou talvez nem tenham percebido.

Qualquer que seja a verdadeira opção, a porta fechou.
Sem a menor intenção de abrir...
Afinal, já se escuta outras batidas.

3 comentários:

Gabe Manzo disse...

obrigada por me manter.
=)

Heloisa Emy disse...

as vezes é difícil fechar a porta... eu to precisando, mas quem disse que eu consigo?

gostei muito do texto!

Paulo disse...

bom texto, e é bem verdade, "quem disse que quem ajuda não precisa de ajuda"...

é estranho parece que quando se pede ajuda (quando se tem o costume de ficar do outro lado da historia), ou nossos problemas são minimizados ou são ignorados...

beijos